O futuro dos professores da rede estadual, em greve há 63 dias, pode ser definido hoje, em assembleia geral da categoria, quando eles deverão decidir pela continuidade ou não da greve. Em protesto pelo cumprimento da Lei Federal do Piso Salarial e pela implantação do plano de cargos e carreiras, desde 5 de agosto a os docentes decidiram paralisar as atividades.
Ontem, professores que integram o comando de greve e membros do governo fizeram a última tentativa de acordo antes da assembleia que definirá os rumos da greve que paralisou as aulas em boa parte das escolas do Estado. O encontro começou a tarde e varou a noite, não sendo apresentado nenhum resultado da negociação até o fechamento desta página.
Durante o encontro, nos corredores internos do Palácio da Abolição, ecoavam os gritos dos professores, que protestavam do lado de fora da sede do Governo do Estado. Segundo a Polícia Militar, cerca de 500 manifestantes promoveram um ato paralelo à reunião, do lado de fora da Casa. Puxados pela banda de fanfarra da Escola Antonieta Siqueira, os docentes promoviam um apitaço e aguardavam pelo resultado da reunião, sem saber o que se passava do lado de dentro.
Com uma hora de atraso, a reunião teve início às 16 horas, quando o chefe de gabinete do Governo, Ivo Gomes (PSB), e a secretária da Educação, Izolda Cela, receberam o Comando de Greve.
Negociação sem fim
Essa foi mais uma negociação de tantas outras que não surtiram efeito até o momento. Nem Governo nem professores grevistas cedem em nenhum ponto. O Palácio da Abolição afirma que está disposto a apresentar novas propostas, desde que a categoria encerre a greve. Os docentes, por sua vez, afirmam que só acabam com a paralisação quando o Governo apresentar uma proposta que realmente valorize a categoria. Impasse que deixa milhares de alunos fora de aula e deverá prejudicar o desempenho deles no próximo Exame Nacional do Ensino Médio, que acontece nos dias 22 e 23 de outubro.
Na última quinta-feira, o conselho estadual do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb) chegou a apresentar uma proposta que seria um meio termo entre o que exige os professores e o que oferece o Governo. A categoria não gostou e o Executivo disse que negociará os novos valores caso a greve se encerre hoje.
O quê
ENTENDA A NOTÍCIA
Os professores do Estado têm até hoje para encerrar greve, avisa o Governo. Caso isso não aconteça, serão cobradas as multas referentes ao não cumprimento da decisão judicial para que aulas fossem retomadas.
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