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sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Hipocrisia - Por que isso pode e isso não pode??? MACONHA vs TABACO

PLANTAR E VENDER TABACO PODE!

O TABACO

Eu não suporto cigarro. Não dá. Fede, incomoda e, acima de tudo, faz mal. Cigarro é o prazer dos fracos: incapazes ou insatisfeitos com os prazeres do dia-a-dia, lhes resta fumar. Há décadas quem fuma sabe os infinitos malefícios do cigarro. Mas o pior não é isso. O pior é o egoísmo do fumante. Não se importando com os outros, ele fuma em qualquer lugar, expondo os que estão ao redor a doses ainda maiores das mais de 4.700 diferentes substâncias tóxicas e cancerígenas produzidas pelo cigarro. Abaixo eu lhes trago pequena lista das principais doenças que o cigarro pode provocar:
  • Durante a gestação, o cigarro materno aumenta o risco de aborto, de sangramentos e de complicações, como a instalação incorreta da placenta no útero (Fonte: G1)
  • Dor nas costas: os fumantes inalam substâncias tóxicas que prejudicam a circulação sanguínea do disco intervertebral (Fonte: CyberDiet)
  • Infertilidade: a liberação de substâncias tóxicas pelo cigarro no organismo prejudicam a produção de óvulos e espermatozóides e reduz o fluxo de sangue para o pênis, o que pode causar impotência (Fontes: CyberDiet, OPAS)
  • Aproximadamente 25% dos casos de infarto devem-se exclusivamente ao cigarro. O cigarro facilita a formação de coágulos, o que pode provocar o ataque cardíaco (Fonte: CyberDiet)
  • O cigarro pode causar desde simples manchas nos dentes até câncer labial (Fonte: CyberDiet)
  • Existe uma doença, exclusiva de fumantes, chamada tromboangeíte obliterante, que obstrui as artérias das extremidades e provoca necrose dos tecidos. O doente perde os dedos do pé, a perna, o pé, uma coxa, enfim, a necrose do tecido pode levar à amputação de membros (Fonte: Estadão) (Fotos da amputação: Fumar pra quê?)
  • Os fumantes acusam uma incidência 40% maior de catarata (Fonte: OPAS)
  • Enfisema Pulmonar, Bronquite Crônica (Fonte: OPAS)
  • Osteoporose (Fonte: OPAS)
  • Acidente Vascular Cerebral (Derrame) (Fonte: Psiquiatria Geral)
  • Maior incidência de arteriosclerose, arritmias cardíacas e crises de angina (Fonte: Psiquiatria Geral)
  • O tabagismo facilita o aparecimento de úlceras e gastrites (Fonte: Psiquiatria Geral)
Calma, agora vem a parte dos problemas cancerígenos. Os problemas com câncer são principalmente devido ao alcatrão, que é um composto de mais de 40 substâncias comprovadamente cancerígenas, formado à partir da combustão dos derivados do tabaco. Entre elas, o arsênio, níquel, benzopireno, cádmio, resíduos de agrotóxicos, substâncias radioativas, como o Polônio 210 (sim, aquele que derreteu por dentro o ex-espião russo Alexander Litvinenko), acetona, naftalina e até fósforo P4/P6, substâncias usadas para veneno de rato. Segue a relação dos principais tipos de cânceres que o cigarro ajuda a provocar:

