O Ceará é o maior produtor de tilápia e camarão do Brasil e também é um dos maiores consumidores
Iguatu. Clima favorável e temperatura estável são fatores importantes para a expansão dos criatórios de tilápia e camarão no Ceará. "O potencial de criação é enorme, pois já temos açudes instalados, água boa e ampla área litorânea", observa o engenheiro de pesca, Oswaldo Segundo, coordenador do setor de Aquicultura e Pesca do Pecnordeste. "Ainda temos muito a crescer e o mercado é favorável", complementa.
O consumo de pescado ainda é considerado baixo. É de 9Kg por habitante/ ano no País, quando deveria ser, segundo OMC, de 12Kg per capita/ ano Foto: Honório Barbosa
O Ceará é o maior produtor de tilápia e camarão do Brasil e também é um dos maiores consumidores. "Outros estados criam tilápia que são vendidas para o mercado cearense e isso às vezes cria certa instabilidade, mas faz parte do mercado", comenta Oswaldo Segundo. O consumo por pessoa de pescado é considerado baixo e está em 9Kg por habitante ao ano no País. Deveria ser pelo menos 12Kg per capita por ano, segundo recomendação da Organização Mundial de Saúde (OMC).
A produção de tilápia e de camarão, no Ceará, está voltada para o mercado interno. "Há espaço para crescimento, pois há aceitação imensa de tilápia e o cearense também passou a adotar o hábito de consumir camarão", frisa Oswaldo. "Estamos no bom caminho, temos de atender a demanda local e nos prepararmos para exportação".
Contribuição para o setor
Oswaldo Segundo destacou a importância do Pecnordeste para a discussão de importantes temas ligados ao setor, dentre eles a adaptação de políticas públicas e de adequação de legislações. "Temos águas sob a responsabilidade da União e dos estados e é preciso também observar leis municipais", aponta.
A demora na concessão de outorga para implantação de projetos de criatórios é um dos gargalos a serem superados e vencidos. "O evento vai permitir o debate sobre os entraves do setor e discussão entre setor público e privado para o crescimento da atividade", diz.
Um setor que está em franca expansão no Estado é o de aquicultura e pesca. A necessidade de oferta de alimentos para suprir a demanda populacional é crescente. Esse desafio é mundial. Neste contexto, a contribuição da aquicultura para os estoques de suprimentos mundiais continua em expansão.
De acordo com dados da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO) houve um crescimento no âmbito mundial significativo na oferta de pescados, passando de um milhão de toneladas em 1970 para 59 milhões de toneladas em 2004. O setor vem apresentando taxa média de elevação de 8,8% há várias décadas.
No Brasil, segundo levantamento estatístico divulgado pelo Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA), em 2010, a aquicultura já apresentou significativo avanço, nos últimos anos, passando de 278 mil toneladas, em 2003, para 415 mil, em 2009, o que equivale a 35% de incremento, no período.
Destaque
A região nordestina vem, sistematicamente, destacando-se no cenário nacional, notadamente nos segmentos de piscicultura, com a criação da tilápia, em cativeiro, e na carcinicultura, (produção de camarão). Por sua vez, a maricultura apresenta-se com futuro promissor e a pesca marítima mostra-se estável quanto à extração da lagosta, seu principal produto exportado.
O Ceará lidera este ranking e se destaca ocupando o topo da produção das espécies de camarão, tilápia e lagosta. Gerou na economia local recursos estimados em R$ 450 milhões em 2011. Esses dados demonstram a potencialidade do setor.
É um dos principais fundamentos para a atração de investimentos que vem ocorrendo, preconizando, assim, um avanço contínuo em decorrência das peculiaridades naturais favoráveis existentes e pela consistência e fortalecimento da política pesqueira nacional. A sustentabilidade socioeconômica e ambiental dessas atividades requer amplas discussões do quadro atual e da perspectiva de crescimento, observando as normas legais entre União, estados e municípios.
A expectativa é de que, durante a edição do Pecnordeste deste ano, haja debates e discussões que vão contribuir para o aprimoramento técnico e abertura de novos horizontes da atividade no Estado.
Os produtores terão oportunidade de participar de importantes palestras de elevado nível, abordando aspectos de todos os elos da cadeia produtiva, e das ações governamentais para o setor. Existirão muitas informações voltadas para o desenvolvimento do setor da aquicultura e da pesca. (H.B.)
Impacto positivo
450 milhões de reais é o montante de recursos estimado que foi gerado na economia local por meio da criação de camarão, tilápia e lagosta no Estado, em 2011
Criadores querem promover consumo de carne suína
No Ceará, é observado um consumo bastante reduzido, de apenas 5Kg por pessoa. Mas existem projetos para tentar elevar esse índice Foto: José Leomar
Iguatu. A partir do início da década de 1980, muitos avanços ocorreram no modelo de criação de suínos. Desde então, o setor vem se expandindo, com melhoria genética dos animais que proporcionou maior ganho de peso e de rentabilidade para os produtores. Antes, entretanto, a suinocultura cearense era considerada uma atividade rudimentar, formada, em sua maioria, por criações empíricas e irrelevantes, introduções de instalações, manejo e material genético adequado. A alimentação dos animais era obtida de sub produtos locais. Esse quadro começou a ser modificado a partir da segunda metade dos anos de 1960.
