Desde 1896, milhares de medalhas de ouro, prata e bronze são distribuídas nos Jogos Olímpicos. Mas existe uma honraria tão especial que é impossível treinar para recebê-la. Até hoje, apenas 11 seres humanos a conquistaram. Não necessariamente por seu desempenho esportivo, embora isso também possa ter contribuído. Mas sim pela grandiosidade de seus atos. Por encarnarem o espírito que levou o barão Pierre de Coubertin a retomar a antiga tradição grega e dar origem ao maior evento esportivo do planeta.
Conheceremos todos eles. A medalha de honra é concedida por atos de bravura, mérito esportivo indiscutível e por ética esportiva. Um brasileiro já a recebeu: Vanderlei Cordeiro de Lima, terceiro lugar na maratona em Atenas-2004, mereceu o prêmio extra por ter completado o percurso sem demonstrar nenhuma tristeza apesar de ter sido derrubado por um padre irlandês enquanto liderava, a poucos quilômetros da chegada. A comoção pelo resultado de Vanderlei foi tamanha que o vencedor, o italiano Stefano Baldini, foi ofuscado no pódio.
Entre os vencedores, há histórias de heroísmo, como a do velejador canadense Lawrence Lemieux, em Seul-1988. Ele estava em segundo lugar na quinta das sete regatas em que competia pela classe Finn. Os ventos fortes derrubaram no mar dois competidores de Cingapura, que se machucaram e não tinham como retornar ao barco. Lemieux deixou a competição para resgatá-los e aguardou até um barco da organização retirá-los. Nessa prova, terminou em 22º lugar. Pouco depois, os colegas decidiram que ele deveria levar a prata.
Postumamente, dois atletas olímpicos receberam a medalha por suas histórias. Lutz Long morreu aos 30 anos de idade como soldado nazista. Anos antes, em um sinal de rebeldia, deu conselhos ao rival norte-americano Jesse Owens nas semifinais do salto em distância. Diante do ditador Adolf Hitler, o alemão conversou com o negro, que evitou a desclassificação precoce ao saltar em um ponto indicado pelo rival. Ouro para Owens, prata para Long. O outro honrado após a morte foi o megaatleta tcheco Emil Zátopek, por suas conquistas no atletismo.
A bielorrussa Elena Novikova-Belova, quatro vezes medalhista de ouro no esgrima, também ganhou a medalha por seu mérito esportivo. O Comitê Olímpico Internacional (COI) não reverenciou apenas quem participou de Jogos. São os casos do ex-presidente austríaco Franz Jonas; do suíço Raymond Gafner, fundador do Museu Olímpico; do jogador de rúgbi neozelandês Tana Umaga, que prestou primeiros socorros a um rival galês durante uma partida; e ao norte-americano Spencer Eccles por seu trabalho.
A bielorrussa Elena Novikova-Belova, quatro vezes medalhista de ouro no esgrima, também ganhou a medalha por seu mérito esportivo. O Comitê Olímpico Internacional (COI) não reverenciou apenas quem participou de Jogos. São os casos do ex-presidente austríaco Franz Jonas; do suíço Raymond Gafner, fundador do Museu Olímpico; do jogador de rúgbi neozelandês Tana Umaga, que prestou primeiros socorros a um rival galês durante uma partida; e ao norte-americano Spencer Eccles por seu trabalho.
Duas medalhas Coubertin foram concedidas em Jogos de Inverno. A primeira foi ao austríaco Karl Heinz Klee, por seu trabalho pelos Jogos. A segunda foi uma das mais curiosas e comoventes de toda a história. Quem a recebeu, logo após as Olimpíada de 1964, em Innsbruck, na Áustria, foi o italiano Eugenio Monti, um dos favoritos na prova do trenó.
Seus principais rivais estavam na equipe britânica. Eis que os adversários têm um problema com o seu veículo, daqueles de eliminar da competição sem choro nem vela. Pois Monti emprestou a eles seu próprio trenó. Os britânicos ficaram com o ouro e ele, com o bronze. “Não perdi porque emprestei o trenó. Perdi porque eles foram mais rápidos”, resumiu. Mais comovente que uma vitória, apenas o espírito olímpico.
YAHOO
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