Diassis Martins homenageia o Rei do Baião com disco de releituras. O CD será lançado, hoje, no Kukukaya
Hoje é sexta-feira 13, dia de festejar o filho do seu Januário, o porta-voz do sertão, o sanfoneiro macho Luiz Gonzaga. É que em uma sexta-feira 13 do ano de 1912 nascia o nosso quase centenário Rei do Baião. O centésimo aniversário mesmo será no dia 13 de dezembro, mas já antecipando as homenagens que devem rechear todo o ano de 2012, o sanfoneiro cearense Diassis Martins lança hoje no Kukukaya, a partir das 22 horas, o disco "Diassis Martins cantando Gonzagão".
Editado pela gravadora cearense DN Music, que assina produções de forró e música gospel, o álbum traz regravações de músicas de autoria de Luiz Gonzaga ou que foram eternizadas por sua sanfona e sua voz. São 18 canções (em 16 faixas) que guardam em cada toque e verso a lembrança de sanfoneiro e de sua obra. Para Diassis Martins, é a realização do "sonho antigo", o de homenagear o mestre em disco, relembrando as músicas que marcaram sua trajetória e aclamando a memória de Gonzagão.
"Já gravei o ´Velho Macho´, que ele havia cantado, mas que não é dele, e ´Sanfona Branca´, do Benito di Paula, que é uma homenagem a ele", recorda Diassis, sobre o mais perto que chegou da obra de Luiz Gonzaga em seus discos. Ele explica que, apesar de ser uma vontade antiga, a gravação nunca havia se concretizado devido ao custo dos direitos autorais. "Tive a sorte de a gravadora topar fazer o projeto", completa.
O som de Luiz Gonzaga e as letras de seus poetas, destaca, são a tradução da cultura e do dia a dia do sertanejo. Filho de agricultor, criado entre o Sítio Correntes e a Fazenda Larges, na zona rural do município de Ipú, ele lembra a emoção de quem se vê nas músicas do mestre pernambucano.
"Eu escutava muito (Luiz Gonzaga) nas rádios do Ipu, então criei muito gosto. Ele cantou na calçada de uma rua da cidade, no começo da década de 1960", conta. Apesar de ter assistido a várias apresentações do mestre e admirar sua música desde a infância, nunca o conheceu. "Já vi ele passando perto, tocando, mas, infelizmente, nunca falei com ele", lamenta.
Repertório
A gravação foi feita há três meses e inclui músicas de diferentes fases de Gonzagão. Diassis destaca ainda que uma das preocupações na seleção do repertório foi abranger os diversos ritmos explorados por homenageado e resgatar músicas que fizeram sucesso quando lançadas, mas que já estão um pouco esquecidas.
"A música ´Obrigado João Paulo´, homenagem ao Papa, foi muito tocada no Nordeste, especialmente no Ceará, em 1980. A maior parte da juventude hoje nem conhece", ilustra. Outra que ganha versão pelas mãos de Diassis é "A Triste Partida", poema de Patativa do Assaré que, para Diassis, apesar de ser uma das mais belas do repertório de Gonzagão, é pouco gravada e pouco tocada em rádio devido ao tempo de duração (em torno de 8 minutos). "É uma obra que cria imagens, é como se tivesse vendo filme", ressalta.
Entraram ainda marchinhas juninas, com o pout-pourri "Pagode Russo", "Fogo Sem Fuzil" e "Olha Pro Céu"; os xotes "Ovo de Codorna", "Sala de Reboco" e "Xote Ecológico"; além do estilo formatado pelo mestre e que coroou Luiz Gonzaga: o baião. Entram ai "Juazeiro" e "Qui Nem Giló".
"Entraram músicas que ele fez que bateram no meu coração, mas também no pé"", reforça. A abertura do disco fica à cargo da emblemática "A Vida do Viajante". Parceria com Hervê Cordovil, a canção traça um apanhado da vida de artista, que como Luiz Gonzaga e Diassis viajam o País carregando e deixando saudades.
De fora, ficou talvez a mais conhecida e emblemática música de Gonzaga: "Asa Branca". Diassis explica que, apesar da importância da canção, optou por incluir em seu lugar outra composição do mestre em que o pássaro que anuncia o inverno se faz presente: "A Volta da Asa Branca". "´Asa Branca´ já foi muito regravada. Ela não traria muita novidade. Priorizei esta outra que me lembra quando eu era menino, que papai cantarolava muito", lembra.
Show
Para o show de hoje, Diassis preparou um repertório com músicas do disco e outras pérolas de Luiz Gonzaga, além de músicas gravadas ele em discos anteriores. A banda é composta por ele, Luizinho de Redenção, também na sanfona, e ainda Dilsinho (guitarra), Nona (baixo), Prancha (bateria), Danilo (voz e zabumba), Areta Andrade (voz), Inácio do Vale (triângulo), Adriana (voz) e Soares (sax).
A apresentação começa por volta da meia-noite. "Vamos encerrar com marchinhas juninas que é para fazer o povo queimar o açúcar", brinca. Além de Diassis Martins, se apresenta hoje no Kukukaya o sanfoneiro Toca do Vale.
DISCODiassis Martins cantando GonzagãoDiassis Martins
DN MUSIC
2012, 16 FAIXAS
R$20
Mais informações:
Show de lançamento do novo CD de Diassis Martins. Às 22 horas, no Kukukaya (Avenida Pontes Vieira, 55). Ingresso: R$25.
