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sexta-feira, 23 de março de 2012

Veja a repercussão da morte de Chico Anysio

Jô Soares e Agildo Ribeiro, entre outros, lamentaram a morte de Chico Anysio, em depoimentos exibidos na Globo News. O humorista morreu às 14h52 desta sexta-feira (23), aos 80 anos. As informações são do G1.
Agildo Ribeiro, humorista – "O mais importante é que estamos em luto nacional. O Brasil está mais triste, sem perspectivas de risos e alegrias. Ele foi um herói nacional, um combatente. Ele trazia alegria para esse povo. Ele era uma figura tradicional. Estou com meu coração dilacerado de tanto que amava esse homem. Estou de luto, fisicamente, espiritualmente e artisticamente. Ele não vai morrer assim, ele não morre assim, não."
 David Pinheiro, humorista – "A 'Escolinha do Professor Raimundo' foi mais que um trabalho, foi um aprendizado, principalmente pelo ponto de visto técnico. Não que ele ficasse nos ensinando, mas o cotidiano, os pequenos detalhes que ele mostrava. Ele foi importantíssimo. Ele foi responsável por uma nova geração de humoristas e cuidou dos velhos humoristas. Nós aprendemos bastante. Ele era um homem raro. O ser humano que ele foi, o artista que ele foi, o modo como ele viveu, enfim. Ele dizia que o improviso é o caminho mais curto para o erro. Na coversa come ele o personagem mudava. Tenho muitas histórias dele. Eu e muito outros. Chico Anysio foi um homem importante para a história do Brasil."
 Jô Soares, apresentador – "O Brasil inteiro estava pendurado nessa agonia do Chico. Isso me lembrou a agonia que o país passou com a morte do Tancredo Neves. Foi uma agonia terrível. Ele não merecia isso. Espero que ele não tenha sofrido, que tenha passado bem. O Chico Anysio é um dos melhores atores característicos do mundo. Eu dirigi um espetáculo do Chico que, na verdade, eu que aprendi demais. O óbvio é que essa morte deixa o Brasil inteiro entristecido."
 Ziraldo, cartunista – "Foi uma grande perda. Conheci o Chico há 50 anos. Ele é um dos dois fenômenos inrrepetíveis. Nunca mais teremos Pelé e nem Chico Anysio. Ninguém conseguiu fazer a quantidae de personagens que ele fez. A mão dele ficava velha de acordo com o personagem. Tive a oportunidade de conviver um pouco com ele. Ele não vai embora agora, não é possível.
O Chico, comigo, era sempre muito generoso. O dinheiro que ele ganhou ele distribuiu. Ele era fantástico. A televisão não perpetua ninguém. Espero que as pessoas possam encontrar nas livrarias o livro que os cartunistas fizeram desenhando os personagens dele."
Lúcio Mauro FIlho, ator – "O Chico está canonizado desde já. Ele sobe como um dos grandes santos do humor brasileiro. Ele já estava fazendo falta para a gente por diversos posicionamentos. Ele era um homem de posicionamento forte. Ele ter ficado fora da televisão fez muito mal para ele. A gente é muito miúdo para poder explicar. Na minha vida, ele foi muito importante. No Projac, uma vez, ele me encontrou e perguntou se está tudo bem. ‘Você está bem mesmo, porque você está procurando ponta em novale, concorrendo com gente muito menos talentosa com você, abre o olho’. Depois dessa bronca eu fui direto para o Zorra Total e tudo aconteceu na minha carreira. Ele foi um norte para todos nós humoristas. Um cara tão brilhante e genial ficar sofrendo como estava era muito triste. Quando Rogério Cardoso foi embora eu fiquei estraçalhado. Com o Chico é a mesma coisa. A comédia brasileira não só o maior gênio, mas o seu maior defensor. Ele sempre lutou pela qualidade do humor braileiro. Que as novas gerações estejam assistindo e vendo um pouco do talento dele. Estou com o Ziraldo, a gente não pode esquecer o Chico, esse grande talento."
