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terça-feira, 5 de junho de 2012

Trevisan não pode receber Prémio Camões «pessoalmente»

 Dalton Trevisan
O escritor Dalton Trevisan, distinguido no passado dia 21 de maio com o Prémio Camões, não pode receber «pessoalmente» o galardão.

«Os muitos anos, ai de mim, já me impedem, de receber pessoalmente o prémio», justificou Trevisan, 86 anos, em carta datada de 22 de maio, enviada por fax a 28, mas só recebida pela Secretaria de Estado da Cultura (SEC) na segunda-feira, através de uma editora do autor brasileiro, segundo a Lusa.

Na missiva, afirma que «jamais» pensou «merecer tamanha e generosa distinção». «A consciência de minhas limitações como escritor me proibiu sonhos mais altos. E agora, sem aviso, o Prêmio Camões. O prêmio dos prêmios de Literatura», reconhece.

No dia em que foi conhecida a escolha de Trevisan, vários dos jurados presentes na sessão apontaram a dificuldade de contactar o escritor que é apelidado, «entre os camaradas de letras, como O Vampiro de Curitiba», onde reside, pelo facto de nunca ser visto, não ir a cerimónias nem convívios literários ou sociais, e ser difícil encontrá-lo, «tendo-se de usar o telefone ou o telefax da livraria perto de sua casa», contou na ocasião Silviano Santiago que presidiu ao júri.

No prefácio da edição portuguesa de «Cemitério de Elefantes», a única obra do escritor editada em Portugal, lançada pela Relógio d'Água, em 1984, o jornalista e escritor português Fernando Assis Pacheco já fazia apelo às palavras do escritor Otto Lara Resende, falecido em 1992, para caraterizar o seu companheiro de letras: «Ninguém sabe quem é Dalton Trevisan. Deus mesmo não sabe e nem por isso se impacienta.»

O Prémio Camões, no valor de cem mil euros, foi instituído em 1988 pelos Governos de Portugal e do Brasil e, segundo o texto do protocolo constituinte, consagra anualmente «um autor de língua portuguesa que, pelo valor intrínseco da sua obra, tenha contribuído para o enriquecimento do património literário e cultural da língua comum».

TVi24










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