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sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Qualidade do SUS é debatida

Ricardo Araújo - repórter
Brasília -  Os desafios para a melhoria do atendimento no Sistema Único de Saúde (SUS) serão discutidos em Brasília até o próximo domingo. A 14ª Conferência Nacional de Saúde foi aberta ontem pelo ministro da Saúde, Alexandre Padilha, no Centro de Convenções Ulysses Guimarães. Com o tema "Acesso e acolhimento com qualidade - Um desafio para o SUS", cerca de quatro mil pessoas entre médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem, representantes de secretarias de Saúde e usuários do Sistema, discutem formas de melhorar e ampliar a rede de atendimento gratuita.

As travestis Keila Simpson e Janaína foram convidadas pelo Ministério da Saúde para apresentar a cerimônia de abertura da Conferência. Durante o discurso, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, ressaltou que o SUS deve servir como modelo de sistema de atendimento à população sem distinção de raças, orientações sexuais e religiosas, justificando o motivo da abertura ter sido feita por duas travestis. "Se a sociedade brasileira ainda vive o preconceito, nós que fazemos o SUS não podemos admitir isto em nossos locais de trabalho", destacou. Além disso, ele ressaltou que o serviço prestado deve ser de qualidade, dentro das possibilidades.

Alexandre Padilha comentou, também, os avanços do SUS ao longo dos últimos anos e reafirmou que todos os brasileiros são pacientes desta modalidade de atendimento à Saúde. Além disso, anunciou melhorias. "Através do SUS, nós conseguimos controlar a epidemia de aids no país, a realizar transfusão de sangue sem riscos ao paciente e a proporcionar atendimento de saúde a todos os brasileiros de forma universalizada", destacou. Padilha garantiu que serão criados novos modelos de atendimento e monitoramento da qualidade do serviço prestado nos hospitais conveniados ao Sistema através da criação de ouvidorias. Uma delas irá acompanhar as grávidas durante o pré-natal para se certificar de que o procedimento está sendo cumprido nas maternidades públicas.

A abertura da Conferência serviu também para que parte das quase quatro mil pessoas presentes fizesse protestos. Elas seguravam cartazes cobrando a redução da carga horária dos enfermeiros para trinta horas semanais, pela não privatização do Sistema, revogação da lei que regula a contratação de organizações sociais para administrar e subsidiar hospitais públicos, como ocorre em Natal com a Unidade de Pronto Atendimento do Pajuçara, por exemplo. Os usuários cobraram mais investimentos na área da Saúde e aprovação da Proposta de Emenda Constitucional 29, que prevê maior repasse de recursos ao Ministério da Saúde além da melhoria na infraestrutura dos hospitais da rede básica e de urgência conveniados ao SUS.

O ministro afirmou que o principal objetivo da Conferência era captar daqueles que fazem o usam o SUS, profissionais da saúde e usuários, o relato das dificuldades enfrentadas, dos problemas cotidianos, elogios e sugestões. Padilha disse, ainda, que determinadas áreas da Saúde devem passar por uma reformulação, como os hospitais psiquiátricos e os que recebem pessoas viciadas em drogas. "O Brasil vive hoje uma epidemia de crack que se disseminou por todos os cantos. Os profissionais do SUS devem estar preparados para receber e acolher pessoas em situação de dependência sem julgá-las como marginais", defendeu. Durante a cerimônia, o ministro assinou uma portaria que garante o aumento de repasse de verbas para os Centros de Atenção Psicossocial (Caps), que atendem pacientes em tratamento contra o vício, além dos psiquiátricos.

Estavam presentes no evento, além de Alexandre Padilha, os ministros Aloísio Mercadante (Ciência e Tecnologia), Luís Sérgio (Pesca e Agricultura), Irini Lopes (Secretaria da Mulher), Tereza Campelo (Desenvolvimento Social), Lúcia Helena de Barrios (Igualdade Social), representantes dos Conselhos de Saúde, o cartunista Ziraldo e o presidente dos Correios, Wagner Pinheiro. A ausência da presidenta Dilma Rousseff, que viajou a Venezuela, frustrou a maioria dos participantes. Muitos deles vaiaram a ministra do Planejamento, Miriam Belchior, quando foi anunciada como a representante de Dilma Rousseff.

fonte: Tribuna do Norte

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