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domingo, 12 de agosto de 2012

HONESTIDADE

Há muito tempo atrás um rei, ainda jovem, precisa escolher uma companheira com a qual se casaria e esta se tornaria, é claro, a rainha. Para realizar tal intento,  convocou todas as moças do reino e propôs-lhes uma tarefa. Distribuiu para cada uma delas uma semente fixando uma data para que retornassem ali e aquela que trouxesse a planta mais bonita e bem mais cuidada iria receber a sua graça e seria a escolhida. Todas sairam contentes pensando na melhor forma de cumprir a missão que poderia torná-la rainha.
Durante o período as moças se encontravam e comentavam umas com a outras como estava indo o cultivo da planta. Cada uma falava maravilha de sua flor, mas sem mostrá-la entre si.
Havia no povoado uma plebéia que também compareceu aceitando o desafio. Depositou a sua semente num vaso e regava e dela cuidava. Lamuriava-se com sua mãe porque sua semente não havia germinado. A mãe, a zeladora do castelo, conhecia muito bem o rei e igualmente à sua filha, e sempre lhe dizia que ela não teria chance nenhuma, mesmo que apresentasse a flor mais bela.
O tempo ia se passando e as moças cada vez mais entusiasmadas. Não viam a hora de se colocarem na presença da autoridade e apresentar o que ele havia pedido. A plebéia, coitada, sem chance. A semente além de não brotar secou.
Chegando o grande dia, todas estavam à porta do castelo. As plantas em flor? Que vista bonita, parecia um jardim. Cada uma mais bonita que a outra. Seria difícil a escolha. Eis que chega a plebéia a qual é recebida com ironia e risos por parte das suas colegas, pois seu vaso não tinha nada, apenas terra seca. Mas não importava, porque o que ela queria, mesmo sabendo que não seria a escolhida, era contemplar a beleza daquele jovem rei. Só isto lhe bastava. 
Eis que começa o julgamento. O próprio jovem ficou responsável pela análise das plantas e a escolha da felizarda.
Passou por todas elas. A plebéia, de vergonha, escondeu o seu vaso. O rei pediu que ela mostrasse. Muito envergonhada, ela se recusou. O rei insistiu e eis que ela apresentou o seu vaso sem a flor.
Ele olhou e se dirigiu para o seu trono para dar o veredicto - "eis que já escolhi aquela que será a minha esposa e juntamente comigo estaremos à frente deste reino".
Chamou um de seus servos e falou-lhe ao ouvido, pedindo que buscasse a ganhadora.
O servo desceu até as moças e se dirigiu justamente à plebéia, levando-a até o rei.
Foi um  clamor alucinante das outras participantes. O rei então disse a elas: "Minhas jovens, eu escolhi para ser minha mulher, não a mais bonita, não a mais inteligente, não a mais rica, não a mais prendada, mas escolhi a mais honesta". Fez uma pausa e complementou: "As sementes que distribui a todas vocês eram estéreis e jamais iriam germinar".
Não é interessante o conto?

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