Conversas por mensagens no celular, música e jogos no ipod, troca de informações pelas redes sociais. Tudo isso na hora da aula, escondido do professor. O desafio da escola, e dos pais também, é orientar o uso das tecnologias
Escondido dos professores, alunos usam aparelhos, como celulares, na sala de aula (FOTO: RAFAEL CAVALCANTE)
A pesca é enviada e recebida via rede social. Por mensagem de celular, a conversa é paralela às explicações do professor. Em tempos de novas tecnologias, os educadores encaram também novas transgressões na sala de aula.
Celulares, tablets, ipods, netbooks estão dentro e fora da mochila dos alunos. O desafio é fazer com que os estudantes utilizem a tecnologia a favor da educação e não como um instrumento para burlar aulas e avaliações.
Entre os alunos, a prática de usar equipamentos tecnológicos escondido durante a explicação das matérias já se tornou comum. “Geralmente isso ocorre quando a aula não desperta o nosso interesse. É só olhar para os lados que tem um monte de aluno mexendo no celular escondido entre os cadernos para passar o tempo”, detalha uma estudante que preferiu não se identificar.
E são muitas as estratégias usadas para conseguir “enganar” os professores em sala de aula. “Tem gente que coloca o fone de ouvido escondido pelo fardamento, outros deixam o ipod entre as folhas do caderno. Eu consigo mexer com o celular dentro da bolsa”, revela outra aluna.
Durante a aula, o estudante João Vitor Arruda, 15, já chegou a receber bronca do professor via rede social. “Tinha postado um comentário e o professor de outra matéria sabia que estava em aula. Ele me deu uma bronca via Twitter. Nunca mais postei nada na hora da aula”.
A estudante Ester Maia, 15, reconhece que as novas tecnologias acabam sendo usadas em excesso. “Soube que uma colega conseguiu fazer a prova de biologia pescando pela Internet do celular. Ela não sabia uma questão e colocou no Google para responder. E ninguém percebeu”, conta.
Levar equipamentos eletrônicos para a escola não é proibido. O problema é quando os alunos teimam em usá-los durante as aulas e avaliações, sem permissão dos professores. Há relatos em diversas escolas da Capital sobre estudantes que responderam questões de prova via rede social ou por mensagem de celular.
“A pesca por bilhete já ficou para trás. A cada dia surgem novos desafios que a escola tem que acompanhar. É preciso ensinar o bom senso na utilização dos recursos tecnológicos”, aponta a coordenadora pedagógica Susie Ferrer.
Orientação
Em contrapartida, as escolas criaram regras específicas para coibir essa prática ilícita. Apreensão do equipamento, suspensão do aluno e até nota zero na avaliação. Nesse processo educativo, a participação dos pais é fundamental, apontando os limites.
Educadores afirmam que muitos pais não percebem o quanto o uso do celular pode atrapalhar no rendimento escolar do adolescente “Às vezes a resistência vem também da própria família. O pai diz que estava ligando para o aluno, mas isso em horário de aula”, detalha o coordenador pedagógico Bosco Ribeiro.
Dessa forma, é importante que a orientação sobre o uso correto dos celulares, ipods, tablets e notebooks comece em casa e continue na escola.
SAIBA MAIS
O uso de equipamentos eletrônicos por estudantes durante a aula é proibido também por lei.
De acordo com a lei estadual 14.146/08, do deputado estadual Artur Bruno, é proibido o uso de celulares, equipamentos de comunicação eletrônica e aparelhos similares, nos estabelecimentos de ensino do Estado, no horário das aulas. A regulamentação e a punição para quem descumprir a lei deve ser determinada pelas próprias escolas, conforme o estatuto de cada uma.
Fonte: O POVO Online/OPOVO/Fortaleza
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