Poucos dias após receber a sentença de quatro anos de prisão pela morte do astro pop Michael Jackson, o médico cardiologista Conrad Murray, 58 anos, entrou nesta sexta-feira com um recurso na justiça americana, contestando sua pena. Segundo informações do TMZ, ele apelou sem contar com um advogado.
No veredicto, que aconteceu na última terça-feira (29), o juiz declarou que Murray repetiu um "padrão contínuo de falsidade e mentiras" ao esconder que Jackson fazia uso do anestésico propofol e que o médico "abandonou seu paciente", chamando sua conduta de "uma desgraça para a profissão de médico".
O promotor David Walgren pediu que o médico fosse também condenado a pagar US$ 100 milhões aos filhos de Michael Jackson, valor que o cantor teria recebido pela turnê que faria naquele ano, além de pagar US$ 1,8 milhão para cobrir os custos do funeral. O valor da indenização será determinado pelo juiz nas próximas semanas.
Murray, 58, foi condenado no início de novembro por homicídio culposo por um júri reunido na Corte Superior de Los Angeles. O julgamento começou no fim de setembro e durou pouco mais de um mês. Foram interrogados médicos, especialistas, enfermeiros e ex-funcionários de Jackson.
Para a promotoria, Murray foi negligente ao administrar propofol ao cantor como tratamento para a insônia. Murray administrou propofol em Jackson após outros sedativos não surtirem efeito, mas se ausentou do quarto do artista, em uma mansão de Los Angeles, e, ao voltar, encontrou o astro pop aparentemente sem vida.
O promotor Walgren destacou as graves falhas profissionais do médico, que recebia um salário mensal de US$ 150 mil. "A evidência nesse caso é esmagadora... De que Conrad Murray agiu com negligência criminosa, de que Conrad Murray causou a morte de Michael Jackson...".
A defesa defendeu a tese de que o cantor teria tomado o propofol por conta própria, mas abandonou o argumento. O advogado do médico, Ed Chernoff, disse ao júri que Murray foi "um pequeno peixe em um tanque sujo", e afirmou que as principais testemunhas do caso conspiraram contra o médico sobre o que ocorreu na casa de Jackson no dia 25 de junho de 2009.
OTEMPO
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