  • O cigarro é responsável por 30% das mortes por câncer (Fonte: BBC)
  • Segundo o Hospital de Câncer de Barretos - 96% dos pacientes com câncer do esôfago, da cavidade oral e do laringe e 88% dos pacientes com câncer de pulmão são fumantes (Fonte: Hospital de Câncer de Barretos)
  • Narguillé, também conhecido como cachimbo d´água, shisha, goza, narghile, nargile ou arghile, hookah, produz uma fumaça que contém quantidade significativa de constituintes perigosos, entre eles a nicotina e metais pesados como o arsênico, cobalto, cromo e chumbo, e, quando produzida, contêm aproximadamente a mesma quantidade de nicotina livre e partículas de alcatrão que 20 cigarros. Iss traz um maior risco de se contrair câncer de pulmão, oral e de bexiga, além de estar associado a outras doenças, como tuberculose e doenças respiratórias (Fonte: Associação Brasileira do Câncer)
  • Em 2006, o INCA reportou 27.000 novos casos de câncer de pulmão. Cerca de 90% se devem ao tabagismo (Fonte: Agência Brasil)
  • Um fumante tem várias vezes mais chances de contrair certos cânceres que um não fumante (Fonte: OPAS):

    • cânceres do nariz (2 vezes mais chances)
    • da boca, das glândulas salivares e da faringe (6 a 27 vezes)
    • do esôfago (8 a 10 vezes)
    • da laringe (10 a 18 vezes)
    • do estômago (2 a 3 vezes)
    • dos rins (5 vezes)
    • da bexiga (três vexes)
    • do pênis (duas a três vezes)
    • do pâncreas (duas a cinco vezes)
    • do cólon e do reto (três vezes)
    • do ânus (cinco a seis vezes)
Acho que já está bom na questão da saúde. Vamos ver agora as implicações do fumo à sociedade como um todo.
  • Além de todos esses males o fumo causa danos sérios ao meio ambiente, florestas inteiras são devastadas para alimentar os fornos à lenha que secam as folhas do fumo antes de serem industrializados. Para cada 300 cigarros produzidos uma árvore é queimada. Portanto um fumante de um maço por dia sacrifica uma árvore a cada 15 dias. No Brasil a indústria do cigarro responde pelo corte de quase 40 milhões de árvores por ano, para abastecer as estufas de secagem das folhas de tabaco (Fonte: Planeta Sustentável)
  • Estima-se que 60% dos cigarros contrabandeados são produtos brasileiros que são exportados, dão um passeio lá fora e retornam clandestinamente ao Brasil para não pagar impostos. A Receita suspeita que parte dessas exportações nem chegue a sair do País e são, na verdade, vendas fictícias para o Exterior. Como a exportação de cigarros não é tributada, os fabricantes têm nessa operação de ida e volta um lucro de mais de 70%, referentes à isenção de pagamentos de Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) e PIS/Cofins. A Receita não comenta a dívida dessas empresas, mas a Folha apurou que o valor gira em torno de R$ 5 bilhões e não há a menor perspectiva de que esse valor venha a ser recolhido nos cofres públicos algum dia (Fontes: ISTOÉ, FENACON)
  • O governo federal perde, por ano, R$ 1,2 bilhão por causa do contrabando de cigarros somente com IPI e PIS/Cofins que deixam de ser arrecadados, sem contar o que é sonegado em Imposto de Renda e em tributos estaduais (Fontes: FinanceOne, Jornal do Brasil)
  • O cigarro mata 5,4 milhões por ano no mundo (mais do que a soma das vítimas de tuberculose, malária e Aids), número que deve crescer para 8 milhões em 2030, de acordo com projeção da OMS (Fonte: Jornal da Ciência)
  • O cigarro provoca um prejuízo anual para o sistema público de saúde de pelo menos R$ 338 milhões, o equivalente a 7,7% do custo de todas as internações e quimioterapias no País (Fonte: INCA)
  • De acordo com o Banco Mundial, o consumo do fumo gera uma perda mundial de 200 bilhões de dólares por ano (Fonte: UNESP)
  • Cerca de 18% dos cigarros produzidos no país não pagam impostos, diz a Receita. As fábricas funcionam com liminares da Justiça (Fonte: PUC-RJ)
  • Em 2005, 800 pessoas morreram, 1660 se feriram e mais de US$ 575 milhões de prejuízo devido à incêndios provocados pelo cigarro. Além dos incêndios urbanos, o cigarro também é responsável por muitos incêndios florestais (Fontes: Wikipedia)
Enfim, o cigarro é em si um enorme câncer no planeta. Sabemos que deixar de fumar é difícil, mas pode ser a maior conquista da vida de uma pessoa. Um exemplo? Os programas da Vila do Chaves já foram exibidos em mais de 20 países e dublados em diversas línguas, entre elas italiano, japonês e russo. Eles deixaram de ser produzidos há décadas, mas continuam passando e liderando a audiência em vários países (a começar pelo Brasil, onde o SBT sempre usa com sucesso para passar em audiência da Globo). Numa entrevista, ele declarou: "Quando me perguntam qual foi o meu maior sucesso e o meu maior fracasso, quase todos esperam que eu responda o Chaves e o Chapolim. Mas o meu maior sucesso foi ter conseguido parar de fumar. E digo isso com toda a sinceridade do mundo."
Sorte dele. Meu personagem preferido, Seu Madruga, morreu de câncer de pulmão. Adivinhem por que?


