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sexta-feira, 30 de setembro de 2011

20 segredos que nenhuma celebridade conta


Imagine a cena: Fernanda Lima passeia num shopping center no Rio de Janeiro. Magra, alta, loura e bonita, com aquele típico andar elegante das modelos de passarelas. Todo mundo para e vira a cabeça para dar mais uma olhada. Nesta mesma cena que você imaginou, acrescente duas crianças de pouco menos de 2 anos. São garotos lindos, gêmeos, com cabelos longos e lisos, e com tufos arrepiados no alto. Agora, além de quem circula pelo shopping ter parado para olhar, vendedores começam a sair das lojas para ver a celebridade. Então vamos colocar o pai, o galã de novelas Rodrigo Hilbert. Aí você vai precisar imaginar também uma dúzia de fotógrafos disputando espaço para clicar freneticamente essa família de celebridades.
 
Apague o Rodrigo porque ele não estava lá na tarde em que Seleções acompanhou Fernanda ao shopping. Mas visualize o restante, inclusive os fotógrafos. “Antes eu tinha raiva, mas estou mais acostumada. Só acho que eles exageram. Em vez de fazerem uma foto fazem 500, e enchem o saco. Mas esse interesse em torno das celebridades é um grande jogo de mercado.”
 
Nesse “jogo”, Fernanda Lima é uma das grandes atrações. De acordo com o acompanhamento do site Celeb feito nos últimos dois anos com as celebridades brasileiras, a apresentadora, modelo e atriz ocupa lugar destacado – uma das 30 maiores estrelas do país. Mais interessante ainda é ter chegado lá sem a sombra de escândalos, separações e outros eventos típicos que ocorrem na vida dos famosos. Saiba o que pensa Fernanda Lima e veja se não concorda conosco que essa jovem celebridade tem presença inspiradora.
 
 1) A gente “rala”, trabalha, trabalha, trabalha para ser reconhecida pro-fissionalmente. Mas uma volta no
shopping rende muito mais notícias ou capas de revista do que qualquer outra coisa. Tenho muito mais desejo de ser uma pessoa célebre por ter prestígio no meu trabalho do que por ter tido dois filhos fofos que vão ao supermercado e são fotografados pelo paparazzo.
  
2) Acho que as pessoas estão se iludindo com as imagens. A vida não é uma propaganda de margarina. Pode-se inventar uma vida, vender para um paparazzo e as pessoas comprarão, e daqui a pouco a celebridade está sendo contratada. Acho que as coisas estão acontecendo muito rápido. Então uma pessoa surge, no outro dia uma empresa se interessa, daí contrata, a pessoa sai vendendo um produto... É muito maluco o mercado assim.
 
 3) Não me arrumo pensando se vou ser ou não fotografada. Tento fazer o inverso. Ficar mais mal-arrumada, mais à vontade, mais escrachada, mesmo sabendo que no fundo as pessoas gostam de ver a gente de salto alto, maquiada, de vestido, como se fosse um grande filme da vida real. As pessoas gostam de ver o glamour o tempo todo, gostam de ver o que não é real. Tento equilibrar isso para não fazer as coisas como se pensasse nos paparazzi. Conseguir viver sem ficar pensando se vou ser aprovada ou reprovada pelas pessoas que vão me ver numa foto.
 
 4)Você põe uma roupa que não é sua, refaz a cara inteira, faz um supercabelo, bota cílios postiços, vai para a frente de uma luz que é programada durante horas para ser a luz daquela foto, posa para a foto, faz de 500 a mil cliques para escolherem uma única imagem que vai sair na capa da revista. A realidade é outra. Com certeza, quando acordo de manhã e me olho no espelho, não sou a mesma pessoa da foto. Isso é uma grande ilusão.
 
 5) Eu estava vendo a foto de uma cantora famosa no shopping com os filhos um dia desses. Pensei: caramba, nunca vi uma foto dela na rua, quanto mais com os filhos. E fiquei pensando puxa vida, que privação. Porque duvido que ela não queira estar num shopping, de repente ir comprar uma sandalhinha para a filha. Mas acho que ela acaba se privando disso, deixando de fazer, para não ficar exposta. Eu optei por viver, dar as caras, ser uma mãe normal, e estar com eles no shopping, sim, ir ali no lugar do brinquedinho e brincar com eles, e correr o risco de ser chamada de celebridade, de ser tachada de família margarina, ou de alguém dizer que estou querendo aparecer. Optei por isso para ter uma vida normal. Ou aparentemente normal.
 
 6) Não tenho coragem de dizer não para uma foto, mas prefiro que a pessoa chegue e peça para me fotografar, mesmo que eu esteja com comida na boca, a que ela faça a foto de longe, o que acontece muito. Sabe quando você olha para o lado e tem alguém já batendo uma foto? Acho muita invasão.
 
 7) Prefiro trabalhar minha espiritualidade, meu desenvolvimento como pessoa, a ficar refém de uma imagem para o público. Faço um trabalho psicológico e análise há muitos anos a fim de me espiritualizar e não ceder a essas pressões. Deito no meu tapete e faço uma hora e meia de ioga, porque sei como vou me sentir bem depois. Não se pode simplesmente criar uma imagem para os outros e, internamente, se sentir vazia, triste.
  
8) Os problemas de uma celebridade são os mesmos da vida de qualquer pessoa: satisfação no trabalho, culpas e pressões para ser boa mãe, boa esposa, e conseguir tomar conta da casa, equilibrando as finanças. Eu reclamo cada vez menos da vida. Problema para mim é perda de alguém querido, ou da saúde. Cada vez mais venho celebrando a vida, agradecendo, ainda mais depois de ver tanta tragédia. A análise, na verdade, é uma tentativa de autoconhecimento, assim como a ioga. Serve para entender atitudes, valores, ações e preconceitos.
 
