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sexta-feira, 9 de março de 2012

CPI do Ronaldinho Gaúcho tem 12 assinaturas

Vidal firma, em plenário, o requerimento para abrir a investigação sobre convênios com a ONG do jogaO requerimento para a abertura de uma CPI para investigar os contratos do Instituto Ronaldinho Gaúcho com a prefeitura foi entregue ontem pelo vereador Mauro Pinheiro (PT) ao presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre, Mauro Zacher (PDT).

O documento, que dependia de 12ª assinatura para ser apresentado, foi subscrito pelo vereador Elias Vidal (PPS) durante a sessão plenária. Portando camisetas com os dizeres “Não jogamos no time do Ronaldinho”, as bancadas de oposição comemoraram a adesão de Vidal, que permite o avanço da solicitação.

Zacher decidiu encaminhar o texto para análise e parecer da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). O regimento interno da Casa foi mencionado pelo líder do governo no Legislativo, vereador João Dib (PP), para tentar frear o acolhimento do pedido.

Para Dib, o texto não deveria sequer ter sido aceito por não contar com a assinatura de um terço dos vereadores para ser remetido. “Este pedido tem a assinatura de 11 vereadores e de um deputado estadual (Aldacir Oliboni, PT), e um deputado não pode assinar”, contestou.

Representantes da base aliada do governo José Fortunati (PDT) - vereadores do PP, PDT, PMDB, PTB e o vereador Paulinho Rubem Berta (PPS) - apoiaram o protesto de Dib.

A CPI do Ronaldinho está mais próxima de sair do papel do que a da Saúde porque um ex-integrante da base de Fortunati - o vereador Tarciso Flecha Negra (PSD), que era do PDT - assinou o requerimento, em função de seu trabalho com crianças carentes e o futebol. As bancadas do PT, P-Sol e PSB já haviam aderido ao pedido de investigação dos contratos da ONG do jogador com a prefeitura.

O petista Mauro Pinheiro, proponente da CPI, aponta problemas nos contratos que embasavam o convênio com o poder público e garantiram mais de R$ 6 milhões em três anos. O acesso à documentação da Secretaria da Fazenda possibilitou verificar irregularidades na prestação de contas dos repasses, diz o vereador.

Pinheiro cita a compra de bolas de futebol e bandeiras a preços elevados e questiona o pagamento de alguns serviços - o tema pautou duas reuniões da Comissão de Educação da Câmara no ano passado.

A ONG de Ronaldinho pediu reajuste para renovar os contratos com a prefeitura e por isso os convênios não foram mantidos.

Pressionado pela direção do PPS para retirar sua assinatura, inclusive com ameaça de expulsão, Vidal reiterou ontem, na Câmara, que mantém sua posição para a CPI da Saúde e explicou por que agora decidiu apoiar a CPI do Ronaldinho.

“Se houve irregularidades, alguém facilitou. A prestação de contas não foi feita adequadamente durante a contínua liberação de recursos. Se eu estou errado em querer corrigir esse problema, então não sei mais o que é o certo”, argumentou.

Vidal disse ainda não ter consultado o seu correligionário Paulinho Rubem Berta antes de se pronunciar. Os dois não possuem o mesmo entendimento em relação a CPIs. Rubem Berta prega fidelidade ao governo. “Não falei com o vereador porque não queria contaminar a situação. Fiz isso para protegê-lo”, justificou Vidal.

Executiva do PPS analisa hoje expulsão de vereador

O destino do vereador Elias Vidal no PPS será definido hoje às 12h em uma reunião da executiva municipal do partido em Porto Alegre. Após Vidal ter assinado os pedidos de instalação da CPI da Saúde na Câmara Municipal de Porto Alegre, o presidente do PPS na Capital, deputado estadual Paulo Odone, avisou: “Ele vai ter que retirar a assinatura, senão pode ser expulso do partido”.

Vidal manteve sua posição e ainda declarou apoio à CPI do Instituto Ronaldinho ontem. O vereador disse que vai comparecer ao encontro da executiva do PPS, “desarmado e na paz”. “Quem não deve, não teme. Vou olhar para todos e vou mostrar por que assinei o requerimento. Agi com a consciência.” O PPS pode abrir um processo e convocar a comissão de ética para analisar o caso, o que pode resultar na expulsão de Vidal.

Mas o vereador afirmou estar seguro de sua decisão. “Estou preparado, sabendo de todos os riscos que poderia correr. O mais importante é que estou cumprindo o que prometi e não estou virando as costas para os que precisam.”

Questionado sobre a hipótese de filiação em outro partido, o vereador desconversou. “Não penso em trocar de sigla, considero não ter cometido nenhum erro político-partidário e ter agido dentro dos princípios do meu partido (PPS).”

Jornal do Comércio

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