janela descendo

terça-feira, 12 de junho de 2012

Mãe e filha mortas por causa de R$ 157

Impulsionado pela raiva de uma conta de telefone supostamente cara, o cabo da Polícia Militar Marco Aurélio Alves Lima, de 44 anos, matou a tiros a companheira e uma das filhas adolescentes deles. O crime aconteceu dentro da casa em que a auxiliar de serviços gerais Rosângela Alves Ferreira Lima, de 44 anos, vivia com as quatro filhas, no bairro Granjas Primavera, em Ribeirão das Neves, na região metropolitana de Belo Horizonte, na noite de anteontem.

O militar, que fugiu depois do crime, ainda baleou outra filha, de 16 anos, que tentou evitar que a mãe fosse espancada por ele durante uma discussão. A jovem foi internada em estado grave no Hospital Risoleta Tolentino Neves, na região de Venda Nova.

O crime aconteceu às 19h30 e chocou a corporação do 34º Batalhão da Polícia Militar, onde Lima trabalhava há mais de 15 anos. Uma cunhada do militar informou que ele ficou nervoso ao tomar conhecimento da conta no valor de R$ 157.

O policial cortou o fio do telefone da casa com uma faca e chamou a mulher para conversar no quarto. "Ele ainda esfregou o papel da conta na cara da filha mais nova, disse que ela usava o telefone demais, que não ia pagar aquele valor caro", contou a manicure Ronilda Ferreira Lima, de 41 anos.

Familiares ouviram gritos de socorro e viram Rosângela ser agredida com chutes e socos por Marco Aurélio Alves Lima, que empunhava um revólver 38.

Duas filhas do casal que estavam na sala correram para acudir a mãe e também foram baleadas. A adolescente de 13 anos levou um tiro no abdômen, e Rosângela foi atingida na cabeça. O corpo da auxiliar de serviços gerais foi encontrado no quintal da casa.

Segundo o tenente Marcone Pinheiro, do 34º batalhão, é possível que a mulher tenha tentado pular a janela do quarto ao ser atingida pelos tiros. Familiares disseram que o corpo da vítima foi atirado da janela pelo policial após o crime.

A outra adolescente baleada levou um tiro nas costas. Ela foi operada na manhã de ontem e permanecia em observação no Centro de Tratamento Intensivo (CTI) até o fim da tarde de ontem.
"Bandido comum"
Um homem sério, de pouca conversa e focado no trabalho. Assim, o cabo Marcos Antônio Alves de Lima é descrito pelos colegas. O policial trabalhava há 16 anos no 34º Batalhão de Polícia Militar, na região Noroeste da capital, e há sete anos atuava apenas na guarita do quartel, como vigia noturno. "Ele era um homem que não falava muito, mas cumpria seu horário, das 19h às 7h, normalmente e nunca apresentou nenhum problema na corporação", disse o tenente Marcone Pinheiro Duarte. O comandante do 34º batalhão, o tenente-coronel Idzel Fagundes, disse que se o cabo suspeito do duplo homicídio não se apresentar em sete dias, responderá também por crime militar, além dos assassinatos. "Ele está sendo procurado como um bandido comum, não tem tratamento especial", disse. (LS)
 
MINIENTREVISTA COM MÃE DA VÍTIMA E AVÓ DAS ADOLESCENTES BALEADAS
Luiza Filomena alves ferreira, 64 anos, aposentada
"Ele sempre bateu na minha filha"
Como era o relacionamento entre sua filha e Marcos Aurélio? Eles brigavam com frequência. Em 19 anos morando juntos, ele sempre bateu na minha filha. Mas ela nunca denunciou, por medo do que ele pudesse fazer.

Ele chegou a ameaçar a família caso alguém fizesse uma denúncia?
Sim, várias vezes. Porque o comportamento agressivo era natural da personalidade dele, ele era um homem mesquinho e grosseiro.

E a relação dele com as filhas?
Ele tem 13 filhos ao todo, com três mulheres diferentes. Dos outros, eu não sei, mas os lá de casa (de 8, 11, 13 e 16) sempre foram agredidos. A de 13 anos (que morreu baleada) vivia levando capacetadas na cabeça por motivos bobos, brigas sem fundamento. Inclusive, ele obrigava as meninas a catarem garrafas PET e latinhas na rua para guardar em casa e vender para a reciclagem. (LS)
OTEMPO

Nenhum comentário:

Postar um comentário

pág