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quinta-feira, 17 de março de 2011

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Negócios  IBOPE CONSTATA -72% dos brasileiros são contra volta do CPMF
Tributo era conhecido como imposto do cheque e servia para financiar as despesas da saúde pública

FOTO: GEORGIA SANTIAGO

Apesar da evidente desaprovação, apenas 37% dos entrevistados sabiam responder o que é a contribuição à saúde


Brasília. A volta da cobrança da CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira) para ajudar a financiar a saúde no País é desaprovada por 72% dos brasileiros, indica pesquisa do Ibope divulgada ontem pela CNI (Confederação Nacional da Indústria).


Ao todo, 20% das pessoas aprovam a volta da cobrança e o restante não sabe ou não comentou. O levantamento mostra, porém, que o conhecimento da população acerca do tributo ainda é reduzido. Apenas 37% dos entrevistados sabiam responder o que é a CPMF. O questionamento só pode ser levado adiante após a explicação sobre do que se tratava a contribuição.


Governadores já pediram a volta do tributo ou a criação de uma contribuição semelhante para financiar as despesas com saúde. A presidente Dilma Rousseff já acenou positivamente para esse debate. Contudo, a pesquisa da CNI mostra que a população brasileira não só é contrária à volta da CPMF como 67% discordam em algum grau da criação de um novo tributo com objetivo de melhorar os serviços de saúde.

Imposto injusto


De acordo com 75% dos entrevistados, a CPMF é um imposto injusto porque afeta as pessoas independentemente da renda, e 63% dos entrevistados acreditam que a recriação da CPMF poderá provocar uma alta nos preços.

Na opinião dos brasileiros, o governo já arrecada o suficiente. Para 87% dos entrevistados, a carga tributária é considerada elevada ou muito elevada. Para 79% dos pesquisados, a percepção é de que o valor dos impostos está aumentando.

Na mesma pesquisa, o Ibope perguntou aos entrevistados sobre a percepção deles a respeito da qualidade dos serviços públicos. De 12 serviços apresentados, apenas quatro -fornecimento de energia elétrica, fornecimento de água, iluminação pública e educação superior- foram aprovados.

Da mesma forma, 81% dos entrevistados apontaram que, em vista da quantidade de impostos que são cobrados, os serviços públicos deveriam ser melhores e 82% acreditam que o governo já arrecada muito e não precisa aumentar impostos para melhorar os serviços públicos. Para 81% dos brasileiros, a má qualidade dos serviços públicos é responsabilidade mais da má gestão dos recursos do que da falta deles.


A pesquisa CNI-Ibope foi realizada entre 4 e 7 de dezembro de 2010 com 2.002 pessoas em 140 municípios. A margem de erro é de 2 pontos percentuais e o grau de confiança de 95%.

"A maioria dos brasileiros acredita que o governo já arrecada muito e não precisa aumentar os impostos para melhorar os serviços públicos", diz o estudo sobre a pesquisa "Retratos da sociedade brasileira: qualidade dos serviços públicos e tributação". No início do governo Dilma Rousseff, em janeiro, voltou a ser alimentada no meio político a ideia de ressuscitar a CPMF. Não como iniciativa do governo, porque a presidente não está disposta a assumir esse desgaste. A recriação seria lançada por governadores aliados. Alguns, como o de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), chegou a defender publicamente a volta da CPMF. O debate, no entanto, não prosperou.

Percepção

37% dos entrevistados sabem o que é CPMF. Para 87%, a carga tributária é considerada elevada ou muito elevada. Para 79%, a percepção é de que os impostos estão aumentando.


fonte DN 17.03.2011

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