No mínimo, preconceito
Fonte: O POVO Online/OPOVO/Opinião
O Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) anunciou esta semana que quer ampliar as parcerias com o governo brasileiro nas ações voltadas ao direito das crianças e aos adolescentes.
O fato se deve, segundo a representante da instituição no Brasil, Marie-Pierra Poirier, aos avanços verificados no Brasil na área social, como a queda da desnutrição e da mortalidade infantil, a ampliação do registro civil de nascidos e o desenvolvimento social de regiões como o Semiárido nordestino.
Ela ressaltou ainda “o progresso do Brasil no combate à pobreza como espetacular”.
A referência do Unicef é importante para que possamos ampliar a nossa visão sobre o momento pelo qual o Brasil vem passando. É muito fácil criticar as políticas de combate à pobreza usando apenas o argumento de que ações nessa direção funcionam como estímulo à cultura da acomodação.
O próprio Unicef reconhece que a garantia de renda às famílias pobres tem efeitos positivos na alimentação, saúde e também no campo da educação, já que melhoram a frequência escolar, bem como inibe o ingresso precoce no mundo do trabalho.
É claro que sempre haverá gente que irá se acomodar ao receber ajuda dessa forma. Mas jamais podemos tirar isso como regra.
As pessoas mais carentes merecem atenção especial, sim, e os programas assistenciais tem funcionando no sentido de garantir o básico. É inerente a qualquer indivíduo querer melhorar de vida. Por que não deveria ser com os mais pobres?
Querer, portanto, a partir do senso comum, dizer que os programas assistenciais são prejudiciais e acomodam é no mínimo preconceito. Ou será que não há entre os mais abastados os que se acomodam com seu belo salário no final do mês? Talvez, mais do que os carentes, esses sim, é que deveriam ser recriminados ou acusados de preguiçosos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário