
Teófilo Otoni. A farmacêutica Anne Pinheiro Nascimento Souza e dois técnicos da Fórmula Pharma, no centro de Teófilo Otoni, no Vale do Mucuri, serão os únicos responsabilizados criminalmente pela morte de dez pessoas da cidade e do município vizinho de Novo Cruzeiro, entre os dias 20 de novembro e 11 de dezembro, após consumirem o antiparasitário Secnidazol 500 mg produzido no estabelecimento.
De acordo com uma fonte da Polícia Civil que trabalha nas investigações, em seu depoimento, o empresário Ricardo Luiz Portilho, dono da farmácia, confirmou que no contrato social da empresa Anne era a responsável técnica e tinha como função a fiscalização dos remédios fabricados no local. "O Ricardo era apenas o proprietário, não assinava como químico. Ele terá problemas com indenizações", explicou. [NORMAL_A]Ainda conforme a fonte, no depoimento de quatro páginas que prestou à polícia, a farmacêutica admitiu não ter conferido o lote 26, que teria provocado
as mortes.
Além de Anne e Portilho, outras três pessoas já foram interrogadas. A delegada que preside o inquérito, Herta Coimbra, preferiu não comentar os depoimentos. Os indícios são de que, na manipulação dos remédios, foi utilizado o anti-hipertensivo Metoprolol, em doses letais para o corpo humano, no lugar do princípio ativo do Secnidazol.
Ontem, o marido de Maria Lúcia de Sousa, 72, Gregório de Sousa, 75, disse ter ficado surpreso após descobrir que a mulher seria a décima vítima do medicamento. De acordo com ele, Maria Lúcia tomou duas cápsulas na manhã do dia 22 de novembro. "Quando estávamos no carro, ela falou que não ia aguentar e morreu no meu braço".
O TEMPO
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