Contato: (85) 3227.5661
FÁBIO MARQUESREPÓRTER
Hoje é sexta-feira 13, dia de festejar o filho do seu Januário, o porta-voz do sertão, o sanfoneiro macho Luiz Gonzaga. É que em uma sexta-feira 13 do ano de 1912 nascia o nosso quase centenário Rei do Baião. O centésimo aniversário mesmo será no dia 13 de dezembro, mas já antecipando as homenagens que devem rechear todo o ano de 2012, o sanfoneiro cearense Diassis Martins lança hoje no Kukukaya, a partir das 22 horas, o disco "Diassis Martins cantando Gonzagão".
Editado pela gravadora cearense DN Music, que assina produções de forró e música gospel, o álbum traz regravações de músicas de autoria de Luiz Gonzaga ou que foram eternizadas por sua sanfona e sua voz. São 18 canções (em 16 faixas) que guardam em cada toque e verso a lembrança de sanfoneiro e de sua obra. Para Diassis Martins, é a realização do "sonho antigo", o de homenagear o mestre em disco, relembrando as músicas que marcaram sua trajetória e aclamando a memória de Gonzagão.
"Já gravei o ´Velho Macho´, que ele havia cantado, mas que não é dele, e ´Sanfona Branca´, do Benito di Paula, que é uma homenagem a ele", recorda Diassis, sobre o mais perto que chegou da obra de Luiz Gonzaga em seus discos. Ele explica que, apesar de ser uma vontade antiga, a gravação nunca havia se concretizado devido ao custo dos direitos autorais. "Tive a sorte de a gravadora topar fazer o projeto", completa.
O som de Luiz Gonzaga e as letras de seus poetas, destaca, são a tradução da cultura e do dia a dia do sertanejo. Filho de agricultor, criado entre o Sítio Correntes e a Fazenda Larges, na zona rural do município de Ipú, ele lembra a emoção de quem se vê nas músicas do mestre pernambucano.
"Eu escutava muito (Luiz Gonzaga) nas rádios do Ipu, então criei muito gosto. Ele cantou na calçada de uma rua da cidade, no começo da década de 1960", conta. Apesar de ter assistido a várias apresentações do mestre e admirar sua música desde a infância, nunca o conheceu. "Já vi ele passando perto, tocando, mas, infelizmente, nunca falei com ele", lamenta.
Repertório
A gravação foi feita há três meses e inclui músicas de diferentes fases de Gonzagão. Diassis destaca ainda que uma das preocupações na seleção do repertório foi abranger os diversos ritmos explorados por homenageado e resgatar músicas que fizeram sucesso quando lançadas, mas que já estão um pouco esquecidas.
"A música ´Obrigado João Paulo´, homenagem ao Papa, foi muito tocada no Nordeste, especialmente no Ceará, em 1980. A maior parte da juventude hoje nem conhece", ilustra. Outra que ganha versão pelas mãos de Diassis é "A Triste Partida", poema de Patativa do Assaré que, para Diassis, apesar de ser uma das mais belas do repertório de Gonzagão, é pouco gravada e pouco tocada em rádio devido ao tempo de duração (em torno de 8 minutos). "É uma obra que cria imagens, é como se tivesse vendo filme", ressalta.
Entraram ainda marchinhas juninas, com o pout-pourri "Pagode Russo", "Fogo Sem Fuzil" e "Olha Pro Céu"; os xotes "Ovo de Codorna", "Sala de Reboco" e "Xote Ecológico"; além do estilo formatado pelo mestre e que coroou Luiz Gonzaga: o baião. Entram ai "Juazeiro" e "Qui Nem Giló".
"Entraram músicas que ele fez que bateram no meu coração, mas também no pé"", reforça. A abertura do disco fica à cargo da emblemática "A Vida do Viajante". Parceria com Hervê Cordovil, a canção traça um apanhado da vida de artista, que como Luiz Gonzaga e Diassis viajam o País carregando e deixando saudades.
De fora, ficou talvez a mais conhecida e emblemática música de Gonzaga: "Asa Branca". Diassis explica que, apesar da importância da canção, optou por incluir em seu lugar outra composição do mestre em que o pássaro que anuncia o inverno se faz presente: "A Volta da Asa Branca". "´Asa Branca´ já foi muito regravada. Ela não traria muita novidade. Priorizei esta outra que me lembra quando eu era menino, que papai cantarolava muito", lembra.
Show
Para o show de hoje, Diassis preparou um repertório com músicas do disco e outras pérolas de Luiz Gonzaga, além de músicas gravadas ele em discos anteriores. A banda é composta por ele, Luizinho de Redenção, também na sanfona, e ainda Dilsinho (guitarra), Nona (baixo), Prancha (bateria), Danilo (voz e zabumba), Areta Andrade (voz), Inácio do Vale (triângulo), Adriana (voz) e Soares (sax).
A apresentação começa por volta da meia-noite. "Vamos encerrar com marchinhas juninas que é para fazer o povo queimar o açúcar", brinca. Além de Diassis Martins, se apresenta hoje no Kukukaya o sanfoneiro Toca do Vale.
DISCODiassis Martins cantando GonzagãoDiassis Martins
DN MUSIC
2012, 16 FAIXAS
R$20
Mais informações:
Show de lançamento do novo CD de Diassis Martins. Às 22 horas, no Kukukaya (Avenida Pontes Vieira, 55). Ingresso: R$25.
Contato: (85) 3227.5661
FÁBIO MARQUESREPÓRTER
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