Uma das principais surpresas do Pan foi o time de hóquei na grama dos EUA, que quebrou a hegemonia da Argentina
Emplacando o título de maiores medalhistas dos Jogos Pan-Americanos pela quinta vez seguida, os Estados Unidos veem a ampla hegemonia na competição sofrer um declive, mesmo que gradual. O abismo ainda é grande. Mas uma marca, em especial, chama a atenção: pela segunda edição consecutiva dos Jogos, a delegação americana não atinge a marca centenária de medalhas de ouro - foram 97 no Pan do Rio 2007 e 92 na edição de Guadalajara dos jogos. É o menor número de ouros americanos em Pans dos últimos 56 anos, quando o mesmo México sediou o evento em sua capital, a Cidade do México, quando subiram por 81 vezes ao lugar mais alto do pódio.
No Pan de 1955, os Estados Unidos foram os maiores medalhistas daquele Pan, com 81 ouros e 177 medalhas no total, em 22 modalidades - contra 36 em 2011. O número total de medalhas é praticamente o mesmo da edição sediada no Brasil, há quatro anos: foram 235 em Guadalajara, contra 237 em 2007.
Ainda em comparação com o Pan carioca, o número de medalhas de prata conquistadas pelo país diminuiu (de 88 para 79), enquanto as de bronze aumentaram (de 52 para 64). Ademais, a delegação americana atual conta 620 atletas, contra 595 que competiram na edição passada.
Esses números são reflexos de um contraste da importância depositada no Pan-Americano entre os países. Com Brasil, Cuba e México mandando a maioria dos principais atletas olímpicos para Guadalajara, os EUA enviaram à competição apenas 79 atletas considerados de nível olímpico (40 deles medalhistas e outros dez campeões mundiais).
Primordialmente, a maior potência olímpica da história foi aos Jogos para conquistar índices para Londres ou dar experiência internacional a atletas universitários, que ainda dividem o tempo entre competições e estudos.
Se mandou a Guadalajara campeãs olímpicas da estirpe da ginasta Shawn Johnson (um ouro e três pratas em Pequim 2008) e a experiente atiradora Kim Rhode (dois ouros, uma prata e um bronze em Olimpíada), estrelas americanas do esporte como o nadador Michael Phelps, os velocistas Tyson Gay e LaShaun Merritt ou os astros da NBA - a equipe de basquete foi totalmente integrada com atletas da D-League, a liga de desenvolvimento da milionária liga americana - passaram longe de defender o país nos Jogos.
Como exemplo, podemos usar duas modalidades em que o país é dominante. No atletismo, a equipe americana terminou esta edição do Pan com um modesto terceiro lugar, com quatro ouros (16 medalhas no total).
Com equipes mais fortes e em busca de vagas para Londres, Cuba (18 ouros, 33 medalhas no total) e Brasil (10 ouros, 23 medalhas conquistadas) foram muito superiores nesta modalidade.
Sem ganhar o torneio de basquete dos Jogos desde Caracas 1983, a equipe formada, na maioria, por jogadores não draftados na NBA teve que se contentar com o bronze, em disputa acirrada contra a República Dominicana.
Além do gradual enfraquecimento no nível dos atletas americanos que participam dos Pan-Americanos, há o fortalecimento de outras delegações, que passaram a brigar por mais medalhas e a protagonizar diversos esportes, descentralizando a disputa no quadro de medalhas.
No Rio de Janeiro, quatro países haviam ultrapassado as 100 medalhas conquistadas ao final dos Jogos, número que subiu para seis na edição sediada no México.
Antes do Pan, o USOC (Comitê Olímpico dos Estados Unidos, na sigla em inglês) afirmou que o calendário não favoreceu o país, mas que muitos atletas de ponta estavam em Guadalajara.
