Em seu 11º dia, a greve nacional dos bancáriosmanteve 8.758 agências fechadas em todo o país, segundo dados divulgados pela Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT). Seguem paralisadas as negociações entre os funcionários e a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) e os clientes têm sido advertidos a buscar fontes alternativas para o pagamento das contas, uma vez que nenhum acordo entre as partes foi firmado para garantir o direito do consumidor.
– O fim da greve para o início da semana que vem, nesse momento, é apenas especulação. Não há, ainda, qualquer sinal de um entendimento com os patrões – afirmou um integrante do movimento sindical, com pedido para permanecer no anonimato.
No ano passado, a greve durou 15 dias e foi encerrada após os bancáriosaceitaram a proposta dos bancos de reajuste salarial de 7,5% para quem ganhava até R$ 5.250. Acima dessa faixa, a oferta foi uma parcela fixa de R$ 393,75 ou a correção da inflação (4,29%), o que fosse mais vantajoso. Banco do Brasil e Caixa reajustaram em 7,5% independentemente do salário.
Os banqueiros, representados pela Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), ainda não respondeu às reivindicações dos assalariados e, na véspera, divulgou nota em que classifica de “fora de propósito” a greve dos bancários. No início das negociações, os donos dos bancos ofereceram um reajuste de 8% (0,56% de aumento real), e afirmam que ela contempla o oitavo ano consecutivo de correção de salário com aumento acima da inflação. O valor, porém, não atendeu às reivindicações dos trabalhadores, que partem de uma correção de 12,8% no total (aumento real de 5% mais inflação do período), valorização do piso, maior Participação nos Lucros e Resultados (PLR), mais contratações, extinção da rotatividade, mais segurança, melhoria do atendimento dos clientes, dentre outros itens.
Comércio
No Ceará, a greve dos bancários paralisou 64% das unidades de atendimento e já afetou o comércio de Fortaleza. As metas mensais previstas não foram atingidas pelos vendedores, com a queda nas vendas em relação ao mesmo período do ano passado. Gerente de uma loja na Praça do Ferreira, Tomaz Vasconcelos explicou a jornalistas que setembro é o mês mais difícil do ano para o comércio.
– Desde que a greve foi deflagrada, o faturamento teve queda de até 15% – reclama.
Vasconcelos também acredita que outra greve, a dos correios, também contribuiu para o desaquecimento das vendas, pois impede que as faturas cheguem ao cliente no período correto. Isto torna as pessoas mais “apreensivas” para o consumo.
Enquanto durar a greve, os terminais de autoatendimento funcionam apenas para os serviços de saque e ele recomendou que a população deverá se dirigir para correspondentes bancários, ou seja, agências dos Correios, casas lotéricas e correspondentes bancários, caso queira efetuar pagamentos.
ESG
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