Em greve há quase dois meses, os professores estaduais ocuparam a Assembleia Legislativa para cobrar o pagamento do piso nacional
Foto: Omar Jacob
Direto de Fortaleza
Centenas de professores ocuparam o saguão de entrada da Assembleia Legislativa do Ceará nesta quarta-feira. Eles protestam pela implantação da lei do piso nacional do magistério, que determina um salário básico de R$ 1.187, e contra uma proposta do governo do Estado enviada esta manhã para a casa legislativa, propondo dois tipos de carreiras para os educadores. A categoria está em greve desde o dia 5 de agosto.
Para pressionar o governo e os deputados, os professores prometeram permanecer acampados no local e fazer greve de fome. "É uma atitude extremada para uma situação extremada. Nós vamos até as últimas consequências por amor à educação e por respeito a sociedade", disse a professora Laura Lobato.
A manifestação começou no Palácio da Abolição, em Fortaleza, sede do executivo estadual. Com faixas, cartazes e palavras de ordem, os professores bloquearam o trânsito. Com a notícia de que o governador Cid Gomes tinha enviado uma mensagem à Assembleia Legislativa, propondo aos deputados a divisão da carreira dos educadores, os manifestantes sairam em caminhada até a sede do legislativa.
Na chegada, os docentes foram recepcionados pelo batalhão de choque da Polícia Militar, mas não houve confronto. O saguão da Assembleia Legilsativa, no entanto, foi ocupado por centenas de professores que prometem fazer vigília no local até que os deputados rejeitem a proposta do governo. Além do pagamento do piso nacional, eles exigem melhores condições de trabalho e o direito a um terço na jornada reservada para atividades extra classe, como planejamento de aulas e correção de provas.
Suspensão da greve
No dia 26 de agosto o desembargador Emanuel Leite Albuquerque, do Tribunal de Justiça do Ceará (TJ-CE), determinou pela primeira vez a suspensão da greve dos professores sob pena de multa de R$ 10 mil ao sindicato da categoria e de desconto dos dias não trabalhados aos professores. O sindicato recorreu da decisão, mas no último dia 19 o desembargador voltou a ordenar a suspensão do movimento. Apesar da ordem judicial, a categoria decidiu na última sexta feira permanecer com a paralisação.
ESG
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