Vereadores confirmaram que a busca e a apreensão no gabinete do petista só não ocorreram por falta de mandado
'João da Locadora diz a Cabo Júlio que 'ônus da prova cabe a quem acusa'
A tribuna da Câmara Municipal de Belo Horizonte serviu de palco para mais uma baixaria. Depois das cenas gravadas em que o vereador Gêra Ornelas (PSB) aparece de cueca em seu gabinete, conforme revelou o Hoje em Dia, nesta terça-feira (25) foi a vez do peemedebista Cabo Júlio acusar o gabinete do petista João Bosco Rodrigues, o João da Locadora, de servir de ponto para o tráfico de drogas. Segundo Júlio, a polícia tentou fazer busca e apreensão no gabinete do colega, após rastrear telefonemas envolvendo a venda de entorpecentes. João da Locadora nega as acusações. O caso pode parar, agora, na Corregedoria da Câmara.
O assunto veio à tona depois que a bancada do PT apresentou um pedido de esclarecimentos com relação à situação de Gêra Ornelas. Cabo Júlio acusou o vereador João da Locadora de “hipocrisia”. “Não podemos admitir esta situação. Se é para falar, vamos mostrar os fatos. A polícia esteve na Câmara e queria fazer uma busca no gabinete do João da Locadora”, acusou.
O vereador Alexandre Gomes (PSB), que ocupava a presidência quando o fato foi registrado, confirmou o caso. “Os policiais estiveram na Câmara, mas não tinham o mandado de busca. Por isso, não autorizei a entrada deles.”
O vereador João da Locadora evitou comentar o assunto. “O ônus da prova cabe a quem acusa. Não vou render assunto porque o clima está ruim na Casa”. Porém, no plenário, ele rebateu as acusações. “Aqui na Casa tem outros casos que é melhor nem entrar em detalhes”.
Nesta quarta-feira (26), o vereador Cabo Júlio deverá apresentar duas representações contra João da Locadora pedindo esclarecimentos sobre o possível envolvimento dele no caso e também mais clareza nas acusações que foram feitas no plenário pelo vereador. “Agora, ele terá de provar tudo”, disse o peemedebista.
Cassação de Ornelas ganha força
Além das novas acusações, os rumores sobre a cassação do vereador Gêra Ornelas ganham força dentro da Câmara. Partidos políticos já estão orientando os vereadores a votar a favor da saída do parlamentar. Pelo menos quatro legendas, entre elas o PT, já se mostraram favoráveis à cassação por quebra de decoro parlamentar.
Nesta terça-feira, o assunto voltou a ser tratado na Câmara. Durante a reunião plenária, vários vereadores discutiram o escândalo. A ala que defende a cassação parece ganhar força. “Vários partidos já definiram o posicionamento e aguardam apenas o tema chegar ao plenário. Não há como sustentar mais a situação dele”, afirmou um vereador, que pediu para não ser identificado. Nos bastidores, a informação é de que vários partidos, entre eles PPS, PCdoB e PT já teriam orientado pela votação.
De acordo com o prazo estabelecido, Gêra Ornelas tem até o dia 3 de novembro para apresentar sua defesa. Depois disso, o corregedor da Casa, Edinho Ribeiro (PTdoB), terá 15 dias para se posicionar. Após a orientação dele, o caso pode parar no plenário, onde haverá a votação que vai definir se Gêra Ornelas deixará o cargo.
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