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quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Educação - Mesmo com avanços, 18,79% são analfabetos

 
O número de alfabetizados cresceu no Ceará, mas o Estado é o sétimo do País em taxa de analfabetismo
Os resultados do Censo de 2010 indicam também que houve uma melhoria na educação, quando comparado ao ano 2000. Para se ter uma ideia da situação, há dez anos, a taxa de analfabetismo do Estado, no faixa etária de cinco anos ou mais, estava em 27,29%. Já no Censo 2010, esse percentual baixou para 18,79%.

Ou seja, dos 7.807.681 milhões de habitantes nesta faixa etária em 2010, exatos 1.465.084 são analfabetos. Já no ano 2000, essa população equivalia a 6.628.263, e os analfabetos estavam em 1.808.565.

O número de alfabetizados também aumentou nestes últimos anos. De acordo com a pesquisa, temos 81,23% da população com cinco anos ou mais alfabetizadas, enquanto, em 2000, esse percentual era de 72,71%. Ano passado, essa população alfabetizada era de 6.342.590 habitantes. Enquanto- em 2000, eram 4.819.697.

Apesar dos progressos, o Ceará possui, nesta faixa etária, a sétima maior taxa de analfabetismo do País. À frente, estão Estados como Maranhão, Piauí, Alagoas, Sergipe e Rio Grande do Norte.

Com relação à população de 10 anos ou mais, o Ceará também teve avanços. Em 2000, a taxa de alfabetização era de 75,3%, valor inferior à taxa da região Nordeste (75,4%) e à do Brasil (87,2%).

No entanto, em 2010, conseguiu ultrapassar a média da região, chegando a um total de 82,8% da sua população alfabetizada. Esse aumento representou uma variação de 9,97%.
Inclusão
O mestre em Educação e professor da Faculdade 7 de Setembro, Marco Aurélio de Patrício, 45 anos, avaliou positivamente o crescimento da taxa de alfabetizados do Estado. Para ele, esse crescimento é o resultado de uma educação inclusiva.

"O Brasil fez uma opção por colocar crianças na escola, o que remete a termos uma maior quantidade de pessoas dentro dela. No perfil de uma educação excludente, isso não seria possível", explicou Patrício.

Sobre a qualidade deste ensino, ele disse que o processo é lento, mas que, hoje, já estamos muito avançados na discussão. "Há dez anos, a qualidade pedagógica nem era discutida, lutava-se ainda por infraestrutura", destacou o educador.

Sobre a situação do Estado, no que se refere a sétima maior taxa de analfabetismo do País, com exatos 18,79%, na faixa etária que compreende de 5 anos ou mais, ele explicou que este processo é natural devido às condições de miséria em que se encontra a população. "Quando falamos de Norte e Nordeste, os progressos tendem a ser mais lentos, pois leva-se em conta a miséria social", explicou.

Depois dos fatores sociais, ele apontou dois problemas que contribuiram para este resultado, a primeira é a formação "aligeirada" de professores e política da não reprovação.

Porém, ele acredita que o Estado está no caminho certo. E citou alguns fatores que contribuem para permanência deste alunos na sala de aula. Projetos como o Programa de Alfabetização na Idade Certa (Paic)do governo federal, Educação de Jovens e Adultos e a seleção dos professores por meio de concursos são alguns deles.

Experimentam destes avanços a dona de casa Francisca Florenço do Nascimento, 48 anos, que sorrir ao contar que está aprendendo a ler e a escrever. Pela primeira vez, ela está frequentando a escola. A filha Cláudia Florenço do Nascimento, 29 anos, também não é alfabetizada, assim como a maioria dos seus dez filhos. A família vive no bairro Jangurussu, periferia de Fortaleza.

Claudia é mãe do pequeno Mikael, de 10 anos. A doméstica afirma que o seu maior sonho é ver o filho lendo e escrevendo. O menino, apesar da idade, ainda não conseguiu realizar o desejo da mãe. "Eu ainda estou aprendendo, sinto dificuldade. Os meus colegas de turma também não sabem ler. Mas quero muito saber disso tudo", conta Mikael, que cursa a terceira série do Ensino Fundamental em um colégio público.
PROTAGONISTA
Sonhos
Raquel Lima Alves, 27 anos
A dona de casa Raquel Lima Alves, 27 anos, moradora do Jangurussu, sonha em ser enfermeira. No entanto, precisou deixar os estudos para cuidar dos quatro filhos. O marido, que trabalha de gari, não sabe ler e nem escrever. Apesar dos desafios, Raquel conta que sempre acompanha de perto a vida escolar das crianças, incentivando e mostrando que estudar é o segredo para conquistar uma vida melhor. "Quando vejo os meus filhos estudando, sinto vontade de aprender também. O meu marido sofre muito por não conseguir ler nem uma carta". A filha mais velha de Raquel tem nove anos e ainda está aprendendo a ler e a escrever.