PLANTAR MACONHA  E VENDER MACONHA NÃO PODE!

A MACONHA

Em resposta à pressão pública para a aprovação do uso medicinal da maconha, o órgão responsável pelo controle de medicamentos dos Estados Unidos (the Office of National Drug Control Policy, Washington,DC) patrocinou um estudo realizado pelo Institute of Medicine, que teve como autores o Dr. Stanley J. Watson, o Dr. John A. Benson e a Dra. Janet E. Joy.

Este tinha como objetivo avaliar as evidências científicas dos benefícios e dos riscos do uso da maconha na medicina. Baseou-se em conhecimentos científicos e populares e foi validado por especialistas no assunto. O estudo foi publicado na revista Archives of General Psychiatry de junho de 2000.

A principal finalidade deste estudo foi determinar o que é verdadeiro e o que é falso a respeito do efeito terapêutico da maconha. Ele consiste em uma revisão sobre os mecanismos e locais de ação da droga, bem como, a eficácia e falhas de seu uso medicinal. Inclui também uma análise dos efeitos crônicos e agudos da maconha, sendo comparados os seus efeitos adversos com os de outras drogas já padronizadas.

A biologia da maconha

O conhecimento a respeito da neurobiologia da maconha vem mudando dramaticamente na última década. Foram descobertos dois tipos de receptores (estruturas orgânicas que se ligam aos componentes químicos da maconha e permitem sua ação dentro das células), que receberam o nome de CB1 e CB2, estes se localizam principalmente no cérebro e nas células do sistema imune.

Dentro do cérebro, estes receptores estão concentrados no sistema límbico, no córtex cerebral, no sistema motor e no hipocampo. Essas localizações explicam, em parte, os sintomas provocados pela maconha, como as alterações do estado mental, as mudanças de humor e as alterações da coordenação motora.

Seus efeitos sobre o sistema imune ainda não são bem conhecidos.

O papel da maconha na dor

Evidências de pesquisas em animais e em homens indicam que a maconha pode produzir um efeito analgésico importante. Porém, mais estudos devem ser feitos para estabelecer a magnitude e a duração deste efeito, nas diversas condições clínicas. Os pacientes que poderiam ser beneficiados com o uso dessa droga seriam aqueles em uso de quimioterapia, em pós-operatório, com trauma raquimedular (lesão da coluna vertebral com acometimento da medula), com neuropatia periférica, em fase pós-infarto cerebral, com AIDS, ou com qualquer outra condição clínica associada a um quadro importante de dor crônica.

Quimioterapia induzindo náuseas e vômitos

Muitos oncologistas e pacientes defendem o uso da maconha, ou do THC (seu principal componente já estudado) como agente antiemético. Mas quando comparada com outros agentes, a maconha tem um efeito menor do que as drogas já existentes. Contudo, seus efeitos podem ser aumentados quando associados com outros antieméticos. Dessa maneira, o uso da cannabis na quimioterapia pode ser eficiente em pacientes com náuseas e vômitos não controlados com outros medicamentos.

