O uso diário de aspirina reduz para metade várias formas de cancro hereditário, tanto do colo do útero como colorrectal. A conclusão, com base num estudo de dez anos que envolveu 43 cientistas de 16 países, é publicada hoje na edição online da revista médica “Lancet”. Patrick Morrison, um dos autores do estudo da Universidade de Queen, disse ontem ao i que esta é a descoberta mais importante dos últimos anos na prevenção do cancro. “Um tratamento mais barato e uma mudança de vida poderão fazer uma diferença imensa. E isto poderá aplicar-se também à população em geral.”
O estudo, financiado pelo instituto Cancer Research UK, seguiu 1000 doentes e centrou-se nos cancros associados à síndrome hereditária Lynch, que estará por trás de 5% dos casos de cancro colorrectal mas também de outras formas de doença oncológica. Quando tomavam aspirina numa base regular, os doentes desenvolviam na mesma os pólipos característicos desta condição genérica, e precursores do cancro, mas havia menos casos de cancro – a incidência variou, neste período, entre os 30% no grupo que não tomava esta medicação e os 15% nos doentes que tomaram aspirina. A explicação mais provável é que este medicamento poderá fazer com que as células sejam destruídas antes de se tornarem cancerosas. Morrison aproveita para sublinhar que não tiveram qualquer apoio da Bayer, a farmacêutica que desenvolveu a aspirina.
Os resultados não foram evidentes durante os primeiros cinco anos do estudo, mas mais tarde tornaram-se claros. “Depois de cinco anos tínhamos uma quebra de 60% no cancro do cólon, por isso a aspirina leva tempo a actuar.” Agora, e num novo ensaio clínico, falta estabelecer a dose ideal de aspirina mas também testar se a toma diária pode ser eficaz noutras formas de cancro colorrectal, que afectam a população em geral. O cientista alerta que os doentes que queiram começar a fazer este tipo de medicação devem discuti-la primeiro com o médico de família, por haver risco de efeitos secundários, como problemas de estômago.
Esta contra-indicação da aspirina, que já se revelou benéfica na prevenção da doença cardíaca, tem originado debates na comunidade médica. Um estudo publicado em Agosto na “British Journal of Cancer” (BJC) lembrava que o seu papel não deve ser negligenciado, tanto na capacidade preventiva como na de “adjuvante” em tratamentos oncológicos. Os cientistas acreditam que o medicamento usado para as dores em geral e a febre interfere com o processo de morte celular e pode ser útil na destruição de células malignas. No caso do cancro, os autores dizem que os benefícios na redução da mortalidade e morbilidade podiam ser maiores que os riscos relacionados com o factor anticoagulante, ligado a mais hemorragias internas.
O estudo, financiado pelo instituto Cancer Research UK, seguiu 1000 doentes e centrou-se nos cancros associados à síndrome hereditária Lynch, que estará por trás de 5% dos casos de cancro colorrectal mas também de outras formas de doença oncológica. Quando tomavam aspirina numa base regular, os doentes desenvolviam na mesma os pólipos característicos desta condição genérica, e precursores do cancro, mas havia menos casos de cancro – a incidência variou, neste período, entre os 30% no grupo que não tomava esta medicação e os 15% nos doentes que tomaram aspirina. A explicação mais provável é que este medicamento poderá fazer com que as células sejam destruídas antes de se tornarem cancerosas. Morrison aproveita para sublinhar que não tiveram qualquer apoio da Bayer, a farmacêutica que desenvolveu a aspirina.
Os resultados não foram evidentes durante os primeiros cinco anos do estudo, mas mais tarde tornaram-se claros. “Depois de cinco anos tínhamos uma quebra de 60% no cancro do cólon, por isso a aspirina leva tempo a actuar.” Agora, e num novo ensaio clínico, falta estabelecer a dose ideal de aspirina mas também testar se a toma diária pode ser eficaz noutras formas de cancro colorrectal, que afectam a população em geral. O cientista alerta que os doentes que queiram começar a fazer este tipo de medicação devem discuti-la primeiro com o médico de família, por haver risco de efeitos secundários, como problemas de estômago.
Esta contra-indicação da aspirina, que já se revelou benéfica na prevenção da doença cardíaca, tem originado debates na comunidade médica. Um estudo publicado em Agosto na “British Journal of Cancer” (BJC) lembrava que o seu papel não deve ser negligenciado, tanto na capacidade preventiva como na de “adjuvante” em tratamentos oncológicos. Os cientistas acreditam que o medicamento usado para as dores em geral e a febre interfere com o processo de morte celular e pode ser útil na destruição de células malignas. No caso do cancro, os autores dizem que os benefícios na redução da mortalidade e morbilidade podiam ser maiores que os riscos relacionados com o factor anticoagulante, ligado a mais hemorragias internas.
Pílula também previne Outro estudo publicado esta semana na BJC concluiu que a toma de pílula contraceptiva também parece reduzir 45% o risco de cancro dos ovários. Neste trabalho citado pelo “Guardian” a gravidez surge como o segundo factor de protecção com maior peso, com uma redução de 29% do risco nas mulheres com um filho e de 8% por cada filho a partir do segundo. A conclusão é uma das primeiras a sair do estudo europeu Epic (European Prospective Investigation of Cancer), que está a acompanhar mais de um milhão de pessoas na Europa há mais de dez anos. Os investigadores sublinham que o efeito preventivo não é igual em todas as mulheres, uma vez que também existem factores genéticos que predispõem para este tipo de cancro.
http://www.ionline.pt/portugal/aspirina-todos-os-dias-reduz-risco-cancros-hereditarios-metade
http://www.ionline.pt/portugal/aspirina-todos-os-dias-reduz-risco-cancros-hereditarios-metade
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