Fonte: O POVO Online/OPOVO/Tendências
A influência das mídias sociais no Brasil ainda é insignificante. Essa é a principal conclusão da pesquisa Verdades, Mentiras & Mídias Sociais, divulgada esta semana durante a Social Media Week, fórum de discussão e debates sobres as tendências em mídias sociais., em São Paulo.
De acordo com o estudo - que, para muitos, tem resultado surpreendente -, a principal função das mídias socias no Brasil é servir de “caixa de repercussão”, de lugar de ressonância para os assuntos que foram noticiados pela mídia tradicional. Diferentemente do que acontece nos Estados Unidos, por exemplo, aqui as mídias sociais ainda não pautam as discussões.
“A maioria esmagadora do conteúdo das mídias socias no Brasil é de caráter pessoal. Faltam aqui os blogs independentes que, nos Estados Unidos, geram conteúdo e pautam a mídia tradicional. Eles praticamente inexistem no Brasil. E os poucos que existem têm pouca relevância”, explica Ken Fujioka., Head de Plajemento da agência JWT Brasil, e um dos autores do estudo. E ele completa. “Mesmo que o furo chegue primeiro no Twitter ou no Facebook, é na mídia tradicional que a cobertura aprofundada e a grande parte dos furos acontecem”.
Metodologia
Para chegar a esses resultados, a JWT Brasil realizou entrevistas com especialistas, analisou 7.418 matérias publicadas ao longo de 2010 no que considera três dos maiores veículos jornalísticos brasileiros: as revistas Época, Veja e o telejornal Jornal Nacional; e ainda as ferramentas Google Trends, Google Em Tempo Real, relatórios que Twitter e Facebook divulgaram no fim do ano; assim como artigos em blogs e veículos convencionais.
Entre as principais conclusões do estudo, estão:
- A mídia tradicional é a fonte de informação para os assuntos “noticiosos” do cotidiano. É nela que as pessoas se informam sobre política, esportes, economia etc. Esses assuntos são, então, comentados nas mídias sociais.
- Não é vocação de Twitter, Orkut e Facebook gerar pautas, apenas amplificar um assunto.
- As mídias sociais raramente pautam a mídia tradicional, geralmente são mais usadas como fontes de pesquisa.
- O hábito de navegação do brasileiro ainda passa bastante pelas homepages dos portais, que tiveram a competência de criar esse hábito e de mantê-lo até hoje.
- Os investimentos estão também bastante direcionados aos grandes portais, pela massa crítica que souberam criar. A mídia online no Brasil ainda é pequena se comparada aos outros meios (Internet é somente cerca de 5% do bolo publicitário), mas, em 2010, segundo dados do Ibope, estima-se que a soma dos investimentos nos cinco grandes portais tenha sido superior a 50%.
- Com esse tráfego e esses investimentos, os portais conseguem trazer, para seus quadros, produtores de conteúdo de qualidade, reputação e audiência — muitos dos quais começaram com blogs pessoais.
Mercado
Antes que os primeiros apocalípticos ameacem anunciar o fim das mídias sociais como plataforma de negócios, o executivo da JWT Brasil tranquiliza o mercado. “O advento de uma nova mídia vem junto com uma euforia. O que fizemos com esse estudo foi esclarecer o que é euforia e o que é fato”, afirma Ken.
“Não acredito que isso irá desaquecer o mercado publicitário nas mídias sociais. Os investimentos ainda estão no começo e essa pesquisa serve para que a gente faça esse ingresso de maneira consciente. As mídias têm vocações diferentes. A mídia tradicional tem um papel de curadoria, de selecionar o que é importante para as pessoas. Já as mídias sociais têm vocação de ressonância, de ambiente de conversa. Toda estratégia de comunicação deve levar em conta esses dois papeis. As campanhas mais modernas já têm feito isso”.
ENTENDA A NOTÍCIA
O quanto as mídias sociais interferem na mídia tradicional e vice-versa? Esse foi o questionamento que motivou a pesquisa Verdades, Mentiras & Mídias Sociais, cujo resultado acaba de ser divulgado pela agência JWT Brasil.
Émerson Maranhão
emerson@opovo.com.br
OBS. Com todo respeito ao blog "Sapipa Informativo" e os demais blogs mas, trata-se de uma pesquisa
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