O Facebook pode ter que pagar uma multa de até 100 mil euros por guardar dados pessoais sobre um estudante austríaco que ele próprio havia deletado. As informações são do jornal britânico "Guardian".
Max Schrems, 24, decidiu pedir para o Facebook uma cópia dos seus dados após assistir palestra de um executivo da rede que ocorreu em junho, na Califórnia.
Ele ficou chocado após receber um CD com 1.200 páginas que incluíam informações que ele diz ter excluído de seu perfil. Cutucadas, pedidos de amizade, marcações em fotos, eventos que Schrems tinha participado e históricos do chat - estavam todos lá, mesmo aqueles já deletados pelo estudante.
O fato fez o estudante separar as supostas violações de privacidade em vários tópicos e registrar 22 queixas no Irish Data Protection Commissioner, órgão de proteção de dados da Irlanda, país onde se localiza a administradora dos usuários europeus do Facebook. Schrems também criou o Europe versus Facebook, site sobre o andamento do processo e notícias relacionadas.
De acordo com o jornal, a primeira auditoria será realizada na próxima semana e, se o Facebook for declarado culpado por violações de proteção de dados, a pena máxima é uma multa de 100 mil euros (cerca de R$ 246 mil).
"Descobri que o Facebook mantém mensagens pessoas que escrevi e deletei e que, se elas se tornarem públicas, podem danificar seriamente minha reputação", disse Schrems. "O Facebook está agindo como a KGB ou a CIA (serviços secretos de investigação da antiga União Soviética e dos Estados Undos)", completou o estudante.
O Facebook respondeu em comunicado que "providenciou toda a informação necessária" para satisfazer à solicitação do estudante e que outras informações também foram incluídas no CD, como detalhes sobre o funcionamento da rede e outros dados que não eram pessoais.
O TEMPO
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