O mercado está cada vez mais disputado. Com a economia do país em ritmo de crescimento acelerado, uma taxa de desemprego relativamente baixa, a inflação sob controle e o acesso à educação facilitado, novas habilidades e competências profissionais são exigidas.
O perfil atual procurado pelas empresas
De acordo com Dimitry Boczar, CEO da empresa de engenharia Digicomp, os novos profissionais devem ser antenados às novas tecnologias; saber trabalhar em equipe e liderar sem centralizar as tarefas. Multidisciplinaridade e capacidade de se adaptar a diferentes tipos de situações são características valorizadas. “Não tem mais espaço no mercado para gente desatualizada. O famoso curioso está em alta”.
A consultora de recursos humanos, Gisele Duarte confirma: “as empresas atualmente buscam pessoas proativas, que não sigam aquela famosa frase ‘mas isso é assim há mais de dez anos, para que mudar?'. Ao contrário disso, hoje se valoriza o entendimento de como as coisas funcionam e se o empregado puder melhorar, sugerir ou propor será uma atitude bem aceita. Inclusive tem empresas que incentivam esta prática premiando os colaboradores”
Adriana Solé, professora dos cursos de pós-graduação da FUMEC das disciplinas Governança Corporativa e Gestão Estratégica, diz que o perfil técnico está em alta no Brasil. Logo, investir em formação, aumenta as chances de progressão na carreira.
O relacionamento inter e intrapessoal também foi bastante mencionado. Os recrutadores acreditam que uma boa convivência dentro grupo se tornou sinônimo de sucesso na empresa.
Sobre o currículo
Todos os especialistas concordaram em um ponto: currículos grandes, com informações desnecessárias geralmente são descartados. Objetividade e clareza estão em evidência. De maneira geral, o ideal é que tenha a formação, experiência, contatos e as habilidades principais do candidato. Colocar fotos pessoais e cursos que não são exatamente de acordo com o perfil da vaga só ajudam a aumentar as linhas e deixar o currículo menos atrativo. Avaliando por esse ponto, talvez seja interessante criar currículos direcionados, de acordo com as vagas pretendidas.
Outro detalhe importante, nunca coloque habilidades que não domina, pois, isso pode ser questionado em alguma etapa do processo seletivo.
A entrevista
Na hora de ter o contato pessoal com os recrutadores, todo cuidado é pouco. Até mesmo higiene pessoal é observada. Por isso, nada de barba mal feita e esmalte descascando. Mentiras contadas durante a entrevista podem trazer muitos problemas. Sinceridade é algo bastante apreciado. “É melhor dizer que não sabe, do que mentir”, afirma Dimitry Boczar.
Postura profissional é fundamental. Isso se resume em duas dicas: falar somente o necessário e demonstrar confiança e motivação. Candidatos que falam demais e contam detalhes pessoais não são bem vistos.
Outra dica importante é de Adriana Prates, presidente da Dasein Executive Search. “Estude bastante a empresa para a qual esteja concorrendo. Verifique se essa empresa está alinhada com os objetivos de sua vida profissional. Seja franco e educado. Não se precipite, não leve um discurso elaborado, aja com espontaneidade e seja cordial da recepção até o final da entrevista.”
E para finalizar, um alerta de Gisele Duarte: “desligue o celular, sempre!”
Entrar ou não em contato com a empresa depois do processo seletivo?
Depois passar pela fase de entrevistas, geralmente os candidatos ficam ansiosos. Quando a empresa não liga na data combinada, a situação só piora. Mas o que fazer em situação dessas?
Adriana Prates recomenda ligar depois de uma semana. “Aproveite para reforçar o seu interesse e também poderá perguntar se eles gostariam de obter ainda mais alguma informação ao seu respeito. Não precisa ser por telefone, poderá ser por email. Um email simples, objetivo e cordial.”
Já Adriana Solé é mais sucinta. “Bom, empresa séria dá a resposta no tempo combinado. Caso isso não ocorra, a melhor postura é acionar o 'plano B' rapidamente, sem drama e ir à luta. Isto faz parte do mercado e dos tempos atuais. “
O TEMPO
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