A taxa de inadimplência de financiamento de veículos passou de 2,5% para 5% de 2010 para 2011. É o maior índice em oito anos.
Cresce o número de brasileiros que não conseguem pagar as prestações do carro novo
Muitos brasileiros que compraram carro recentemente estão com
dificuldades para fechar as contas. Nos últimos oito anos, em nenhum momento houve tanta gente com atraso na prestação do financiamento.
O número de brasileiros que não conseguem pagar as prestações do carro dobrou de 2010 para 2011. A taxa de inadimplência passou de 2,5% para 5%. Foi um susto para quem trabalha no mercado de automóveis.
Em 2011, foram financiados cerca de 2,100 milhões de veículos. Muito mais que os 750 mil que foram vendidos à prestação em 2004. É muito mais gente comprando e fazendo dívidas.
Muitos dos devedores são brasileiros que pela primeira vez conseguiram comprar um carro. E é na falta de informação que mora o perigo. As despesas com um veículo vão muito além da prestação. Há gastos como combustível, IPVA, manutenção, pedágio, seguro. Pode ficar difícil pagar a dívida.
O mecânico Hamilton Oliveira Batista é um exemplo. Ele só estava pensando na prestação. Depois, viu que gastaria, no mínimo, R$ 300 por mês nas despesas do carro. Ele concluiu que não pode gastar R$ 800 por mês com o veículo. “Aí já aperta. Poderia gastar R$ 500, no máximo”, calcula.
Os bancos já vêm recusando cerca de 60% dos pedidos de financiamento para automóveis. A renda é o principal motivo. Ela precisa comportar os gastos. “Se uma pessoa tem, apenas, que financiar e manter o carro, ela deve ter uma renda, pelo menos, quatro vezes superior à prestação”, explica o representante de financeiras Décio Carbonari.
A professora Valdeci Pereira da Silva vai tentar fugir do financiamento. “Estou pensando em um desconto maior e pagar à vista”, planeja.
Para realizar o sonho do primeiro carro, a comissária de voo Suzane Mendes fez as contas direitinho. E até com reserva de dinheiro. “Estou contando em sobrar um dinheirinho para guardar e quitar ele o mais rápido possível”, afirma.
Só assim para que o sorriso de hoje não vire o lamento de amanhã.
fonte: JN
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