O exemplo de Lula
Leonardo Attuch
Quem ainda não viu, assista.O vídeo em que Lula agradece ao povo brasileiro pela solidariedade empenhada, do Oiapoque ao Chuí, diante de sua doença, que foi disponibilizado pelo Instituto Cidadania (www.icidadania.org), é, talvez, a mais perfeita peça de comunicação já feita na história do País. E é também uma peça política sem que tenha sido planejada com esse fim. Foi uma mensagem espontânea, sincera e fruto da intuição de um gênio na arte da comunicação.
Basta assistir ao vídeo para entender por que Lula, enquanto estiver presente na cena política, será um personagem imbatível e sem adversários à altura, dentro ou fora do PT. Primeiro, há a identificação com o homem comum – “o que aconteceu comigo é daquelas coisas que acontecem com todos, mas a gente pensa que é só com os outros, nunca com a gente”. Em seguida, a fé e um conselho, válido para qualquer pessoa. “Vamos tirar de letra” e “Basta seguir as recomendações médicas”.
O vídeo ganha mais significado quando surgem as primeiras mensagens políticas, como (1) “não existe espaço para pessimismo”, (2) “sem perseverança, não se vai a lugar nenhum” e (3) “nós temos que lutar, pois afinal de contas é para isso que nós viemos para a Terra”. É nesses pontos que a luta do ser humano Luiz Inácio contra o câncer se confunde com a do povo brasileiro contra as agruras do dia a dia.
E é assim que surge a identificação entre o líder e as massas.
Se não bastasse o conteúdo, há também a forma. Lula, o tempo todo, está ao lado da esposa, Marisa Letícia, de onde parece brotar uma força sobrenatural. Aliás, o companheirismo desfrutado pelo ex-presidente ao longo de sua vida, privilégio raro, explica boa parte do seu sucesso. No fim, há a mensagem endereçada aos companheiros e militantes, que são convocados por Lula para “o próximo comício”, “a próxima assembleia”.
Nada disso foi ensaiado ou planejado. Foi uma cena perfeita, numa só tomada, e sem erros de gravação. Quem, além de Lula, conseguiria fazê-la? E o fato concreto é que, no imaginário popular, o ex-presidente tornou-se ainda maior. Quem venceu a fome, a ditadura, o preconceito e a desconfiança dos mercados há de vencer o câncer.
E, se Lula pode vencer, todos os brasileiros também podem.
fonte: Blog da Dilma
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