Desnutrição e estimulação do apetite

Os estudos sobre os efeitos da maconha sugerem que esta droga pode ser importante no tratamento da desnutrição e da perda do apetite em pacientes com AIDS ou câncer. Mas outros medicamentos são mais efetivos do que a maconha, portanto, os autores recomendam pesquisas mais aprofundadas para avaliar a ação da maconha nesses pacientes.

Espasmo Muscular

Como já foi dito anteriormente, a maconha afeta o movimento, e estudos tem demonstrado que ela pode ajudar no controle do espasmo muscular (encontrado na esclerose múltipla ou no traumatismo raquimedular).

Mas as pesquisas que avaliaram essa capacidade da maconha devem ser analisadas com cuidado, uma vez que, outros sintomas associados a estas doenças, como a ansiedade, podem aumentar os espasmos, e nesse caso, a maconha poderia ter sua ação diminuindo a ansiedade e não controlando o espasmo propriamente dito. Por isso, os autores acreditam que mais estudos devem ser realizados para se confirmar esse efeito da maconha.

Movimentos desordenados

Estudos em animais demonstram que o uso da maconha pode estimular os movimentos em doses baixas e pode inibí-los em doses altas. Esta característica pode ser importante para o desenvolvimento de tratamentos para as desordens motoras na doença de Parkinson. Os autores acreditam que novos estudos devem ser feitos para avaliar a quantidade exata da droga que pode ser eficiente no tratamento dessa condição.

Epilepsia

O principal objetivo do tratamento da epilepsia é impedir completamente as crises. Os estudos a esse respeito ainda estão se iniciando, e muitas vezes as crises não foram inibidas com o uso da maconha, portanto, os autores acreditam que pesquisas com pessoas ainda não devem ser indicadas.

Glaucoma

Apesar do glaucoma ser uma das indicações mais citadas para o uso da maconha, os dados existentes não suportam esta indicação. A pressão alta intra-ocular é um dos fatores de risco para o desenvolvimento do glaucoma e a maconha poderia agir diminuindo esta pressão. Mas esse efeito é de curta duração e só é conseguido com altas doses da droga. Como as altas doses provocam muitos efeitos indesejáveis e as medicações já existentes são bastante efetivas e com efeitos colaterais mínimos, os autores acreditam que o uso da cannabis nessa condição ainda não está indicado.

Efeitos adversos

Os efeitos adversos da cannabis podem ser divididos em duas categorias: os efeitos do hábito de fumar crônico e os efeitos do THC. O fumo crônico da maconha provoca alterações das células do trato respiratório, e aumentam a incidência de câncer de pulmão entre os usuários. Os efeitos associados ao longo tempo de exposição ao THC são a dependência dos efeitos psicoativos e a síndrome de abstinência com a cessação do uso. Os sintomas da síndrome de abstinência incluem agitação, insônia, irritabilidade, náusea e cãibras.

Alguns autores sugerem que a maconha é uma porta de entrada para outras drogas ilícitas. Mas ainda não existem estudos científicos que comprovem essa hipótese. E outras drogas como o tabaco e o álcool, na verdade, são as primeiras drogas a serem usadas antes da maconha.

Conclusão

Resumindo, os dados indicam um efeito terapêutico modesto, particularmente, no controle da dor, alívio de náuseas e vômitos, e estimulação do apetite. Seus efeitos foram melhores estabelecidos para o THC. Mas a maconha possui vários outros componentes que não tem seus efeitos estudados, e que podem trazer muitos riscos.

Os dados atuais não afastam e nem dão suporte para a hipótese de que o uso medicinal da maconha poderia aumentar o uso ilícito dessa droga. Ao final do estudo os autores concluíram que o futuro do uso terapêutico da maconha está associado com o desenvolvimento de substâncias puras, e não com o fumo da mesma.

Fonte: Arch Gen Psychiatry 2000;57:547-552 – Vol.57 No. 6, june 2000.

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