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quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Chega a 69 número de fuzis apreendidos na região da Rocinha

Disque-denúncia da polícia carioca recebe 308 ligações em apenas dois dias
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A Secretaria de Segurança do Rio de Janeiro informou na tarde desta terça-feira que as polícias Civil e Militar apreenderam 69 fuzis nas comunidades Rocinha, Vidigal e Chácara do Céu, ocupadas desde a madrugada de domingo.
Hoje, o Batalhão de Operações Especiais (Bope) apreendeu uma metralhadora .30, cinco fuzis .30, cinco fuzis AK-47, dois fuzis FAL, dois fuzis FAP, um fuzil Parafal, um fuzil M-16, duas espingardas calibre 12, duas pistolas 9 mm, nove granadas e 123 carregadores para fuzil.
Na segunda-feira, policiais precisaram pedir apoio à Secretaria Municipal de Obras para que operários com britadeiras rompessem uma camada de concreto de uma cisterna onde foi encontrado um arsenal, com granadas, fuzis, pistolas e munição.
Nem e a tomada da Rocinha
O chefe do tráfico da favela da Rocinha, Antônio Francisco Bonfim Lopes, o Nem, foi preso pelo Batalhão de Choque da Polícia Militar no início da madrugada de 10 de novembro. Um dos líderes mais importantes da facção criminosa Amigos dos Amigos (ADA), ele estava escondido no porta-malas de um carro parado em uma blitz por estar com a suspensão baixa, em uma das saídas da maior favela da América Latina -, que havia sido cercada por policiais na noite do dia 8 de novembro.
Desde o dia anterior, a polícia já investigava denúncias de um possível plano para retirar o traficante da Rocinha. Além de Nem, três homens estavam no carro. Um se identificou como cônsul do Congo, o outro como funcionário do cônsul, e um terceiro como advogado - a embaixada da República do Congo, entretanto, informou não ter consulados no Rio. Os PMs pediram para revistar o carro, mas o trio se negou, alegando imunidade diplomática. Os agentes decidiram, então, escoltar o veículo até a sede da Polícia Federal. No caminho, porém, os ocupantes pediram para parar o carro e ofereceram R$ 1 milhão para serem liberados. Neste momento, os PMs abriram o porta-malas e encontraram Nem, que se escondia com R$ 59,9 mil e 50,5 mil euros em dinheiro.
Nem estava no comando do tráfico da Rocinha e do Vidigal, em São Conrado, junto de João Rafael da Silva, o Joca, desde outubro de 2005, quando substituiu o traficante Bem-te-vi, que foi morto. Com 35 anos, dez de crime e cinco como o chefe das bocas de fumo mais rentáveis da cidade, ele tinha nove mandados de prisão por tráfico de drogas, homicídio e lavagem de dinheiro. Nem possuía um arsenal de pelo menos 150 fuzis, adquiridos por meio da venda de maconha, cocaína e ecstasy, sendo a última a única droga consumida por ele. Com isso, movimentaria cerca de R$ 3 milhões por mês, graças à existência de refinarias de cocaína dentro da favela.
O fim do domínio de Nem na Rocinha foi o último obstáculo à entrada das forças de segurança na favela para a instalação de uma Unidade de Polícia Pacificadora (UPP). Na madrugada do dia 13 de novembro, agentes das polícias Civil, Militar e Federal, além de homens das Forças Armadas, iniciaram a ocupação do local escoltados por um forte aparato. No entanto, os traficantes já haviam deixado a comunidade, e a operação foi concluída sem qualquer confronto.
Disque-Denúncia
Apenas nos dois primeiros dias da Operação Choque de Paz, entre domingo e ontem, o Disque-Denúncia recebeu 308 ligações relacionadas às comunidades da Rocinha e do Vidigal, na zona sul do Rio de Janeiro. Nas três semanas anteriores, a média de ligações diárias durante um domingo ou segunda-feira sobre as comunidades era de apenas quatro.
Somando-se os primeiros 14 dias de novembro, o Disque-Denúncia recebeu 673 denúncias relacionadas às duas localidades - 30 vezes mais do que no mesmo período em 2010, quando foram recebidas apenas 22.
As denúncias da população auxiliam as polícias Militar e Civil na busca de depósitos de armas e drogas escondidos nas duas comunidades.

fonte: ISTO É

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