Como em 13 das 15 edições de Jogos Pan-Americanos, os EUA foram soberanos no número de medalhas e de ouros. Mas a secundarização gradual à competição das Américas parece mais evidente a cada edição dos Jogos.
fonte: Terra
Emplacando o título de maiores medalhistas dos Jogos Pan-Americanos pela quinta vez seguida, os Estados Unidos veem a ampla hegemonia na competição sofrer um declive, mesmo que gradual. O abismo ainda é grande. Mas uma marca, em especial, chama a atenção: pela segunda edição consecutiva dos Jogos, a delegação americana não atinge a marca centenária de medalhas de ouro - foram 97 no Pan do Rio 2007 e 92 na edição de Guadalajara dos jogos. É o menor número de ouros americanos em Pans dos últimos 56 anos, quando o mesmo México sediou o evento em sua capital, a Cidade do México, quando subiram por 81 vezes ao lugar mais alto do pódio.
No Pan de 1955, os Estados Unidos foram os maiores medalhistas daquele Pan, com 81 ouros e 177 medalhas no total, em 22 modalidades - contra 36 em 2011. O número total de medalhas é praticamente o mesmo da edição sediada no Brasil, há quatro anos: foram 235 em Guadalajara, contra 237 em 2007.
Ainda em comparação com o Pan carioca, o número de medalhas de prata conquistadas pelo país diminuiu (de 88 para 79), enquanto as de bronze aumentaram (de 52 para 64). Ademais, a delegação americana atual conta 620 atletas, contra 595 que competiram na edição passada.
Esses números são reflexos de um contraste da importância depositada no Pan-Americano entre os países. Com Brasil, Cuba e México mandando a maioria dos principais atletas olímpicos para Guadalajara, os EUA enviaram à competição apenas 79 atletas considerados de nível olímpico (40 deles medalhistas e outros dez campeões mundiais).
Primordialmente, a maior potência olímpica da história foi aos Jogos para conquistar índices para Londres ou dar experiência internacional a atletas universitários, que ainda dividem o tempo entre competições e estudos.
Se mandou a Guadalajara campeãs olímpicas da estirpe da ginasta Shawn Johnson (um ouro e três pratas em Pequim 2008) e a experiente atiradora Kim Rhode (dois ouros, uma prata e um bronze em Olimpíada), estrelas americanas do esporte como o nadador Michael Phelps, os velocistas Tyson Gay e LaShaun Merritt ou os astros da NBA - a equipe de basquete foi totalmente integrada com atletas da D-League, a liga de desenvolvimento da milionária liga americana - passaram longe de defender o país nos Jogos.
Como exemplo, podemos usar duas modalidades em que o país é dominante. No atletismo, a equipe americana terminou esta edição do Pan com um modesto terceiro lugar, com quatro ouros (16 medalhas no total).
Com equipes mais fortes e em busca de vagas para Londres, Cuba (18 ouros, 33 medalhas no total) e Brasil (10 ouros, 23 medalhas conquistadas) foram muito superiores nesta modalidade.
Sem ganhar o torneio de basquete dos Jogos desde Caracas 1983, a equipe formada, na maioria, por jogadores não draftados na NBA teve que se contentar com o bronze, em disputa acirrada contra a República Dominicana.
Além do gradual enfraquecimento no nível dos atletas americanos que participam dos Pan-Americanos, há o fortalecimento de outras delegações, que passaram a brigar por mais medalhas e a protagonizar diversos esportes, descentralizando a disputa no quadro de medalhas.
No Rio de Janeiro, quatro países haviam ultrapassado as 100 medalhas conquistadas ao final dos Jogos, número que subiu para seis na edição sediada no México.
Antes do Pan, o USOC (Comitê Olímpico dos Estados Unidos, na sigla em inglês) afirmou que o calendário não favoreceu o país, mas que muitos atletas de ponta estavam em Guadalajara.
Como em 13 das 15 edições de Jogos Pan-Americanos, os EUA foram soberanos no número de medalhas e de ouros. Mas a secundarização gradual à competição das Américas parece mais evidente a cada edição dos Jogos.
fonte: Terra
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