O anúncio da porta-voz do Escritório da ONU para Assuntos Humanitários chega pouco após a visita de Valerie Amos, chefe dessa divisão da entidade, ao país. Mais cedo, ela destacou que a Síria não está recebendo ajuda internacional suficiente para atender aos afetados pela repressão do governo aos protestos.
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Síria reza durante manifestação contrária ao governo em Idib, no norte do país
O governo do presidente Bashar al-Assad, cuja renúncia é exigida pelos manifestantes, concordou com uma "avaliação limitada" para averiguar as necessidades mas urgentes da população.
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Ativistas dizem que os ataques das forças do regime durante a sexta-feira deixaram mais de 40 mortos em todo o país. As mortes ocorrem no mesmo dia em que o enviado especial da ONU e da Liga Árabe para a Síria, o ex-secretário-geral das Nações Unidas Kofi Annan, chegou a Damasco. Ele deve se reunir com Assad neste sábado, quando argumentará por um "acordo político".
Na última quinta-feira, Annan disse que uma intervenção militar contra o país só tornaria a situação pior. Sua posição ecoa o que o presidente americano, Barack Obama, disse na terça-feira, ao classificar uma potencial intervenção militar dos Estados Unidos contra Damasco como "um erro".
'Avaliação limitada'
Em uma entrevista coletiva concedida na Turquia, Amos informou que pediu acesso ilimitado às áreas mais atingidas pelos confrontos, mas o governo sírio pediu mais tempo.
"O governo concordou com um exercício de avaliação limitada que será conduzido pelas agências da ONU e autoridades sírias, o que vai nos dar algumas informações sobre o que está acontecendo no país", disse.
No entanto, ela afirmou que a organização continua pressionando para ter mais acesso. "Continuamos precisando de um compromisso mais sólido que vai nos permitir ter mais informação sobre o que está acontecendo."Amos também visitou campos de refugiados na fronteira entre a Síria e a Turquia, onde estão 11 mil sírios.
Protesto
Nesta sexta-feira, milhares de pessoas teriam voltado às ruas das principais cidades da Síria para protestar contra Assad.
Segundo o Observatório Sírio para os Direitos Humanos, baseado na Grã-Bretanha, ocorreram grandes protestos nas cidades de Deraa, Latakia, Homs, Hama, Deir Ezzor e Aleppo.
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O grupo de ativistas do Comitê de Coordenação Local (CCL) informou que 46 pessoas foram mortas no país nesta sexta-feira, sendo 22 apenas em Homs e outras 11 em Idlib, perto da fronteira com a Turquia. Outras cinco foram mortas em Deraa, quatro em Hama, duas em Damasco, uma em Latakia e uma em Aleppo.
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Sírio chora durante enterro de pai, morto por franco-atirador do Exército da Síria em Idlib (08/03)
O Observatório Sírio afirmou que soldados, com o apoio de tanques, estão se reunindo em Idlib, para atacar o Exército Livre da Síria, a principal força militar rebelde do país. Alguns ativistas temem que Idlib possa ter o mesmo destino que o bairro de Baba Amr, em Homs.
Os relatos não podem ser verificados, por causa da restrição à presença da imprensa internacional na Síria.
No fim de fevereiro, a ONU estimou em 7,5 mil o número de mortes na repressão do regime aos protestos que pedem a renúncia de Assad, iniciados há quase um ano.
BBC
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