Gêra Ornelas já sofria processo do Ministério Público por improbidade administrativa e agora é acusado pelos colegas de quebrar o decoro parlamentar por causa dos trajes íntimos usados no gabinete
Câmara Municipal de Belo Horizonte (CMBH) pode abrir processo por quebra de decoro parlamentar contra o vereador Gêra Ornelas (PSB), que apareceu em um vídeo despachando em seu gabinete de cueca samba-canção. Ornelas também aparece acariciando os cabelos de uma mulher que aparenta ter boletos de cobrança nas mãos. As imagens foram feitas pelo próprio parlamentar, que usa uma caixa de papelão para camuflar a câmera, e fazem parte de um processo por improbidade administrativa movido contra Ornelas pelo Ministério Público do estado (MP).
O vídeo, divulgado pelo jornal Hoje em Dia, foi entregue aos promotores por um ex-assessor do socialista, que acusa o vereador de exigir parte de seu salário para mantê-lo trabalhando no gabinete. O parlamentar está no quarto mandato. A ação civil pública foi encaminhada ao Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG).
No processo, o MP acusa Ornelas de receber indevidamente pouco mais de 600.000 reais. Durante as investigações, os promotores conseguiram na Justiça a quebra do sigilo bancário do vereador e constataram que o dinheiro foi depositado diretamente em sua conta.
Em depoimento ao MP, o parlamentar não conseguiu explicar a origem dos recursos. Os promotores pedem à Justiça o afastamento de Ornelas, bem como o sequestro de seus bens e a devolução dos valores, que teriam sido fruto de propinas.
Decoro - Além da questão legal, as atitudes de Ornelas também devem ter desdobramentos políticos, principalmente por causa das imagens em que aparece de cueca em seu gabinete. A mesa diretora da CMBH encaminhou representação ao corregedor, vereador Edinho Ribeiro (PTdoB) para que o caso seja apurado.
Edinho Ribeiro disse que quer ver os autos da investigação contra Ornelas, apesar de ainda não ter feito requisição oficial ao MP. "Foi desrespeitosa a atitude do vereador. Vamos tratar (a questão) com muita seriedade, mas ele terá amplo direito de defesa", afirmou Ribeiro.
fonte: Veja
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