Veja a entrevista com Raquel Lima Alves


MORANDO JUNTOS
Ceará possui 2.620 casais homossexuais
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) contabilizou que o Ceará, com uma população de mais de oito milhões de pessoas, possui um total de 2.620 casais homossexuais morando na mesma casa. O número é o maior do Nordeste, onde o Estado só perde para a Bahia, com 3.031 casais. Em terceiro lugar, vem Pernambuco, com 2.571.

Já Fortaleza é a quarta capital do País em número de casais do mesmo sexo morando juntos. A primeira é São Paulo.

Dos casais do Ceará, 1.749, são compostos por mulheres. O restante, 871, são casais masculinos, segundo o Censo 2010.

Entre os cearenses que declararam viver com cônjuge ou companheiro do mesmo sexo, 2.530 vivem na área urbana do Estado e apenas 90 estão situados em um único domicílio na zona rural. Nas duas áreas, os casais formados por mulheres são maioria.

De acordo com os resultados obtidos a partir do levantamento, o Brasil possui um total de 60.035 casais do mesmo sexo. Destes, 26.532 são formados por homens e 33.503 são compostos por mulheres.

A área urbana é onde se concentra o maior número de casais homossexuais que vivem em um mesmo domicílio com 58.286 contra apenas 1.749 na zona rural.

A Região Nordeste está em segundo lugar com relação à quantidade de casais compostos por pessoas do mesmo sexo, contabilizando 12.205, sendo 4.569 formados por homens.

O Sudeste é a região brasileira que apresenta o maior número de casais homossexuais, com 32.210. O Sul contabiliza 8.044, o Centro-Oeste, 4 .143 e o Norte, 3. 433.
TRÂNSITO E VIOLÊNCIA
Estado registra mais de 40,8 mil óbitos
No Censo 2010, o IBGE também optou por investigar a ocorrência de óbitos de pessoas que haviam residido como moradores dos domicílios. Entre agosto de 2009 e julho de 2010, foram registrados, em todo o País, um total de 1.034.418 mortes, sendo 591.252 homens (57,2%) e 443.166 mulheres (42,8%).

Segundo o IBGE, o maior número de óbitos masculinos resultou numa razão de 133,4 mortes de homens para cada grupo de 100 óbitos do sexo feminino. Esse elevado valor, conforme o órgão, foram encontrados nos grupos de 15 a 19 anos e de 25 a 29 anos. As mortes tiveram causas principalmente externas ou violentas, como homicídios e acidentes de trânsito, que atingem em maior intensidade a população masculina.

No Ceará, entre os meses pesquisados, foram contabilizados 40.820 óbitos, destes 23.609 foram de homens e 17. 211 de mulheres. A partir deste resultado, o Ceará ocupa a terceira colocação entre os Estados da região Nordeste com relação à quantidade de óbitos verificadas, ficando atrás apenas da Bahia com 75.459 e Pernambuco com 48.161 mortes. O Nordeste registrou ao todo um número de 276.535.
Jovens
Sobre as faixas etárias com maior índice de óbitos, 15 a 19 anos e de 25 a 29 anos, o Ceará apresentou respectivamente 1.058 e 1.390 mortes. O Estado novamente ocupou o terceiro lugar no Nordeste. Na faixa etária de 20 a 24 anos, o Ceará contabilizou 1.605 óbitos e entre pessoas menores de um ano o índice foi de 1.411 mortes.

Para o sociólogo Élcio Batista, são nestes momentos da vida que as pessoas se expõem mais e que pode acontecer o contato com as drogas e com a violência. "Tudo ocorre neste período. Vemos que estamos perdendo essas pessoas na melhor fase de produtividade. Muitos desses jovens escaparam de morrer na infância por conta da falta de assistência e acabam morrendo aos 15 anos", analisou.

fonte:DN

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