Orçamento do ano que vem para a usina que será instalada no Pecém foi divulgado, ontem, pela companhia brasileira
A Vale prevê investir, no próximo ano, um montante de US$ 563 milhões na CSP (Companhia Siderúrgica de Pecém), a ser instalada em São Gonçalo do Amarante. O valor corresponde apenas ao aporte que será disponibilizado pela mineradora. Como a CSP é uma joint-venture da Vale (que tem participação de 50%), em parceria com a Dongkuk (30%) e a Posco (20%), o investimento total será, naturalmente, maior. A informação está presente no orçamento da Vale para o ano que vem, divulgado ontem. Atualmente, a CSP, que é a primeira indústria incluída na Zona de Processamento de Exportação (ZPE) do Pecém, está em fase de terraplanagem.
O empreendimento já conta com a Licença de Instalação (LI) para a construção da usina, tanto da primeira fase, quanto da segunda, na qual a capacidade de produção irá dobrar. Com a expansão concluída, a planta se tornará a maior usina siderúrgica do Brasil.
Produção
Como ficará instalada na ZPE, a CSP poderá destinar 20% de sua produção ao mercado interno. Este percentual representa, exatamente, a participação acionária que a brasileira Vale terá sobre a produção da usina. Essa parcela representa 600 mil toneladas de placas anuais na primeira fase e 1,2 milhão na segunda, quando será ampliada.
Já o restante da produção está dividido entre as sócias sul-coreanas do empreendimento, Posco (30%) Dongkuk (50%). No total, serão 12 milhões de placas de aço por ano, após o incremento. A Dongkuk levará sua parcela à laminação em suas usinas da Coreia do Sul e a Posco pretende vender as placas para o México, segundo adiantou o governador.
PIB
A siderúrgica cearense envolve um investimento de US$ 4,4 bilhões, em sua primeira fase. Quando concluída a segunda fase, a usina será responsável pela ampliação do atual PIB (Produto Interno Bruto) da indústria cearense em 48%, elevando a atual economia no Ceará em 12%. A CSP e a refinaria da Petrobras, Premium II, juntas, poderão responder por 60% do PIB cearense.
Laminadoras
Para fortalecer o futuro polo metal-mecânico, o Estado espera atrair duas indústrias laminadoras, que fazem o trabalho final da cadeia siderúrgica, transformando placas de aço em chapas de aço, utilizadas em montadoras de veículos, indústrias de eletrodomésticos de linha branca, estaleiros, entre outros. A informação foi divulgada, com exclusividade, pelo Diário do Nordeste, no mês passado. Um dos possíveis investidores, o grupo espanhol Añon, já assinou, inclusive, um protocolo de intenções com o governo cearense. A planta, avaliada em R$ 200 milhões, contaria com 10% do investimento por parte do governo estadual, que seria sócio do empreendimento.
ESTRATÉGIA DA MINERADORA
Expansão orgânica será foco em 2012
Investimento total previsto pela Vale para 2012 é quase 11% menor do que o efetuado neste ano
São Paulo Do orçamento total previsto para 2012 no País, a Vale pretende alocar 71,5% em crescimento orgânico e a outra parte em manutenção das operações existentes. O crescimento orgânico se dará principalmente por projetos, que responderão por US$ 12,9 bilhões - ou 60,5% do total de US$ 21,4 bilhões previstos para o ano que vem; e também via pesquisa e desenvolvimento (P&D), com US$ 2,4 bilhões, ou 11%.
O aporte total para o próximo ano é 10,8% inferior ao que foi investido em 2011.
Por negócio
Por área de negócio, os investimentos priorizarão minerais ferrosos, com 46,7%; seguidos por metais básicos, com 21,6% do total; fertilizantes, com 9,6%; e carvão, com 8,9%. O segmento de energia vem na sequência, com 3,6% dos gastos. Por sua vez, os investimentos em siderurgia para 2012 responderão por uma fatia de 2,9%. Já a área de logística para carga geral receberá 2,4% dos recursos.
Projetos internacionais
Na divisão geográfica, o Brasil responde por 63,7% do orçamento, seguido por Canadá, com 11,7%; África, com 9,1%; demais países da América do Sul, 6,0%; Ásia, 5,7%; Australásia, 3,3%; e "outros", 0,5%.
A Vale anunciou em seu plano de investimentos para 2012 que a produção esperada de minério de ferro é de 312 milhões de toneladas métricas.
O dado é ligeiramente superior à meta para 2011, de atingir produção de 310 milhões de toneladas. No ano passado, a produção da Vale foi de 307,795 milhões de toneladas.
A marca de 312 milhões de toneladas confirma a projeção dada pelo diretor executivo de Marketing, Vendas e Estratégia, José Carlos Martins, em teleconferência sobre os resultados da companhia no terceiro trimestre.
Para os demais produtos, a expectativa da Vale de produção em 2012 para pelotas é de 50 milhões de toneladas; carvão, 16,6 milhões; níquel, 300 mil; cobre, 340 mil; potássio, 650 mil; e rocha fosfática, 8 milhões de toneladas.
Recorde
No terceiro trimestre, a Vale bateu recorde na produção de minério de ferro e pelotas. Em seu relatório de produção, a companhia informou ter alcançado a marca de 87,9 milhões de toneladas de minério, crescimento de 6,4% em relação à produção em igual período de 2010.
Diario do Nordeste
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