Num lugar que você sabe este fato aconteceu.
As pessoas que eu descrevo, você talvez conheceu.
As pessoas que eu descrevo, você talvez conheceu.
procure na consciência.
Porque se houver semelhança,
não é mera coincidência.
De um lado vinha o velho, puxando o cabresto,
outro vinha o menino , contente, que o dia estava fresquinho e o sol
brilhava no céu.
doisoutro vinha o menino
brilhava no céu.
Sentados no barranco estavam
– Veja só, compadre! Que despropósito! Em vez do velho montar no
O velho e o menino se olharam.
Assim que viraram na primeira curva, o velho parou o burro e montou
nele.
O menino segurou o cabresto e lá se foram os três, muito
satisfeitos.
Até que perto da ponte tinha uma casa com uma mulher na janela.
– Olha só, Sinhá, venha ver o desfrute! O velho no bem-bom, montado
no burro, e o pobre do menino gramando a pé!
O velho e o menino se olharam de novo.
Assim que saíram da vista da mulher, o velho desceu do burro e
botou o menino na sela.
E foram andando um pouco ressabiados, o velho puxando o burro pelo
cabresto, pensando no que o povo podia dizer.
Logo logo, passaram numa porteira onde estava parada uma velha mais
uma menina.
– Mas que absurdo, minha gente! Um velho que nem se agüenta nas
pernas andando a pé, e o guri, bem sem-vergonha, escanchado no burro!
O velho mais que depressa montou na garupa do burro e lá se foram
os três.
Dali a pouco encontraram um padre que vinha pela estrada mais o
sacristão:
Mas nem assim o povo sossegou!
Cada vez que passavam por alguém, era só risada!
– Olha só os dois burros carregando o terceiro!
Quando chegaram em casa, o velho sentou cansado, se assoprando:
– Bem feito! — ele dizia. — Bem feito!
– Bem feito o quê, vô?
– Bem feito pra nós.
Quem quer agradar a todos
a si próprio não faz bem!
Pois só faz papel de burro
e não agrada a ninguém!
sacristão:
– Olha só, que pecado, onde é que já se viu? O pobre do burro,
coitadinho, carregando dois preguiçosos! Mas isso é coisa que se faça?
O velho e o menino, desanimados, desmontaram e nem discutiram:
saíram carregando o burro.
coitadinho, carregando dois preguiçosos! Mas isso é coisa que se faça?
O velho e o menino, desanimados, desmontaram e nem discutiram:
saíram carregando o burro.
Mas nem assim o povo sossegou!
Cada vez que passavam por alguém, era só risada!
– Olha só os dois burros carregando o terceiro!
Quando chegaram em casa, o velho sentou cansado, se assoprando:
– Bem feito! — ele dizia. — Bem feito!
– Bem feito o quê, vô?
– Bem feito pra nós.
Que a gente já faz muito de pensar pela própria cabeça,
e ainda quer pensar pela cabeça dos outros.
Agora eu sei por que é que meu pai dizia:
Quem quer agradar a todos
a si próprio não faz bem!
Pois só faz papel de burro
e não agrada a ninguém!
ESG.
Nenhum comentário:
Postar um comentário