A Polícia Militar de São Paulo retomou hoje (7) às 9h30 as escoltas a caminhões-tanque que não aderiram à paralisação iniciada na última segunda-feira (5) na capital. Os caminhoneiros autônomos paralisaram os trabalhos em protesto à proibição de circular na marginal Tietê. A greve gerou desabastecimento de combustível em São Paulo.
O Sindicam (Sindicato dos Transportadores Autônomos de Bens do Estado) acatou a decisão da Justiça que determinou ontem a retomada da distribuição de combustível em São Paulo, mas a decisão final deve ser tomada em assembleia.
Segundo o chefe de comunicação da PM, major Marcel Lacerda Soffner, a retomada das escoltas foi necessária devido a um incidente registrado próximo a uma base de distribuição da avenida Presidente Wilson, no Ipiranga (zona sul), quase na divisa com São Caetano do Sul (ABC). Lá, um piquete de grevistas teria ameaçado barrar dois caminhões da distribuidora Shell.
Segundo o major, das 8h de ontem às 8h de hoje, foram realizadas 31 escoltas a 70 caminhões que transportam combustíveis na cidade. Elas partem basicamente de duas grandes bases de distribuição --em Barueri e na Presidente Wilson-- até pontos de abastecimento de serviços considerados essenciais, como prefeitura, atendimentos de emergência e aeroportos, principalmente Congonhas.
“Hoje de manhã, a situação era de normalidade. Mas com o incidente das 9h30 tivemos de retomar as escoltas, e isso fez com que se retomasse o status de ontem”, disse o major.
O gabinete de crise foi montado ontem pela PM e as principais distribuidoras de combustíveis para impedir que grevistas barrassem os caminhões de combustível que não estivessem participando da greve.
Preços abusivos
Até o final da manhã e início da tarde desta quarta (7), ao menos quatro gerentes de postos haviam sido detidos pelos preços abusivos cobrados nos postos de combustíveis de São Paulo.
A Fundação Procon-SP está recebendo denúncias sobre os abusos e, até o momento, 42 casos foram registrados apenas na capital. O órgão esclarece que, de acordo com o Código de Defesa do Consumidor, é considerada como prática abusiva “elevar sem justa causa o preço de produtos ou serviços”.
“É muito importante que o consumidor exija a nota fiscal e denuncie. Na capital a denúncia pode ser feita pelo telefone 151”, afirma o Procon. O diretor executivo, Paulo Arthur Góes, informa que as denúncias serão investigadas pelo órgão e “se confirmada a conduta, o posto será multado e o caso encaminhado ao Ministério Público, para análise da questão criminal”. O valor da multa varia entre R$ 400 a R$ 6 milhões.
Reportagem da Folha.com mostrou que em um posto da zona norte o valor da gasolina comum passou de R$ 2,79 o litro para R$ 4,49. A gasolina aditivada chegou a R$ 4,99.
Falta de combustível
Na manhã desta quarta-feira (7) ainda é possível ver filas ou desabastecimento nos postos. Segundo o último balanço divulgado pelo Sincopetro (sindicato dos postos de São Paulo), 70 postos da cidade estavam com algum dos combustíveis –gasolina, álcool ou diesel– em falta até a terça-feira (6). Foram fiscalizados 128 postos na capital, que conta com cerca de 2.000 unidades. Ainda não foi feito um balanço de hoje.
"Falei com meu pai agora e ele me disse para abastecer porque está faltando combustível. Só que o primeiro posto em que eu parei me cobrou R$ 3,60 o litro da gasolina aditivada, porque não tinha a comum", reclamou o empresário Ricardo Nascimento, que costuma pagar R$ 2,90 o litro.
O presidente do Sincopetro, José Alberto Gouveia, afirmou em entrevista ao "Bom Dia São Paulo", da TV Globo, que mesmo com a volta imediata do abastecimento, seriam necessários cerca de cinco ou seis dias para a normalização dos serviços na capital. Ele disse também que não há gasolina em 100% dos postos da cidade. Gouveia foi procurado pelo UOL, mas não foi encontrado para comentar o assunto.
(Com agências Estado e Valor)
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