Brasília.
DIÁRIO DO NORDESTE
O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, rebateu críticas que sofreu por não pedir abertura de inquérito para investigar as relações do senador Demóstenes Torres (sem partido-GO), dizendo que elas foram feitas por "pessoas que estão morrendo de medo do julgamento do mensalão".Sem citar nomes, Gurgel disse que é "compreensível quer pessoas ´ligadas a mensaleiros´ queiram atacá-lo e também atacar ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), que serão responsáveis por julgar o caso do mensalão.
"É compreensível que algumas pessoas que são ligadas a mensaleiros tenham essa postura de querer atacar o procurador-geral e até atacar também ministros do Supremo com aquela afirmação falsa de que eu estaria investigando quatro ministros do Supremo Tribunal Federal", argumentou o procurador.
Segundo ele, os ataques sofridos seriam uma "tentativa de imobilizar o procurador-geral da República para que ele não possa atuar como deve, seja no caso do senador Demóstenes e seus desdobramentos, seja preparando-se para o julgamento do mensalão, caso que, repito, classifiquei nas alegações finais, como talvez o mais grave atentado à democracia brasileira".
Gurgel também disse que os mentores das críticas são, "se não réus, protetores de réus", além de pessoas que já foram alvos do Ministério Público e que agora querem retaliar. Questionado se haveria alguém por trás das críticas, ele se limitou a dizer que são "fatos notórios, que independem de prova".
"Agora, minha preocupação é de continuar trabalhando, continuar investigando e de continuar levantar o véu e revelar cada vez mais fatos extremamente graves que estão submetidas também à CPI, mas que parece mais preocupada com o julgamento do mensalão", finalizou.
Ataques
O senador Fernando Collor (PTB-AL) afirmou, durante a sessão secreta na CPI do Cachoeira, que Roberto Gurgel, tem pedido ajuda, nos bastidores políticos, para não prestar depoimento à comissão.
Segundo o senador, Gurgel também é responsável por "uma espécie de ameaça velada" aos membros da CPI, pois estaria espalhando a informação de que outros casos envolvendo políticos poderão vir à tona.
Gurgel poderá ter que explicar na Comissão, a acusação feita pelo delegado da Polícia Federal Raul Alexandre Souza, coordenador da Operação Vegas, de que a investigação foi paralisada após chegar ao seu gabinete.
Ontem, o STF começou oficialmente a organizar o julgamento do processo do mensalão. Os ministros decidiram que o procurador-geral Roberto Gurgel, terá 5 horas para apresentar sua denúncia contra todos os réus.
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