Depois de muita humilhação e timidez, Manuela se enche de amor-próprio e vira o jogo na nova fase de "A vida da gente"
Quem não conhece o clássico conto do patinho feio que se torna um belo cisne, escrito por Hans Christian Andersen? A história, já muito usada em livros, filmes e peças de teatro, se repete mais uma vez. Agora, em "A vida da gente". Na trama escrita por Lícia Manzo para o horário das seis da Globo, quem faz a vez do patinho é a atriz Marjorie Estiano, intérprete de Manuela.
Filha preterida por Eva (Ana Beatriz Nogueira) e irmã sem sal da tenista Ana (Fernanda Vasconcellos), a moçoila, que ainda lida com uma pequena deficiência na perna - ela manca -, passa por uma transformação digna de Cinderela nos próximos capítulos. A repaginada começa a ser percebida pelo público hoje, quando o folhetim registra uma passagem de tempo de cerca de quatro anos e Ana já dá alguns sinais de que está despertando do coma profundo.
A autora Lícia Manzo explica que o acidente sofrido pela tenista foi fundamental para a transição de Manuela que, diante do drama vivido pela irmã, se viu obrigada a assumir a criação da sobrinha. No comando da situação, Manuela se descobre uma mulher "forte, potente e cheia de recursos que desconhecia". "E esta autoconfiança, é claro, irá influenciar também em sua feminilidade", conta a escritora.
Novo amor
Na nova fase da novela, Manuela surge como uma confeiteira bem-sucedida em sociedade com Maria (Neuza Borges), a ex-empregada de sua mãe. Em casa, ela também é uma dona de casa zelosa e se posiciona como uma mãe para a sobrinha, Julia (Jesuela Moro). Fora isso, está prestes a se casar com Rodrigo (Rafael Cardoso), pai da criança e ex-namorado de sua irmã. A aproximação dos dois não pode ser encarada como uma paixão.
Ela ocorre basicamente por causa da menina. Depois de ambos enfrentarem problemas em suas casas, Manuela e Rodrigo foram acolhidos por Iná (Nicette Bruno). E, a partir daí, começaram uma parceria familiar, que culminou em cumplicidade e amor. "Os dois experimentaram a sensação de desamparo, passaram pelas mesmas coisas e viram que haviam formado um núcleo familiar. Eles mantêm um laço forte", justifica Marjorie.
Para Rafael, a convivência diária entre o arquiteto e a doceira foi fundamental para que eles desenvolvessem o sentimento de carinho e apoio mútuo. "Acontece uma cumplicidade. Foi uma relação construída aos poucos".
Mudança de visual
A realização pessoal de Manuela vai se refletir no visual. É verdade que o probleminha na perna continua, mas, agora, ela vai adotar um look mais leve. "Ela sempre foi muito frágil, vulnerável. Agora, está mais feminina, madura e consciente. A sua vida, que antes era muito apagada, se torna colorida. É uma mudança interna, Manu não se tornou sexy. Apenas ficou mais feminina", explica Marjorie.
Para acompanhar essa libertação, o caracterizador Luiz Ferreira precisou fazer algumas mudanças sutis na personagem. O cabelo foi alongado e a franjinha saiu de cena. Para iluminar o rosto, Manu usa maquiagem discreta e as unhas ganham esmaltes.
Diretor-geral e de núcleo de "A vida da gente", Jayme Monjardim fala que interpretou as mudanças na vida e no comportamento de Manu com bastante delicadeza. "Ela está mais segura. Já a relação de Manu e Rodrigo é mostrada de forma construída", analisa.
Ana sai do coma
Tudo está fluindo bem na vida da mocinha. Mas ficam as perguntas: e quando a tenista acordar do coma? O que vai achar disso tudo? Como o retorno de Ana influenciará na vida do novo casal? Para Marjorie, a situação será complicada. Mas a atriz acredita que as irmãs logo se entenderão.
"As duas se amam demais. Se elas se odiassem, seria mais fácil para Manu não sentir culpa", argumenta a atriz, pontuando que o relacionamento da confeiteira com a mãe ainda vai continuar tenso.
E não para por aí. A autora adianta que a recuperação da tenista também vai mexer com os sentimentos de Rodrigo. Lícia garante que o rapaz vai passar por conflitos internos: "A paixão não realizada por Ana e o amor legítimo que agora ele sente por Manu farão com que se sinta culpado, partido e, principalmente, perdido diante do que sente".
Natália CastroAgência O Globo
Via DN
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