Naquele período, a Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (Sudene) introduziu o programa Melhoramento Genético e Zootécnico da Suinocultura no Nordeste do Brasil. As ações trouxeram mudanças significativas para o setor. Houve a aplicação de técnicas modernas de criação e de material genético. A partir da chegada de mil suínos, matrizes e reprodutores das raças Duroc Jessey e Wessex Essex Saddeelack, oriundos do Sul do País. No início dos anos de 1980, produtores também seguiram a tendência de modernização das instalações, melhorando a suinocultura cearense.
Retrocesso
O crescimento da atividade foi amplo e em 1986 a Associação dos Suinocultores do Ceará (Asce) já contava com 300 associados, cuja maioria era formada por produtores de pequeno e médio porte, totalizando 15 mil matrizes. Entretanto, a expansão sofreu revés a partir da redução nos incentivos governamentais, originados especialmente de crédito bancário e escassez no fornecimento de milho pela Companhia Nacional de Abastecimento Nacional (Conab), a suinocultura regrediu, com uma elevada redução no número de criadores. Hoje, são oito mil matrizes.
Atualmente, a Asce, que participa do evento há 15 anos, vem executando, no Ceará, o Projeto Nacional de Desenvolvimento da Suinocultura, promovido pela Associação Brasileira de Criadores de Suínos (ABCS), em parceria com o Sebrae, Faec, e Senar. O Projeto prevê a aplicação de recursos financeiros no valor de um milhão de reais no período de 2011 a 2013. Um levantamento parcial demonstra que o projeto, iniciado em meados de 2011, obteve resultados favoráveis, com diversas capacitações de produtores e abrangência em nove municípios do Estado.
Maior aceitação
Havia uma estimativa de maior consumo per capita de 3 kg de carne suína, no Brasil, no período de três anos. O salto foi bem maior. Somente em 2011, o aumento foi de 13Kg para 15Kg. No Ceará, é observado um consumo bastante reduzido, de apenas 5Kg por pessoa. O esforço do projeto é para elevar o consumo no âmbito regional. (H.B.)
Iguatu. Clima favorável e temperatura estável são fatores importantes para a expansão dos criatórios de tilápia e camarão no Ceará. "O potencial de criação é enorme, pois já temos açudes instalados, água boa e ampla área litorânea", observa o engenheiro de pesca, Oswaldo Segundo, coordenador do setor de Aquicultura e Pesca do Pecnordeste. "Ainda temos muito a crescer e o mercado é favorável", complementa.
O consumo de pescado ainda é considerado baixo. É de 9Kg por habitante/ ano no País, quando deveria ser, segundo OMC, de 12Kg per capita/ ano Foto: Honório Barbosa
O Ceará é o maior produtor de tilápia e camarão do Brasil e também é um dos maiores consumidores. "Outros estados criam tilápia que são vendidas para o mercado cearense e isso às vezes cria certa instabilidade, mas faz parte do mercado", comenta Oswaldo Segundo. O consumo por pessoa de pescado é considerado baixo e está em 9Kg por habitante ao ano no País. Deveria ser pelo menos 12Kg per capita por ano, segundo recomendação da Organização Mundial de Saúde (OMC).
A produção de tilápia e de camarão, no Ceará, está voltada para o mercado interno. "Há espaço para crescimento, pois há aceitação imensa de tilápia e o cearense também passou a adotar o hábito de consumir camarão", frisa Oswaldo. "Estamos no bom caminho, temos de atender a demanda local e nos prepararmos para exportação".
Contribuição para o setor
Oswaldo Segundo destacou a importância do Pecnordeste para a discussão de importantes temas ligados ao setor, dentre eles a adaptação de políticas públicas e de adequação de legislações. "Temos águas sob a responsabilidade da União e dos estados e é preciso também observar leis municipais", aponta.
A demora na concessão de outorga para implantação de projetos de criatórios é um dos gargalos a serem superados e vencidos. "O evento vai permitir o debate sobre os entraves do setor e discussão entre setor público e privado para o crescimento da atividade", diz.
Um setor que está em franca expansão no Estado é o de aquicultura e pesca. A necessidade de oferta de alimentos para suprir a demanda populacional é crescente. Esse desafio é mundial. Neste contexto, a contribuição da aquicultura para os estoques de suprimentos mundiais continua em expansão.
De acordo com dados da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO) houve um crescimento no âmbito mundial significativo na oferta de pescados, passando de um milhão de toneladas em 1970 para 59 milhões de toneladas em 2004. O setor vem apresentando taxa média de elevação de 8,8% há várias décadas.
