Cidade do Vaticano. O papa Bento XVI criou uma comissão de cardeais para investigar os vazamentos de documentos importantes à mídia, os quais tratavam de corrupção e má gestão no Vaticano.
Os documentos incluem cartas privadas para o papa de um arcebispo que foi transferido para Washington depois que denunciou o que chamou de nepotismo na concessão de contratos, além de documentos alegando conflitos internos sobre o Banco do Vaticano.
O Vaticano disse que a comissão seria composta por três cardeais aposentados: o espanhol Julian Herranz, o eslovaco Jozef Tomko e o italiano Salvatore De Giorgi. Segundo um comunicado oficial, eles "conduziriam uma investigação oficial" e "lançariam luz" sobre como os vazamentos aconteceram".
O escândalo, que passou a ser conhecido como "Vatileaks", envolveu o vazamento de uma série de documentos para a imprensa italiana em janeiro e fevereiro de 2012. Uma reportagem na TV em janeiro divulgou cartas particulares ao secretário de Estado, cardeal Tarcisio Bertone e ao papa, escritas pelo arcebispo Carlo Maria Vigano, ex-vice-governador da Cidade do Vaticano e agora embaixador da Santa Sé em Washington.
Vigano foi vice-governador de 2009 a 2011, e também foi chefe de um departamento responsável por manter a infraestrutura da cidade-estado, geridos separadamente de Roma.
As cartas mostram que Vigano foi transferido para os Estados Unidos depois de ter exposto o que ele chamou de uma teia de corrupção relacionada com a concessão de contratos do Vaticano para empreiteiros italianos a preços inflacionados.
Vigano reclamou em uma carta de uma campanha difamatória contra ele por autoridades do Vaticano que não gostaram de ele ter adotado medidas drásticas para limpar os procedimentos de compra. O arcebispo pediu para ficar no cargo até terminar o que tinha começado.
Bertone respondeu ao caso com a remoção de Vigano do cargo três anos antes do término de seu mandato e o enviou para Washington, apesar de sua forte resistência.
Banco
Outros vazamentos incluem um conflito interno sobre o quão transparente o Banco do Vaticano deveria ser. A instituição, que é formalmente conhecida como o Instituto para as Obras de Religião, vem tentando deixar para trás escândalos acontecidos no passados. O Vaticano quer entrar na "lista branca" de países que cumprem plenamente as normas europeias de transparência financeira.
DN
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