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segunda-feira, 11 de junho de 2012

Após 4h de cirurgia, médicos retiram chumbinho da nuca de menina


Após quatro horas de cirurgia, os médicos do Hospital Cajuru, em Curitiba, conseguiram retirar o chumbinho alojado na nuca de uma menina de cinco anos. O estado de saúde da criança é grave e ela permanece internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI).
Apesar disso, a vítima registrou uma melhora e saiu do coma induzido. Segundo o hospital, a paciente chegou a responder aos comandos dos médicos, mas continua submetida à ventilação mecânica.
Ela foi atingida por uma espingarda de pressão, na manhã de domingo (10). De acordo com a Polícia Militar, o disparo foi efetuado acidentalmente pelo irmão da vítima, de nove anos. O acidente aconteceu na casa da família em Piraquara, na Região Metropolitana de Curitiba, e a menina foi levada às pressas para o hospital pelos familiares.
Para o neurocirurgião e professor da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Luiz Ernani Madalozzo o disparo deve ter sido efetuado a uma distância bem próxima da vítima, já que o chumbinho dificilmente consegue penetrar o crânio. “Quando ele penetra, passa a funcionar como se fosse uma bala comum, de tamanho menor”.
Ainda segundo o médico, o chumbinho tem um agravante. “Um projétil comum sai incandescente da arma, portanto a bala fica esterilizada. Já com o chumbinho isso não acontece, ele traz todo tipo de sujeira. Então, além da lesão causada pelo projétil, há mais esse problema”, explicou o médico, em entrevista ao G1.
Já a gravidade da lesão e as possíveis sequelas ocorrem em função do local do cérebro atingido. Mas, de acordo com o neurocirurgião, há esperança de melhora. “A recuperação em criança é muito boa. Esperamos que ela evolua bem”, disse Madalozzo.
Arma de pressão
A espingarda foi comprada há dois anos pelo padrasto da menina, em uma loja de pesca. O homem prestou depoimento ontem na delegacia de Piraquara. De acordo com a Polícia Civil, a espingarda de pressão não exige porte de arma.
“O dono da arma deverá responder por lesão corporal culposa. É uma arma que não é brinquedo. O mau uso dela pode ocasionar até a morte”, afirmou o delegado Amadeu Araújo, que investiga o caso.

G1/primeira edição

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