janela descendo

quarta-feira, 11 de julho de 2012

Estudantes do MIT transformam bananas em teclado eletrônico

Dois estudantes do Massachusetts Institute of Technology (MIT) conseguiram desenvolver um piano eletrônico com teclado de banana.
Jay Silver e Eric Rosenbaum, de 32 anos, procuravam uma maneira de transformar objetos do cotidiano em touchpads, superfícies sensíveis ao toque capazes de se comunicar com equipamentos eletrônicos.
Eles desenvolveram um kit chamado MakeyMakey, que pode transformar frutas, animais e até seres humanos em teclados.
Rosenbaum disse à BBC que a ideia por trás do kit é que as pessoas possam "ver o mundo ao seu redor como um kit de construção".
O kit básico contém um cabo USB e uma placa de circuito sob medida com clipes do tipo jacaré. A placa está programada para substituir um teclado de computador padrão.
Uma vez que a placa tenha sido conectada a um PC ou laptop via cabo USB, o clipe jacaré pode ser ligado a qualquer objeto que conduz eletricidade.
Quando questionado sobre questões de segurança, Rosenbaum disse que a quantidade de corrente usada no equipamento era muito pequena e não detectável quando o kit estava ligado ao corpo humano ou a animais.
Ele disse que fusíveis haviam sido incorporados à placa, bem como à entrada USB, para garantir a segurança.
Um grupo de direitos dos animais contactado pela BBC não expressou preocupações.
Silver disse que as possibilidades eram ilimitadas, desde a ligação com uma cabeça de brócolis para operar o Skype até a criação de um piso de música interativa. Mesmo o gato do estudante se tornou parte do experimento.
"Os gatos são condutores na planta de seus pés, suas orelhas, seu nariz e sua boca. Mas sua pele não é condutora", observa.
Segundo Rosenbaum, eles conseguiram transformar dois de seus amigos em máquinas de som, uma bola de praia em controlador de videogame e ainda usaram um copo de leite para fazer música.

Mais do que um truque

Foto: Makey Makey
Qualquer superfície condutora é compatível com a invenção dos estudantes
Mas os estudantes insistem que o kit é mais do que apenas um chamariz.
Silver disse à BBC que dezenas de pessoas tinham entrado em contato com eles, querendo personalizar o equipamento para as pessoas que não podem usar um teclado convencional.
"Um pai está atualmente transformando-o em interface de computador para seu filho que sofre de paralisia cerebral. Chamamos isso Hackcess."
Silver e Rosenbaum tiveram a ideia durante uma viagem de carro à Califórnia, há dois anos.
Rosenbaum, um programador autodidata com formação acadêmica em educação, disse que a dupla queria mudar a maneira como as pessoas se relacionam com a tecnologia.
"É fácil para as crianças perder o interesse pela ciência e pela matemática, por causa da forma como são ensinados. Quisemos tornar mais fácil para as pessoas usar a engenharia como combustível para a criatividade."

Potencial para educar

Cerca de 150 versões beta do kit foram disponibilizadas para os usuários para teste.
AnnMarie Thomas, que vive em Minneapolis, foi uma das primeiras a experimentá-lo. Ela diz que mesmo sua filha de quatro anos conseguiu ligar o kit sem ajuda.
"Meus filhos adoram. Minha filha foi capaz de conectá-lo e configurá-lo. Ela tentou folha de estanho e massa de modelar e até conseguiu conectar-se ao kit", diz.
Foto: Makey Makey
A dupla de inventores já recebeu o que precisava para financiar invento
Thomas, um ex-professor de engenharia, treina futuros professores de engenharia e acha que o kit tem um grande potencial para uso em escolas.
"É uma ótima maneira de envolver as crianças com ciência e tecnologia", disse ela. "Ele ajudou a minha filha entender como os circuitos funcionam", afirma.

Excedendo as expectativas

Os estudantes buscavam levantar US$ 25 mil para produzir mais kits, e lançaram o projeto no Kickstarter, um site de financiamento coletivo.
"Esperamos estabelecer uma comunidade de pessoas que utilizam o MakeyMakey e compartilhem suas ideias e invenções. Há muito a acrescentar", diz Rosenbaum.
O projeto já recebeu mais de US$ 440 mil em financiamento.
Segundo Rosenbaum, a dupla tem recebido grande número de consultas, incluindo ofertas de serviços pagos ou colaborações com empresas.
BBC

Nenhum comentário:

Postar um comentário

pág