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sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

PMDB quer a definição até março


Sem avanço no debate com siglas governistas, Eunício diz que não abre mão de participar da escolha do candidato

O mês de março é o prazo limite trabalhado pelo PMDB para a criação de um consenso na base aliada em torno de um nome para concorrer à Prefeitura de Fortaleza nas eleições de 2012. O senador Eunício Oliveira, principal dirigente da sigla no Estado do Ceará, avisou que, se as agremiações governistas não chegarem a um acordo para o lançamento de um nome que agrade a todas as legendas que hoje compõem a aliança, o partido "precisará tomar seu rumo".

Conforme Eunício, o PMDB não abre mão de participar ativamente na escolha do candidato para disputar a Prefeitura de Fortaleza, embora não saiba ainda como poderá ser feito o debate entre os partidos aliados para escolher um nome de consenso. Ele afirma já ter conversado preliminarmente com várias lideranças políticas no Estado, incluindo o governador Cid Gomes (PSB) e a prefeita Luizianne Lins (PT), mas informa que ainda não houve avanços.

Debate

O que ficou definida, aponta o parlamentar, foi apenas a necessidade de um "momento oportuno" para tratar da questão, mas ressaltou que o debate precisa ser feito em conjunto com as legendas e que seu partido não deve aceitar um nome já definido de forma isolada por algum partido.

"O que falta é o momento oportuno. Estou pronto e disponível para conversar. É importante manter a aliança. Agora, se os partidos não dialogarem, o PMDB vai precisar tomar o rumo dele. Não vamos hostilizar nenhum partido, mas o PMDB também não vai se deixar ser hostilizado", declarou.

Alegando que o seu partido faz parte de um projeto político importante para a Capital e mesmo para o Estado, Eunício defende que a tendência é manter a aliança. "Não temos nenhuma angústia sobre isso, mas queremos sim discutir o nome. Fazemos parte de um processo político que temos interesse em preservar. Agora se não tiver como manter, teremos o segundo turno em Fortaleza", afirmou.

Ele diz que o PMDB não começou a discutir propriamente as eleições em Fortaleza porque aguarda essa discussão, ressaltando que também os outros partidos aliados ainda não lançaram nenhum nome oficialmente. "O que há são especulações", explica. Por outro lado, Eunício afirma que seu partido tem densidade eleitoral para disputar as eleições, bem como bons nomes para a disputa.

"O PMDB é hoje o maior partido do Brasil, e nós queremos ter candidatura nos 184 municípios do Ceará, mas isso precisa ser discutido no momento oportuno", declarou, avaliando que seu partido tem uma "tradição" de boa administração no Estado e citando como exemplo a gestão do ex-prefeito de Fortaleza, Juraci Magalhães.

Para Eunício, as articulações sobre as eleições no Interior do Estado estão sendo conduzidas de forma positiva, e a expectativa é a de que o PMDB amplie o número de prefeitos no Estado a partir de 2013. Ele salienta que ter o maior número possível de candidaturas próprias é uma resolução da Executiva Nacional de seu partido.

Congresso

Embora considere que 2011 foi um ano "proveitoso" em relação ao trabalho no Congresso Nacional, Eunício admite que os parlamentares ficaram em débito com a população principalmente no que diz respeito às votações da Reforma Política, Tributária, do Pacto Federativo e da Reforma do Código Penal.

Nesse sentido, ele diz acreditar que 2012 deverá ser um ano importante para a discussão do Código Penal brasileiro, cujas mudanças ele considera imprescindíveis para a sociedade. "O Código precisa de uma atualização. E aí o Congresso vai ter a oportunidade de debater temas polêmicos como o aborto, a maioridade penal, a homofobia e a questão da mulher", frisou.

Por outro lado, ele destaca que houveram avanços em matérias importantes que foram aprovadas no Senado, citando o Código Florestal. Além disso, Eunício afirma que o Senado Federal ajudou bastante o Brasil, neste ano, para que o País se mantivesse longe de uma grande crise e de maiores percalços na economia.

Benefícios

Em relação ao Ceará, Eunício Oliveira disse que o fato de alguns parlamentares do Estado terem conseguido papeis de destaque no Governo Dilma e no Congresso contribuíram no sentido de trazer benefícios. Ele, por exemplo, assumiu a presidência da Comissão de Constituição e Justiça do Senado Federal. Já o deputado José Guimarães (PT) assumiu a vice-liderança do Governo Dilma Rousseff.

"O espaço facilita bastante a interlocução no Congresso. Tivemos a possibilidade de colocar as reivindicações do Estado algumas vezes para a própria presidente Dilma. Então isso traz benefícios diretos e indiretos", declarou Eunício.

Em geral, ele avalia que a bancada cearense no Congresso atuou de forma unida em 2011, em defesa aos interesses do Estado. Para Eunício, isso foi fundamental para conseguir recursos e investimentos no Metrofor, Cinturão das Águas, Siderúrgica, Transposição e Transnordestina. "Nos últimos tempos, temos avançado muito nas questões, mas o processo realmente é lento", ponderou.

Ele argumenta que, historicamente, o Nordeste brasileiro tem tido dificuldades de conseguir maiores investimentos, afirmando que agora é que alguns projetos antigos, como por exemplo a Transposição e a Transnordestina, começam a se materializar de fato. "A luta que estamos travando agora é pelo novo pacto federativo. O Nordeste nunca teve nada fácil", declarou.


fonte: DN

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