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quarta-feira, 30 de março de 2011

O ex-vice-presidente da República José Alencar morreu ontem às 14h41


Ex-vice-presidente lutou contra o câncer por 13 anos e dizia sempre não temer a morte


O ex-vice-presidente da República José Alencar morreu ontem às 14h41, no hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, aos 79 anos. Segundo nota do hospital, em razão de câncer e falência múltipla de órgãos.

Empresário de sucesso, Alencar foi eleito pela primeira vez em 1988, para o posto de senador por Minas Gerais. Escolhido vice na chapa de Lula à presidência em 2002, passou a ser conhecido em todo o país.

No entanto, a atuação política, embora reconhecida por todos que conviveram com Alencar, não é a principal marca deixada por ele. A luta de 13 anos contra o câncer foi o que despertou a simpatia e a identificação de boa parte da população, principalmente nos últimos anos, quando seu tratamento, que incluiu mais de 15 cirurgias, passou a ser acompanhado de perto.

Dizia sempre não temer a morte e completava, bem-humorado: "Não sei o que é a morte. A gente não sabe se a morte é melhor ou pior".

Desde 1997, Alencar foi submetido a cirurgias para a retirada de tumores no rim, estômago e região do abdômen, próstata, além de uma cirurgia no coração, em 2005. A maior das intervenções, realizada em janeiro de 2009, durou quase 18 horas. Nove tumores foram retirados. Exames realizados alguns meses depois, porém, mostraram que a doença havia voltado.

Luto de sete dias

"Foi uma grande honra ter convivido com ele", afirmou a presidente Dilma Rousseff em Portugal.

Ao seu lado, o ex-presidente Lula chorou ao se referir a Alencar como irmão. "Era uma relação de companheiros. Eu falava com ele praticamente toda semana", disse.

O presidente da República em exercício, Michel Temer, decretou luto oficial de sete dias.

A professora aposentada Rosemary de Morais, 55 anos, que afirma ser filha de Alencar, disse que ficou sabendo da notícia pela TV e lamentou não ter conseguido manter contado com ele.

Em janeiro do ano passado, quando se discutia no Palácio do Planalto o candidato a vice-presidente na chapa de Dilma Rousseff, Lula defendeu mais de uma vez a escolha de um nome com perfil semelhante ao de José Alencar.

O então presidente falava por experiência própria. Em 2002, o aval conservador representado por Alencar, então no Partido Liberal (PL), ajudou a dar segurança à classe média e reduzir a desconfiança do empresariado e dos mercados financeiros. Lula já havia perdido três eleições para presidente (1989, 1994 e 1998).

Nos oito anos no poder, Lula e Alencar mantiveram uma ótima relação, sempre de muita proximidade. O presidente recebia com tranquilidade as críticas do vice à política econômica e aos juros altos, marca registrada de Alencar.

"Como vamos crescer, gerar empregos e distribuir renda com o país cada vez mais empobrecido? O empobrecimento advém desses juros", disse à revista Época em abril de 2003.

Mesmo durante a crise desencadeada pelo escândalo do mensalão (de pagamento de propina à base aliada), Alencar não deu sinais de que ambicionava mais poder do que o cargo lhe conferia.

Entre 2003 e 2010, exerceu a presidência por 398 dias, nos períodos de viagens de Lula ao exterior, principalmente no segundo mandato.

Vice foi aval conservador à eleição de Lula em 2002. ESG. Fonte: http://www.destakjornal.com.br/readContent.aspx?id=14,92046/

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