No Brasil, segundo levantamento estatístico divulgado pelo Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA), em 2010, a aquicultura já apresentou significativo avanço, nos últimos anos, passando de 278 mil toneladas, em 2003, para 415 mil, em 2009, o que equivale a 35% de incremento, no período.
Destaque
A região nordestina vem, sistematicamente, destacando-se no cenário nacional, notadamente nos segmentos de piscicultura, com a criação da tilápia, em cativeiro, e na carcinicultura, (produção de camarão). Por sua vez, a maricultura apresenta-se com futuro promissor e a pesca marítima mostra-se estável quanto à extração da lagosta, seu principal produto exportado.
O Ceará lidera este ranking e se destaca ocupando o topo da produção das espécies de camarão, tilápia e lagosta. Gerou na economia local recursos estimados em R$ 450 milhões em 2011. Esses dados demonstram a potencialidade do setor.
É um dos principais fundamentos para a atração de investimentos que vem ocorrendo, preconizando, assim, um avanço contínuo em decorrência das peculiaridades naturais favoráveis existentes e pela consistência e fortalecimento da política pesqueira nacional. A sustentabilidade socioeconômica e ambiental dessas atividades requer amplas discussões do quadro atual e da perspectiva de crescimento, observando as normas legais entre União, estados e municípios.
A expectativa é de que, durante a edição do Pecnordeste deste ano, haja debates e discussões que vão contribuir para o aprimoramento técnico e abertura de novos horizontes da atividade no Estado.
Os produtores terão oportunidade de participar de importantes palestras de elevado nível, abordando aspectos de todos os elos da cadeia produtiva, e das ações governamentais para o setor. Existirão muitas informações voltadas para o desenvolvimento do setor da aquicultura e da pesca. (H.B.)
Impacto positivo
450 milhões de reais é o montante de recursos estimado que foi gerado na economia local por meio da criação de camarão, tilápia e lagosta no Estado, em 2011
Criadores querem promover consumo de carne suína
No Ceará, é observado um consumo bastante reduzido, de apenas 5Kg por pessoa. Mas existem projetos para tentar elevar esse índice Foto: José Leomar
Iguatu. A partir do início da década de 1980, muitos avanços ocorreram no modelo de criação de suínos. Desde então, o setor vem se expandindo, com melhoria genética dos animais que proporcionou maior ganho de peso e de rentabilidade para os produtores. Antes, entretanto, a suinocultura cearense era considerada uma atividade rudimentar, formada, em sua maioria, por criações empíricas e irrelevantes, introduções de instalações, manejo e material genético adequado. A alimentação dos animais era obtida de sub produtos locais. Esse quadro começou a ser modificado a partir da segunda metade dos anos de 1960.
Naquele período, a Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (Sudene) introduziu o programa Melhoramento Genético e Zootécnico da Suinocultura no Nordeste do Brasil. As ações trouxeram mudanças significativas para o setor. Houve a aplicação de técnicas modernas de criação e de material genético. A partir da chegada de mil suínos, matrizes e reprodutores das raças Duroc Jessey e Wessex Essex Saddeelack, oriundos do Sul do País. No início dos anos de 1980, produtores também seguiram a tendência de modernização das instalações, melhorando a suinocultura cearense.
Retrocesso
O crescimento da atividade foi amplo e em 1986 a Associação dos Suinocultores do Ceará (Asce) já contava com 300 associados, cuja maioria era formada por produtores de pequeno e médio porte, totalizando 15 mil matrizes. Entretanto, a expansão sofreu revés a partir da redução nos incentivos governamentais, originados especialmente de crédito bancário e escassez no fornecimento de milho pela Companhia Nacional de Abastecimento Nacional (Conab), a suinocultura regrediu, com uma elevada redução no número de criadores. Hoje, são oito mil matrizes.
Atualmente, a Asce, que participa do evento há 15 anos, vem executando, no Ceará, o Projeto Nacional de Desenvolvimento da Suinocultura, promovido pela Associação Brasileira de Criadores de Suínos (ABCS), em parceria com o Sebrae, Faec, e Senar. O Projeto prevê a aplicação de recursos financeiros no valor de um milhão de reais no período de 2011 a 2013. Um levantamento parcial demonstra que o projeto, iniciado em meados de 2011, obteve resultados favoráveis, com diversas capacitações de produtores e abrangência em nove municípios do Estado.
Maior aceitação
Havia uma estimativa de maior consumo per capita de 3 kg de carne suína, no Brasil, no período de três anos. O salto foi bem maior. Somente em 2011, o aumento foi de 13Kg para 15Kg. No Ceará, é observado um consumo bastante reduzido, de apenas 5Kg por pessoa. O esforço do projeto é para elevar o consumo no âmbito regional. (H.B.)
Nenhum comentário:
Postar um comentário