Paulo Silvino, comediante – "Infelizmente perdemos o maior ator e comendiante do mundo. Nunca na história da comédia mundial alguém tenha feito o que o Chico Anysio fez. A quantidade de línguas que escreveu, de quadros que pintou. Ele era uma fonte de arte e inspiração. Ele foi uma fonte de inspiração de alegria. Ele fez trabalhos sérios também, era completo. Ele se tornou o maior comediante, o maior ator do mundo de todas as época. Ele era meu amigo, ele foi extraordinário. Chico era um paizão. Na Escolinha ele abrigou muitos atores, principalmente alguns que estavam quase esquecidos. Ele foi um pai extraordinário. Ele casou várias, teve uma prole grande. Todos os filhos dele conviveram muito comigo e com meus filhos."
 José de Abreu, ator – "Vários aspectos do Chico devem ser lembrados. Uma vez ele disse que parecida a rua do Catete, porque vivia cheio de pensão. Ele era impressionante. Saía de um personagem e começava imediatamente o outro. Parecia mágica. Ele fazia numa tarde o programa quase inteiro. Em dois dias ele fazia 30 personagens. Ele era sempre o mesmo. Ele se auto dirigia, ele dirigia todo mundo. Ele era uma loucura. Ele tinha três cabeças, a do ator, do diretor e do personagem."
Renato Aragão, humorista - "O Brasil todo está triste. Quando cheguei ao Rio, ele já era famoso. Chico me ajudou muito. Ele que me alertou muito. Ele foi referência para todos os humoristas. Não vai ter outro Chico Anysio, não. Ele fazia sátira do Brasil todo. Ele foi muito amigo. Chico Anysio ajudava todo mundo. O coração dele não cabia dentro do peito. Para a gente falar sobre quem era Chico Anysio será preciso fazer uma mesa redonda para cada um falar o que ele era."
Regina Casé, apresentadora – "Conheci o Chico quando ele trabalhava com meu pai, desde pequena eu via o trabalho dele. Ele conseguiu conferir uma dignidade ao povo nordestino. Foi uma escola, uma faculdade trabalhar com ele. Acho que ele conseguiu transcender na esfera do humorismo, ele escrevia, pintava e interpretava."
 Boni, diretor de TV - Ele fez um humor sem obscenidade, sem ofensa. Ele foi um amigo e irmão por mais de meio século. Todos os personagens do Chico Anysio tinham alma. Não eram aqueles que chamamos no jargão de televisão de caricaturas. Eles tinham o rosto diferente, a voz diferente e a alma diferente. Eles eram personagens reais e de carne e osso. Era um humor humano e cheio de crítica social e política. O Chico levou um pouco do humor radiofônico para a televisão. Ele foi o pioneiro na montagem do videotape.
Heloísa Perissé, atriz e comediante – "Tinha uma relação muito especial com ele. Foi uma pessoa que sempre me deu muita força. Ele sempre teve uma preocupação com o trabalho. Foi uma pessoa que sempre será uma referência. Os personagens eram vivos, ele era vivo em tudo que ele fazia. Chico foi uma pessoa que todo mundo cresceu vendo. Sempre teve um humor forte. Ele era naturalmente engraçado. Ele falava o que pensava. Muitas vezes ele foi mal interpretado por isso. Ele era o Chico sempre, ele não tinha máscara."
O humorista Wellington Muniz, o Ceará, disse que ficou "boquiaberto". "Sabia que ele estava passando por um período díficil, mas isso me pegou de surpresa mesmo e mudou todo o meu dia, toda a programação da minha tarde", comentou. "Ele é uma inspiração para muita gente, é da minha terra, do Ceará. Chico ia fazer de aniversário no dia 12 de abril. Foi um um cara que inspirou vários humoristas e criou, com sua genialidade, muitos personagens. Ele deu chance e ajudou muita gente e faria isso até hoje se tivesse um programa. Foi embora um grande talento que faz muita falta na televisao brasileira. Que ele descansae em paz. Desejo as minhas condolênscias aos familiares e às pessoas próximas a ele. Grande mestre, grande ser humano, grande amigo. Tive poucas chances de conversar com ele, mas sempre que estivemos juntos ele foi atencioso, brincalhão e inteligente".
Em depoimento enviado por e-mail, Daniel Filho disse que deve a Chico o início de sua carreira como diretor. "Ele deu a mão aos novos e nunca deixou os mais velhos comediantes fora de seu alcance. Sempre prestando homenagens aos seus professores da comedia. Deu bom humor ao Brasil. Uma vida dedicada a qualidade no radio, cinema e televisão! Sua herança é imensa para todos que tivemos o privilegio de compartilhar a cena e a vida com ele. Amou muito e será para sempre amado.”
