Estudo diz que comer 100g diários do alimento - equivalente a um hambúrguer pequeno - eleva 38% o risco de ficar doente; fumo também eleva as possibilidades
Um estudo recente, realizado por pesquisadores na Suécia, revela que o consumo, até mesmo em pequenas quantidades, de carne processada pode influenciar o desenvolvimento de câncer no pâncreas. Segundo o relatório final da pesquisa, publicado no "British Journal of Cancer", a ingestão de 50 g de carne processada por dia aumenta a chance do desenvolvimento desse tipo de doença em 19%. Os dados aparentemente não dizem muito. Mas, quando fazemos a equivalência dos 50 g ao volume consumido, em média, na dieta humana diária, o resultado é preocupante: 50 g equivalem a algumas fatias de presunto ou salame, a uma salsicha de cachorro-quente ou a duas fatias de bacon. Além disso, a pesquisa alerta que comer 100 g diários de carne processada - o tamanho de um hambúrguer pequeno - aumenta em 38% o risco do câncer, enquanto 150 g por dia elevam o risco para 57%. O risco também aumenta para as pessoas que mantêm a dieta rica em carne vermelha. Outro fator de risco, segundo os pesquisadores, é o fumo, que eleva a chance de ocorrência de tumores em 74%. Para chegar aos resultados, o grupo de cientistas liderado pela professora Susanna Larsson, pesquisadora do Karolinska Institutet, em Estocolmo, analisou os resultados de outros 11 trabalhos com 6.643 pacientes portadores de câncer no pâncreas. Segundo a professora, a doença é uma das piores em taxas de sobrevivência, com apenas 3% dos pacientes tendo sobrevida de mais de cinco anos após o diagnóstico. "É importante determinar o que causa a doença", aponta a pesquisadora. O câncer pancreático é conhecido como o "assassino silencioso", pois, muitas vezes, não apresenta sintomas, dificultando seu diagnóstico e tratamento. Quando a doença dá sinais, geralmente as indicações apontam outros problemas não relacionados. Assim, os cientistas alertam que o atraso para o diagnóstico do câncer resulta na dificuldade de uma recuperação saudável.
O câncer no pâncreas é responsável por aproximadamente 2% de todos os tipos de câncer diagnosticados no Brasil e por 4% do total de mortes por essa doença no país. Segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca) de 2009 - a atualização mais recente -, somente para este ano, eram estimados 9.320 novos casos da doença. Apenas em 2008, o país registrou 6.715 mortes de câncer no pâncreas, sendo 3.336 homens e 3.379 mulheres.
OTEMPO
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