9) Gosto de novela, gostaria de fazer mais, mas acho o processo muito maluco. Primeiro porque é longo e me obriga a ficar muito tempo fora de casa. E eu adoro ficar em casa. Chega perto das festas de Natal, Réveillon, e tem de trabalhar domingo. Acho uma rotina muito incerta, ficar sabendo hoje à noite como vai ser o seu dia de amanhã. Isso me deixa um pouco assustada. Mas acho muito interessante o processo de interpretação, tanto de novela quanto de cinema, minissérie. Acho incrível.
 
10) Falar de sexo era uma coisa que me preocupava bastante. Fiquei assustada durante seis meses, que foi o período de criação do programa. Será que eu preciso ser alguém que não sou? Será que preciso fingir que penso do jeito que não penso? Será que preciso falar tudo? Desde o princípio a gente foi alinhavando um tom para o Amor & Sexo que foi me deixando mais tranquila. A gente combinou que fugiria de qualquer palavra ou assunto que assustasse as pessoas, por mais que tenhamos tocado em temas bem delicados para a família brasileira. Mas tratamos tudo de maneira respeitosa, sem vulgaridade.
 
11) Quero ter equilíbrio para fazer com que minha vida profissional seja longa e constante, e não apenas fazer um sucesso e, de repente, rá-rá-rá, eu sou o máximo, não sei o quê, e amanhã eu não tenho ideia ou não tenho cabeça para criar um novo programa.
 
12) O lado bom de ser celebridade é ter o privilégio de chegar a lugares que, talvez, sendo anônima, você não chegaria. Vou dar um exemplo bem fútil: Carnaval. Eu nem sou uma pessoa carnavalesca. Gosto, mas não amo. Mas o fato de ser convidada para desfilar numa Escola de Samba sem ser uma sambista, sem ser uma passista maravilhosa, de ter alguém fazendo uma fantasia para mim, e, no dia, poder desfilar naquela avenida, olhar as pessoas, é muito lindo, um privilégio.
 
13) Outro privilégio é você chegar a qualquer lugar e uma pessoa te chamar pelo nome. “Fernanda, vem cá, deixa eu te mostrar isso aqui.” Puxa, eu não te conheço e você está me chamando pelo nome! A forma como as pessoas me abordam normalmente é muito carinhosa.
 
14) Quando você trabalha como modelo, não pensa no produto, pensa em pagar o seu aluguel. Hoje eu já posso dizer não para um monte de coisas. 
 
15) Por enquanto, só eu cortei o cabelo dos meus filhos. A minha mãe cortou os cabelos lá de casa a vida inteira: do meu pai, os meus e dos meus irmãos. Então, talvez seja uma coisa de família que eu acho que também sou capaz. Mas só corto a franjinha, quando eles estão dormindo.
 
16) Não sou mesquinha, mas economizo. Acho o fim da picada jogar comida fora. Se boto comida demais e as crianças não comem, eu como; mesmo que não esteja com fome. Como ou dou para alguém comer. Hoje é proibido maçã apodrecer na minha casa. Tenho pavor de desperdício.  
 
17) O Rodrigo tem mania de comprar e abrir um novo vidro de maionese quando o anterior está na metade. Ele teve uma infância com três irmãos, uma vida simples, em que cada bife era divido por cinco. Então hoje ele poder gastar com comida. Eu só chamo a atenção porque digo que nem sempre a gente vai ter.
 
18) Compro sempre o mais barato. Acho uma loucura uma bolsa custar 6 mil reais. Acho um absurdo. Não compro. E se alguém me vir usando, tem alguma mutreta ali. Troquei, desconto, fiz permuta, fui ao desfile. Não pago mesmo. Pois sei quanto custa a babá, a escola, o motorista, o médico... Guardo tudo o que é caixinha, tampinha, latinha. Às vezes, eu nem consigo usar, mas guardo porque acho que a gente sempre precisa: pote de vidro, de geleia. Porque depois eu preciso de um potinho para germinar semente e é lá que eu vou buscar.
 
19) Eu tive de refazer a minha casa para pôr telas de mosquito. Fiz umas três, quatro portas, uma outra janela. Aí um dia o Rodrigo disse: “Pô, mas essa tela de janela eu faço mole.” Em vez de gastar mil reais com a tela, você vai gastar quanto? E a gente fez as contas e deu tipo R$ 150. É óbvio que a dele é inferior, mais tosca, mas a função é a mesma. Então mandei fazer mais da metade das portas, mas a janela e o quarto de hóspedes foi ele quem fez. Ter uma tela feita por um profissional é legal, mas ter uma tela feita por ele é mais legal, porque dá personalidade.
 
20) Meu pai fica muito feliz com as coisas que aconteceram comigo. Ele torce pelo meu sucesso, mas é um pouco deslumbradinho (risos). Ele guarda tudo: se sai uma nota minha, uma foto, ele leva para um depósito lá no sítio. É muito engraçado. O ensinamento que ele sempre me deu é justamente dar valor às coisas. O meu pai é cheio de ditados. Ele sempre me diz: “Mantenha o pé no chão”, “Olha de onde tu vieste” e “Lembre-se de que tu não és filha de perdiz”. Ele também me lembra sempre de agradecer porque quanto mais a gente agradece, mais coisa boa vem. Concordo com ele.
 
fonte: Seleções

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