Há muitos anos nos Estados Unidos, Virgínia e Maryland assinaram um tratado de paz com os indios das seis nações.
Ora, com as promessas e os símbolos da educação sempre foram muitos adequados a momentos solenes como aquele, logo depois os seus governantes mandaram cartas aos indios para que enviassem alguns dos seus jovens as escolas dos brancos.
Os chefes responderam agradecendo e recusando.
A carta acabou reconhecida porque alguns anos mais tarde Benjamin Franklin adotou o costume de divulgá-la aquí e alí.
"... Nós estamos convencidos, portanto, que os senhores desejam o bem para nós e agradecemos de todo coração.
Más aqueles que são sábios reconhecem que diferentes Nações têm concepções diferentes das coisas e, sendo assim, os senhores não ficarão ofendidos ao saber que a vossa idéia de educação não é a mesma que a nossa.
... Muito dos nossos bravos guerreiros foram formados nas escolas do Norte e aprenderam toda a vossa ciência.
Mas, quando êles voltavam para nós, eles eram maus corredores, ignorantes da vida da floresta e incapazes de suportarem o frio e a fome.
Não sabiam caçar o veado, matar o inimigo e construir uma cabana, e falavam a nossa lingua muito mal.
Êles eram, portanto, totalmente inúteis.
Não serviam como guerreiros, como caçadores ou como conselheiros.
Ficamos extremamente agradecidos pela vossa oferta e, embora não podemos aceitá-la, para mostrar a nossa gratidão, oferecemos aos nobres que nos enviem alguns dos seus jovens, que lhes ensinaremos tudo o que sabemos e faremos deles, homens ".
Aquí e alí será preciso voltar a estas idéias, e elas podem ser como que um roteiro daquí para frente.
A educação existe no imaginário das pessoas e na ideologia dos grupos sociais e, alí, sempre se espera, de dentro, ou sempre se diz para fora, que sua missão é transformar sujeitos e mundos em alguma coisa melhor, de acordo com as imagens que se tem de uns e outros:"... e deles faremos homens. Mas na prática, a mesma educação que se ensina pode deseducar, e pode correr o risco de fazer o contrário do que se pensa que faz, ou do que inventa que pode fazer. "...êles eram, portanto, totalmente inúteis".
BRANDÃO, C. R. O que é educação
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