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sábado, 28 de janeiro de 2012

Câncer no pâncreas estaria ligado à carne processada



Estudo diz que comer 100g diários do alimento - equivalente a um hambúrguer pequeno - eleva 38% o risco de ficar doente; fumo também eleva as possibilidades
Um estudo recente, realizado por pesquisadores na Suécia, revela que o consumo, até mesmo em pequenas quantidades, de carne processada pode influenciar o desenvolvimento de câncer no pâncreas. Segundo o relatório final da pesquisa, publicado no "British Journal of Cancer", a ingestão de 50 g de carne processada por dia aumenta a chance do desenvolvimento desse tipo de doença em 19%. Os dados aparentemente não dizem muito. Mas, quando fazemos a equivalência dos 50 g ao volume consumido, em média, na dieta humana diária, o resultado é preocupante: 50 g equivalem a algumas fatias de presunto ou salame, a uma salsicha de cachorro-quente ou a duas fatias de bacon. Além disso, a pesquisa alerta que comer 100 g diários de carne processada - o tamanho de um hambúrguer pequeno - aumenta em 38% o risco do câncer, enquanto 150 g por dia elevam o risco para 57%. O risco também aumenta para as pessoas que mantêm a dieta rica em carne vermelha. Outro fator de risco, segundo os pesquisadores, é o fumo, que eleva a chance de ocorrência de tumores em 74%. Para chegar aos resultados, o grupo de cientistas liderado pela professora Susanna Larsson, pesquisadora do Karolinska Institutet, em Estocolmo, analisou os resultados de outros 11 trabalhos com 6.643 pacientes portadores de câncer no pâncreas. Segundo a professora, a doença é uma das piores em taxas de sobrevivência, com apenas 3% dos pacientes tendo sobrevida de mais de cinco anos após o diagnóstico. "É importante determinar o que causa a doença", aponta a pesquisadora. O câncer pancreático é conhecido como o "assassino silencioso", pois, muitas vezes, não apresenta sintomas, dificultando seu diagnóstico e tratamento. Quando a doença dá sinais, geralmente as indicações apontam outros problemas não relacionados. Assim, os cientistas alertam que o atraso para o diagnóstico do câncer resulta na dificuldade de uma recuperação saudável.
Brasil
O câncer no pâncreas é responsável por aproximadamente 2% de todos os tipos de câncer diagnosticados no Brasil e por 4% do total de mortes por essa doença no país. Segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca) de 2009 - a atualização mais recente -, somente para este ano, eram estimados 9.320 novos casos da doença. Apenas em 2008, o país registrou 6.715 mortes de câncer no pâncreas, sendo 3.336 homens e 3.379 mulheres.
Altos níveis de determinados minerais no sangue podem diminuir os riscos
Um estudo feito pelo Centro Nacional Espanhol de Pesquisa em Câncer, na Espanha, revela que altos níveis no sangue de determinados minerais, como níquel e selênio, podem estar associados a menores riscos de câncer pancreático. Por outro lado, indicações elevadas de arsênico, cádmio e chumbo podem indicar aumento das chances da doença. Na pesquisa, publicada em dezembro de 2011 no periódico científico "Gut", o grupo de cientistas estudou 118 pacientes de câncer pancreático e 399 outros diagnosticados com enfermidades diversas. Os pesquisadores analisaram amostras de unha com espectrometria de massa plasmática, uma técnica altamente sensível para detectar os minerais. Após o controle de idade, gênero, hábitos de fumo e outros fatores, os cientistas descobriram que os indivíduos que apresentaram níveis altos de arsênico sofriam duas vezes mais riscos de desenvolver câncer no pâncreas, quando comparados àqueles que tinham concentrações menores do elemento no sangue. Para os pacientes com níveis altos de cádmio, as chances da doença são três vezes maiores, enquanto aqueles que tinham maiores concentrações de chumbo apresentaram risco seis vezes maior. Segundo Nuria Malats, epidemiologista e principal autora do estudo, esse foi o primeiro trabalho que indicou a relação entre os minerais e a ocorrência de câncer. "Isso não significa que as pessoas devam passar a tomar suplementos alimentares desses elementos para diminuir o risco de câncer".

OTEMPO
ESG

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