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sábado, 25 de agosto de 2012

Faculdade onde aluna morreu havia sido multada por falta de equipamento

A FMU (Faculdades Metropolitana Unidas), onde uma aluna morreu na quinta-feira (23) em consequência de uma parada cardíaca que teve dentro da sala de aula, já havia sido multada pela Prefeitura de São Paulo, em fevereiro, por não ter desfibrilador.
Alunos protestam em frente à faculdade onde aluna morreu
Angelita Pinto Simões Caldas, 28, aluna do curso de ciências contábeis, morreu dentro de uma sala de aula no campus do Itaim Bibi, na zona oeste de São Paulo. Ela começou a passar mal, teve uma parada cardíaca e desmaiou. Foi socorrida primeiro por alunos e, depois, por bombeiros e Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência).
Segundo especialistas, atendimento rápido é essencial para parada cardíaca: o paciente tem que ser atendido nos primeiros cinco minutos. A cada minuto, a chance de sobrevivência cai 10%.
Um desfibrilador ajudaria a tentar reanimá-la. Por lei, instituições como a FMU são obrigadas a ter o equipamento e deixá-lo a no máximo cinco minutos de distância de quem precisar ser atendido.
Em 16 de agosto, nova fiscalização constatou que a FMU do Itaim havia adquirido 11 desfibriladores.
Reprodução/Facebook
A universitária Angelita Caldas, 28, que morreu em consequência de uma parada cardíaca dentro de sala na FMU
A universitária Angelita Caldas, 28, que morreu em consequência de uma parada cardíaca dentro de sala na FMU
ATENDIMENTO
Roberta Reis Lima e Edivania Lima, colegas de classe de Angelita, afirmaram que a faculdade não se deu conta da gravidade do caso e demorou para chamar o socorro.
O marido dela, José Carlos dos Santos, 44, afirma que a instituição não tinha estrutura para atendê-la ali.
Há versões diferentes para o tempo que a universitária levou para ser atendida.
Na melhor das hipóteses (segundo a FMU), o resgate levou 14 minutos para chegar a partir da constatação de que Angelita passava mal; na pior, 42 minutos, disse à polícia Alfredo Meletti, 47, professor que dava aula na hora.
Apesar de ter o equipamento, Angelita não foi atendida com o desfibrilador; ela recebeu massagens de uma aluna. Questionada, a faculdade não respondeu por que não usou o aparelho.
O depoimento de um funcionário da FMU põe em xeque o atendimento prestado pela instituição. Sergio Conti, coordenador do curso de ciências contábeis, disse que um bombeiro civil da FMU estava de plantão, mas, por "razões que desconhece", não atendeu Angelita.
Já Roberta, a amiga da universitária, disse ainda que dois funcionários da FMU impediram que a vítima fosse levada até o hospital São Luiz. A FMU não respondeu a nenhuma das questões.
O marido disse que irá processar a faculdade. "Foi praticamente um homicídio." Angelita tinha arritmia cardíaca "há muito tempo" e parou de tomar remédios havia um mês, após ir ao médico.

UOL

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