Com a coleta interrompida desde a semana passada, calçadas de alguns bairros das Secretarias Executivas Regionais II e VI dão lugar ao acúmulo de lixo. Ratos, baratas e o mau cheiro são o resultado da falta de recolhimento
Angélica Feitosa
angelica@opovo.com.br
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Nas calçadas na rua Carlos Vasconcelos, na Aldeota, não tem quem consiga mais andar a pé pelo passeio. Há uma semana sem a coleta da Ecofor Ambiental, terceirizada contratada pela Empresa Municipal de Limpeza e Urbanização (Emlurb), o lixo é quem domina boa parte das calçadas. Em cada ponto em que se ande no bairro, principalmente nos prédios residenciais, de longe o mau cheiro
anuncia a falta da coleta.
“Imagine se já tivesse começado a chover”, reclama Sheila Costa, 41, que trabalha na esquina da Carlos Vasconcelos com a avenida Santos Dumont. Para completar, uma obra de um prédio ainda derramou muita água na avenida. O resultado foi lixo espalhado por toda a via.
Dinamar Menezes, 29, porteiro de um edifício na rua Eduardo Salgado, conta que se a situação não for resolvida até hoje, ele não sabe onde vai caber tanto lixo dos 11 apartamentos. “Se você passar ali perto (aponta para o reservatório onde é colocado o lixo), nem precisa ser tão perto, já dá para sentir a catinga”, afirma.
Na rua João Brígido, no bairro Joaquim Távora, boa parte das casas havia colocado o lixo na calçada. Em vão. Até o fim da tarde, o caminhão da coleta não passou. Ainda na rua, nas proximidades da avenida Visconde do Rio Branco, uma calçada, usada para colocar o lixo, era aproveitada por catadores para separar o material reciclável.
O lixo antes ensacado, espalhava-se por toda a via. “Só essa semana, já entraram uns três ratos aqui. Isso é fonte de sujeira, de doença”, reclama o vendedor João Gonçalves, 44. A paralisação por uma semana de cerca de 100 garis da Ecofor foi confirmada pela assessoria de imprensa da empresa. Eles atuavam em bairros das Secretarias Executivas Regionais (SER) II e VI.
Reunião
O presidente do Sindicato dos Empregados em Empresas de Asseio e Conservação do Ceará (Seeaconce), Josenias Gomes, se reuniu com representantes da empresa e com o procurador Gerson Marques na tarde de ontem, no Ministério Público do Trabalho (MPT). Os garis têm 16 reivindicações. Entre elas, não está o aumento salarial. Os garis querem melhores condições de trabalho, pagamento de todas as horas extras trabalhadas, cesta básica de qualidade e até água potável.
Após sete horas de reunião, as partes entraram em acordo e todas as reivindicações serão atendidas. Conforme a secretária geral do Seeaconse, Maria da Penha Mesquita, a greve não deve mais ocorrer, mas haverá uma assembleia para apresentar aos trabalhadores o que ficou acordado na reunião.
ENTENDA A NOTÍCIA
Diferente da maioria das greves, os garis não reivindicam por aumento salarial. Eles pedem melhores condições de trabalho, pagamento de todas as horas extras trabalhadas e chegam a pedir água potável.
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