
"Quero que as músicas fiquem com a minha cara, mas sem descaracterizar as  versões originais", afirmou Sandy logo no início da apresentação. Ela abriu a  noite com apenas 10 minutos de atraso, cantando uma "Who's Bad" em andamento  mais lento e usando um chapéu e uma jaqueta preta de lantejoulas.
O figurino, com referências discretas a Jackson, deu o tom do espetáculo. As  marcas registradas do cantor eram citadas de forma indireta. Um bom exemplo foi  "Thriller": usando um colete vermelho que só lembrava o famoso casaco de  Jackson, Sandy fez apenas alguns poucos passos da icônica coreografia do  clipe.
Antes disso ("Thriller" foi a antepenúltima canção do show), Sandy só havia  arriscado, sem muita convicção, alguns dos "u-hus" característicos de Jackson.  No geral, ela se saiu melhor em baladas sentimentais como "Ben" e "Man in the  Mirror", mais próximas de seu universo musical.
Na metade da apresentação, a artista já havia feito outro paralelo entre ela  e Jackson. Ambos começaram a carreira musical ainda na infância, e tiveram que  conviver com o interesse do público desde cedo. Logo depois, cantou "Leave Me  Alone", que trata justamente da perseguição da mídia.
Nas músicas mais dançantes, como "Rock with You" e "Blame It on the Boogie",  faltou molejo à cantora. Assim como em "Don't Stop 'Till You Get Enough". Na voz  de Jackson, era um clássico da disco music. Com Sandy, virou um rock duro e  quadrado. Escolhida para fechar a noite, funcionou como anticlímax.
O show faz parte da série Circuito Cultural, com  patrocínio do Banco do Brasil. Além de Michael Jackson na voz de Sandy, o projeto tem shows de Maria Bethânia cantando Chico  Buarque e Lulu Santos interpretando Roberto e Erasmo Carlos.
O show de Bethânia em São Paulo, também no Via Funchal, acontece nesta  terça-feira (22), com ingressos esgotados. Lulu Santos canta na quarta (23).  Depois, os dois e Sandy seguem para Ribeirão Preto, Goiânia e Recife.
Smooth criminal - Versão Sandy
IG

Nenhum comentário:
Postar um comentário