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quarta-feira, 7 de março de 2012

Diego Guebel, diretor artístico da Band: “Não haverá problemas entre ‘Pânico’ e ‘CQC’. São programas distintos

Guebel: "Ouvi que o 'Pânico' era como uma argentina gostosa"
Desde que negociou o formato do “CQC” com a Band, o argentino Diego Guebel teve uma ascensão meteórica na emissora. Nos últimos quatro anos, emplacou, além do humorístico de sucesso, projetos bem-sucedidos como “A Liga”, “Agora É Tarde” e “Mulheres Ricas”. No último ano, foi transformado em diretor artístico da emissora ocupando o lugar que antes foi de Hélio Vargas. À frente da emissora, Guebel criou atrações como o “Muito +” e tirou o “Pânico” da Rede TV!. Agora prepara-se com afinco para um passo mais ousado: emplacar a nova programação da emissora, que inclui novidades como um reality show que buscará humoristas e um programa que confina famílias em tribos selvagens. O executivo conversou com a coluna.
IG: Como avalia os primeiros meses de Band?
DIEGO GUEBEL: Tomara que seja assim. Tudo o que faço, faço porque gosto. A grande verdade é que não penso muito, desfruto do caminho, do processo. Não gosto de só focar no objetivo, eu gosto de viver o caminho, então, vou passo a passo. Se você não arrisca não tem como errar e nem como ser bem sucedido. Por isso mesmo começamos fazendo coisas no horário da tarde, durante o período do verão, em que o risco é menor. Também acho que a programação em geral tem que ir evoluindo, ninguém gosta de mudar tudo de um dia para outro. Se você chega numa festa e só tem amigos novos, tem que ir conhecendo aos poucos. Acontece o mesmo com os programas. Você tem de ir apresentando com o tempo, deixando o público se acostumar.
iG: É o caso do “Muito +”, que depois de um começo cambaleante agora se mostra firme na grade?
DIEGO GUEBEL: Acho que sim. Acho que o programa fica melhor agora. Depois, os resultados falam por si. Também acho bom para um canal de TV ter caixas de ressonância. O “Agora É Tarde”, por exemplo, é uma caixa de ressonância, porque você tem um espaço para convidar gente, para mostrar o que está fazendo, reunir outros dados… E a mesma coisa acontece com o “Muito +”.
IG: A maior parte dos programas lançados pela Band são formatos vindo de outros países. Está faltando quem produza formato 100% brasileiro?
DIEGO GUEBEL: Mas eu acho que não existe nada 100% alguma coisa. Quando fizemos o “CQC” na Argentina, estávamos pensando na MTV, num programa de lá chamado “Notícia Rebelde” e no David Letterman. Então era um monte de coisas. Na hora nós achamos que não seria algo tão original, depois ficou original. A cultura da gente é rica. A gente vai ao cinema, vê filmes americanos e só às vezes brasileiros. Ouvimos músicas de todos os lados, notícias de todos os lados. Então acho que tem fenômenos locais que podem funcionar em todo o mundo. Por exemplo: O “Big Brother” e o “Dancing With Stars” funcionam em todo o mundo. Tem muitas coisas em comum, especialmente para quem vive em cidades muito grandes.
IG: O que te levou a contratar o “Pânico”? Há de fato esse medo de que os programas se esvaziem ao cobrir as mesmas pautas?
DIEGO GUEBEL: No ano passado isso já acontecia. A pauta podia ser a mesma, mas o olhar era distinto entre elas. A verdade é que o “Pânico” foi mudando com os anos e vários conteúdos podem ser vistos de outros jeitos. Acho que não tem problema nenhum entre os dois. Já conhecia o “Pânico” de muitos anos atrás, eu assistia. A negociação durou somente um dia. Começou bem cedo e terminou às quatro da manhã.
IG: Um dos donos da Rede TV! falou que embora o “Pânico” desse muita audiência também dava muito gasto, então o lucro não era grande. Acha que pode ocorrer o mesmo na Band?
DIEGO GUEBEL: Eu escutei que o “Pânico” era como uma mulher argentina gostosa. Gastava muito. (risos). Eu achei engraçado. Mas falando sério: acho que não. Acho que o “Pânico” era um bom negócio para eles. Mas cada um sabe o que fazer com seus gastos. Ninguém obrigou eles a fazer o “Pânico”, assim como ninguém os obrigou a deixar a emissora.
IG: A Band chegou a apostar em novelas nos anos 80 e produziu alguns folhetins históricos, como “Os Imigrantes”. A emissora não pretende voltar a apostar em dramaturgia?
DIEGO GUEBEL: A Band pensa em tudo, mas entrar numa briga em que tem Globo e Record investindo dinheiro acima do normal, porque eles querem manter o filão, com salários altíssimos, é muito difícil. Então se você não tem um planejamento ou uma estratégia para manter isso por pelo menos três anos, não tem sentido. Não é uma festa que você dá e pode acontecer toda semana. Acho que é uma decisão estratégica que tem que ser tomada com muito tempo e pesando as consequências. Não basta ter só entusiasmo para isso.
IG: O “É Tudo Improviso” tem uma temporada pronta que foi para a geladeira da Band. Pretende levá-la ao ar em algum momento?
DIEGO GUEBEL: Não temos geladeira, somos um canal de televisão! Não guardamos comida num programa. (risos). Se você tem lugar na grade utiliza. Não tem onde encaixá-lo, por enquanto.
IG: “CQC” e “Pânico” investem forte no humor e agora vocês levarão ao ar o “Faz-me Rir”, um reality show para encontrar um comediante. Por que o humor é tão forte na Band?
DIEGO GUEBEL: Acho o “CQC” um programa muito especial é uma mescla de humor e jornalismo. “Pânico” é humor claramente e “Agora É Tarde” humor no formato de “late night”. Mas o projeto do reality show é um formato que ainda está no papel, estamos desenvolvendo.
IG: Por que apostar no Datena como um showman, comandando um programa de perguntas e respostas?
DIEGO GUEBEL: Datena é um apresentador muito bom e acho que ele é muito capaz de fazer outros coisas. Acho o “Quem Fica em Pé?” um superformato e ele está fazendo um sucesso forte na Espanha e nos Estados Unidos. Então é preciso aliar a melhor pessoa possível para fazer jus ao formato.
IG: Datena chegou a afirmar em entrevistas que está cansado de fazer programas policiais. Já considerou tirá-lo do “Brasil Urgente”?
DIEGO GUEBEL: Não. Eu acho que é normal querer fazer outras coisas, mas acho que ele não deve deixar de fazer o “Brasil Urgente” por uma simples razão: é um sucesso.

IG

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