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segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Em mensagem de Natal, Papa afirma que competir com Deus é "grande pecado"

O papa Bento XVI disse neste domingo, dia 25 de dezembro, que o "grande pecado" dos homens é agir de maneira presunçosa e competir com Deus, ao tentar ocupar seu lugar e decidir o que é bom e o que é ruim. Diante de milhares de pessoas reunidas na Praça de São Pedro em uma manhã ensolarada e fria, o pontífice pronunciou a tradicional mensagem de Natal, na qual repassou a situação no mundo e pediu o fim da violência na Síria, "onde já se derramou muito sangue".
Neste dia de Natal, o papa, de 84 anos, afirmou que Jesus veio ao mundo para salvar o homem de todos os tempos. "Jesus foi enviado por Deus para nos salvar desse mal profundo, enraizado no homem e na história, que é a separação de Deus, o pretensioso orgulho de agir por si só, tentar competir com Deus e ocupar seu lugar, decidir o que é bom e o que é ruim e ser o dono da vida e da morte", afirmou. Bento XVI disse que esse é "o grande mal, o grande pecado", do qual os homens não podem se salvar de outra maneira senão se aproximando de Deus.
A salvação também foi pedida para todas aquelas pessoas que vivem em situações difíceis e para os "que não têm voz". "Que o Senhor socorra a humanidade afligida por tantos conflitos que ainda hoje ensanguentam o planeta. Que conceda a paz e a estabilidade à terra (o Oriente Médio) na qual escolheu para entrar no mundo, estimulando o reatamento do diálogo entre israelenses e palestinos", disse.
Bento XVI também pediu auxílio para os povos do Chifre da África, "que sofrem pela fome e a carestia, às vezes agravada por um persistente estado de insegurança" e exortou a comunidade internacional a ajudar os muitos refugiados desta região, "tão duramente afetados em sua dignidade".
O papa pediu consolo para a população do sudeste asiático, especialmente da Tailândia e Filipinas, que se encontram ainda em graves situações devido às recentes inundações. Também defendeu o diálogo e a colaboração em Mianmar, a estabilidade política nos países da região africana dos Grandes Lagos e o fortalecimento do compromisso dos habitantes do Sudão do Sul para proteger os direitos de todos. "Voltemos nosso olhar à gruta de Belém: o menino que contemplamos é nossa salvação. Ele trouxe ao mundo uma mensagem universal de reconciliação e de paz. Abramos nossos corações a ele e demos as boas-vindas à sua presença em nossas vidas", afirmou Bento XVI.
A mensagem seguiu a mesma linha da homilia pronunciada na noite passada durante a Missa do Galo, na qual pediu a paz no mundo e implorou a Deus que "demonstre seu poder" e atire ao fogo "as varas do opressor, as túnicas cheias de sangue e a botas dos soldados". O pontífice afirmou que o Natal se transformou em um uma "festa do comércio", cujas luzes escondem o mistério da humildade de Deus, que nos convida à humildade e à sutileza.
Bento XVI conclamou os fiéis a celebrar o Natal renunciando à obsessão "pelo que é material, mensurável e tangível" e pediu por todos aqueles que "têm que viver o Natal na pobreza, na dor, na condição de emigrantes, para que apareça diante deles um raio da bondade de Deus".
Após a mensagem deste domingo, o papa deu a bênção "Urbi et Orbi" (à Roma e a todo o mundo) em 65 idiomas, entre eles espanhol, português e guarani.

: Época

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