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terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Não fique triste! A tristeza pode matar


A Síndrome de Takotsubo é uma doença frequentemente ocasionada pelo estresse e provoca disfunções no coração

Quem já ouviu falar ou já se sentiu com o coração partido talvez não saiba é que isso realmente pode ocorrer. Essa grande tristeza pode ocasionar uma disfunção no coração, conhecida como Síndrome de Takotsubo ou, mais popularmente, Síndrome do Coração Partido.

A doença, muito parecida com o infarto do miocárdio, é causada por um estresse devido a emoções muito fortes como brigas, cirurgias, quimioterapia, tristezas profundas, entre várias outras. “As causas da doença ainda não são totalmente compreendidas, mas o estresse emocional parece ser o desencadeador da síndrome, ou pelo menos cumpre um papel importante na doença”, explica Dr. João Vítola, cardiologista especialista em Medicina Nuclear e diretor da Quanta Diagnóstico Nuclear, que coordena um estudo sobre a doença, em Curitiba. Dr. João e sua equipe estudam como a Medicina Nuclear pode ajudar as vítimas dessa doença.

A síndrome foi descrita pela primeira vez em 1991, no Japão, e começou a ganhar espaço na literatura médica com o aumento de diagnósticos em todo o mundo. O nome origina-se do formato que assume o ventrículo esquerdo após a crise, que lembra o Takotsubo, pote de barro japonês, com base larga e pescoço estreito usada para capturar polvo no Japão.

Também conhecida como cardiomiopatia de estresse, a doença tem uma incidência maior em mulheres, principalmente no período após a menopausa. Entretanto, há relatos em mulheres jovens e em homens. Segundo João Vítola, alguns pesquisadores relacionam a maior incidência da doença em mulheres no período pós-menopausa por conta dos baixos níveis de estrógenos, sugerindo que esse hormônio possa ser um protetor contra a síndrome.

A doença provoca uma disfunção no ventrículo esquerdo, que pode chegar a causar choque cardiogênico (falha grave da capacidade de bomba do coração) e arritmia ventricular, podendo levar a morte. Os principais sintomas são dor e aperto no peito e, em algumas vezes, dificuldade em respirar. Quando são feitos os primeiros exames, o paciente apresenta alteração no eletrocardiograma e elevação de enzimas cardíacas, sintomas típicos do infarto agudo do miocárdio.

Por causa de todas essas similaridades, são indicados alguns exames. A angiografia coronária é indicada para eliminar a possibilidade de obstruções coronárias, que diferentemente do infarto não ocorrem na Síndrome de Takotsubo. “Ao contrário do infarto do miocárdio clássico, nenhuma lesão coronária significante ou trombo é encontrado na angiografia coronária”, ressalta o cardiologista. A cintilografia cardíaca com MIBG, um exame de medicina nuclear, faz um mapeamento do sistema nervoso autonômico simpático do coração (mediado pela adrenalina) para demonstrar as áreas disfuncionais do coração e confirmar o diagnóstico da síndrome.

Após o diagnóstico da doença é necessário dar suporte ao paciente para que a função de bomba do coração se recupere. A forma do coração progressivamente volta ao normal, o que normalmente ocorre em poucos dias ou no máximo algumas semanas. A mortalidade provocada pela doença sem o diagnóstico é desconhecida. “Para os pacientes que chegam ao hospital a mortalidade é cerca de 1%, oriunda de alterações do ritmo cardíaco ou por insuficiência cardíaca”, observa João Vítola.

BEM PARANÁ

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