Em entrevista a jornalistas no Hospital Samaritano, no Rio, Cláudia Jimenez falou da importância de Chico. "Foi o maior artista que o Brasil já teve. Ele me inventou. No céu vai estar uma rodinha de amigos que vão receber ele. Rogério Cardoso,Walter D'Ávila, Nádia Maria, Brandão Filho e Costinha estão todos esperando por ele lá”, disse Cláudia. 
Políticos comentaram a morte do comediante:
Ana de Hollanda, ministra da Cultura: "Chico Anysio foi um homem múltiplo. Humorista, escritor, locutor, roteirista, artista plástico. Poucos tiveram uma trajetória tão vitoriosa quanto a dele. Do começo no rádio, chegando à TV com mais de uma centena de personagens que retratavam o Brasil de Norte a Sul, deixou uma profunda lembrança em todos nós. O humor de Chico era, ao mesmo tempo, popular e cerebral. Por meio do Coronel Limoeiro e de Pantaleão, retratou o sertanejo. Vestido de Salomé, aconselhou presidentes. Pelo Professor Raimundo, mostrou ao homem comum a importância da escola e da educação. São tantos e queridos personagens. Assim como seus livros, que retratam histórias cotidianas, mas que Chico tinha o brilho de torná-las formidáveis. Tudo com graça, nos fazendo aprender entre gostosas risadas. Certa vez, Chico lamentou que a vida chegasse ao fim. Legou, porém, uma imensa e valiosa obra. Minha solidariedade e do Ministério da Cultura aos parentes e amigos nesse difícil momento".

Aldo Rebelo, ministro do Esporte: "Manifesto meu profundo pesar pelo falecimento do ator, humorista e escritor Francisco Anysio de Oliveira Paula Filho. Grande artista brasileiro e torcedor apaixonado, Chico Anysio imortalizou com seus personagens figuras do futebol, como Coalhada, Meinha e Azambuja, e da cultura brasileira em geral. O Ministério do Esporte presta sua homenagem a esse cearense de Maranguape e torna público seu apoio à família e aos amigos de um dos maiores talentos do humor brasileiro."
Paulo Paim (PT-RS), senador: "Perdemos o grande humorista Chico Anysio que fez da sua arte a alegria do nosso povo.Ele também demonstrava preocupação com o social. A sua frase "e o salário mínimo ó!" (aproximando o indicador e o polegar)muito me ajudou para que o salário mínimo chegasse ao patamar que hoje está. Gênios como Chico Anysio não morrem."
Tiririca, deputado federal (PR-SP): "O Brasil e o mundo perdem um artista completo e pai dos humoristas do nosso país. Comediante e ator fantástico, com quem não tive a oportunidade de trabalhar. Mas, ao assistir um de seus shows, fiquei emocionado quando corrigiu o produtor que anunciava os nomes dos convidados vips. Chico disse: você se esqueceu de falar no Tiririca."
Stepan Nercessian, deputado federal (PPS-RJ): “Não se consegue pensar em humor no Brasil sem vir imediatamente o Chico. O Chico morreu com 80 anos, mas parecia ter 206 anos, de tanto conhecimento que trouxe. Ele criou o humor no Brasil. Ele foi fundamental em todo o processo de comunicação no Brasil. O Chico nunca teve um engajamento político, partidário, ideológico. O grande compromisso dele era com o povo. Chico transmitia o que o povo dizia."
José Sarney, presidente do senado (PMDB-AP) - "Recebi com grande comoção a notícia da morte do grande artista brasileiro, Chico Anísio. Múltiplo, ele proporcionou grandes momentos de alegria ao povo brasileiro, sendo uma figura exponencial e fundadora da nossa televisão, onde sua genialidade é marco histórico. Chico não se limitou a ser intérprete, foi um criador que nos deixa levando consigo personagens indeléveis. Não posso deixar de mencionar também o Chico dedicado à pintura, que deixa mais registros do seu talento em muitos e belos quadros. Fui seu amigo, também amigo de seu pai e de seus irmãos. É com profundo sentimento de pesar que me associo a sua família e a todo o povo brasileiro pela perda do grande Chico Anísio."
Geraldo Alckmin, governador de São Paulo: "O Brasil está triste com a morte de nosso maior humorista. É com grande pesar que transmito meus sentimentos e orações a todos os seus milhões de fãs, aos amigos e familiares".

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