O comércio varejista no Ceará viveu um dia de tensão. Muitos lojistas fecharam as portas após informações de possíveis assaltos. O prejuízo estimado é grande. Houve fatos e boatos. Saiba o que abre hoje
Lojas do Centro e de demais corredores comerciais fecharam as portas com medo dos boatos de arrastões pela Capital (ANDRÉ SALGADO, ESPECIAL PARA O POVO)
Andreh Jonathas
andreh@opovo.com.br
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3 de janeiro de 2012 deve ficar marcado na história do Ceará. Para o comércio, um dia de prejuízo. Com a Polícia Militar (PM) em greve, ações de bandidos e ameaças de arrastões, grande parte do varejo do Estado fechou as portas com medo. Insegurança púbica.
O POVO ouviu líderes de entidades representantes do setor. Eles confirmam fatos, mas há também boatos e ameaças. De mais concreto, perdas nas vendas, que podem ser maiores, caso os turistas, que incrementam o comércio na alta estação, resolvam deixar a Capital.
“É da mais absoluta e profunda indignação. A gente espera que isso se resolva, para que o Estado volte ao normal. Com esse contingente indo embora, a gente perdeu o mês”, avalia Cid Alves, presidente do Sindicato do Comércio Varejista e Lojista de Fortaleza (Sindilojas-Fortaleza).
Alves ressalta que dois proprietários de grandes cadeias de lojas entraram em contato informando assaltos em seus estabelecimentos.
“Ontem (anteontem) à noite houve uma grande manifestação em um grande supermercado no bairro Montese. Hoje (ontem), no Centro, formaram um grupo na Praça José de Alencar e começaram a fazer pequenos furtos. Gritavam e a gritaria transformou-se em uma ‘bomba’. Eu soube de casos em restaurantes, em bares, de crimes que já acontecem, mas sendo creditados a uma ação de arrastão”, relatou o presidente do Sindilojas.
O presidente da Federação do Comércio do Ceará (Fecomércio-CE), Luiz Gastão Bittencourt, reuniu representantes do varejo, ontem, na sede da entidade para tratar sobre assunto.
“Precisamos de calma. Lojistas do Interior também tiveram problemas nos estabelecimentos. Nossa menor preocupação é com relação ao prejuízo. Não dá pra mensurar, embora saibamos que foi grande. A preocupação é com a segurança”, afirma Gastão.
Só boatos
Por volta de meio dia de ontem, as lojas no centro comercial da Monsenhor Tabosa começaram a encerrar as atividades. Tudo, em função de supostos arrastões.
“Fomos pegos de surpresas com informações de que seríamos tomados por arrastões. Os lojistas começaram a fechar as lojas. Nós pedimos segurança, chegaram uns policiais da Força Nacional e nos deu o apoio. Não foi suficiente para manter a tranquilidade. Às 14 horas, 30% das lojas apenas funcionavam”, conta Antonio Cruz Conçalves, presidente da Associação dos Lojistas da Monsenhor Tabosa (Almont).
Gonçalves assegurou que não houve assalto nem arrastão. “Só boato. Mas houve grande prejuízo com isso. A avenida estava lotada de turista que com certeza não querem voltar mais ali. Foi um caos para nós lojistas.
O setor de shopping informa não ter tido problema ontem e que irão abrir normalmente hoje.
Por quê
ENTENDA A NOTÍCIA
O Centro de Fortaleza é quem mais arrecada ICMS para o Estado. Além da insegurança da população, o recolhimento fica comprometido. As partes envolvidas na greve precisam entrar em um acordo ou será mais um dia de caos na Capital.
O POVO online
Veja vídeo das lojas da Avenida Monsenhor Tabosa fechadas
Veja fotos do comércio nas ruas da Capital
SERVIÇO
Lojas que vão abrir
Centro: A orientação é de funcionar, casos os proprietários tenham segurança particular ou se sentirem seguros.
Monsenhor Tabosa: Vão contratar mais segurança particular para abrir normalmente.
Shoppings: Abrem normalmente, informou Aloshop.
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